🍒 Pedras Preciosas

2.6K 150 88
                                    

CALLIE TORRES

Ela é como o vento que sacode a minha árvore
Ela passeia pela noite ao meu lado
Ela me guia pela luz do luar

(...)

Olhei para a lua e sorri. Ela era tão brilhante, tão grande, tão magnífica e singular. Fiquei perdida na sua imagem, até senti o corpo ao meu lado tremer, e virei-me para olhá-la melhor.

— Amor? – sussurrei em seu ouvido. Ainda estávamos na beira da piscina, sem roupas e deitadas sobre os azulejos. – Ei raio de sol – chamei outra vez. Nada – tu vais me fazer te levar nos braços, é? – ela resmungou algo e virou-se paro o outro lado, dando-me as costas.

Balancei a cabeça rindo, e fui até o banheiro pegar um roupão, o frio da noite já se fazia presente. Amarrei os cabelos em um coque desengonçado e voltei pra perto dela. Que se encontrava do mesmo jeito.

— Sabe...tu estás abusando de mim, coração – puxei seu braço e ela piscou sonolenta, aérea ao que acontecia – Volte a dormir, eu te levo pro quarto – lhe peguei nos braços e senti a ponta gélida do seu nariz tocar meu pescoço. Ela passou os braços no mesmo e apoiou a cabeça no meu ombro.

— Vai dormir comigo? – perguntou baixinho

— Mais é claro – falei – acha mesmo que vai se livrar de mim? – perguntei, ela deu uma risada baixa e apertou os dedos gelados no meu pescoço. Passei pela sala e subi as escadas com cuidado, afinal, além de mim, carregava minha noiva, e se nós caímos não seria nada bom. – eu tenho sorte que você é levinha, caso contrário... – abri a porta do quarto e a coloquei deitada – estaria ferrada. Por que eu teria que te carregar de qualquer forma, né? – perguntei.

– respondeu e se colocou sob as cobertas

— Vou da uma olhada na Ella, volto ja! – falei, ela apenas se virou e enfiou a cara no travesseiro, exibindo o bumbum na minha direção. – cobre essa bunda – dei um tapinha nela que voltou a resmungar e rolou pro outro lado se escondendo nos lençóis brancos. Sorri com a cena e fui até o quarto da nossa filha.

Abri a porta devagar para não acordá-la, e lá estava ela. Quase não dava para vê-la por debaixo do edredom amarelo. Me aproximei com cautela, e me sentei na beira da cama. Seu pequeno corpo estava agarrado ao coala de pelúcia que eu havia lhe dado a meses atrás. Fiquei em silêncio apenas a observando, era tão linda, tudo nela era perfeito pra mim, dormia como um verdadeiro anjo. Ela virou o rosto um pouco para o lado e sorriu, um sorriso genuíno, como se tivesse sonhando. E pelo visto, um sonho muito bom.

Mamma – chamou, aí estava a causa do seu sorriso. Eu poderia me senti incomodada por ela chamar pela mãe? Claro que não! Seria egoísmo da minha parte. Carina será eternamente sua mãe e isso nunca mudaria, a causa de Ella ter me colocado em sua vida e ter me dado o posto tão importante, não anulava isso. E nem queria. Carina tinha um lugar especial e permanente em seu coração, ninguém o tomaria, nem mesmo eu. Eu ficava contente com as lembranças da mãe em sua mente. Ainda tinha fotos da italiana espalhados pela casa, mais era apenas fotos dela com a filha, em momentos únicos; primeira imagem tirada no hospital; a primeira mamada; primeira papinha, ou quando começara a engatinhar. Ela sempre dava um jeito de aparecer nas fotos, e eu estava feliz que ela pode presenciar e participar de algo único.

Já eu, teria a oportunidade viver outra fase dela, suas primeiras conquistas. Como a medalha de ouro, na natação infantil até cinco anos de idade, que ela ganhara a uma semana.

Era uma manhã de sábado, Arizona estava nervosa, apesar de Ella saber nadar, a loira ainda tinha receio em deixar a pequena solta na piscina.

Uma Nova de Vida - Tempero da Alma e Suas Nuances (Livro I) #CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora