ARIZONA ROBBINS
Cada tapete, cada andar
Qualquer lugar por onde eu olhe
...
Nós todos temos nossos segredos, todos nós temos nossos segredos(...)
— Venham para cá – chamei às duas até a varanda segurando a garrafa de vinho e duas taças na mão
Tinha uma pequena mesinha branca com quatro cadeiras e um vaso de sobre a mesma, ótimo para uma conversa.
— aqui é melhor para conversar.
Às duas sorriram e se comodaram.
— é bom ter vocês duas aqui... – comecei falando enquanto preenchia a taça das duas – peço desculpas por não ter ligado antes, Calliope. – me sentei um pouco perto de Aria e de frente para Calliope.
— Tudo bem! – a morena me olhou e sorriu – você tinha explicado seus motivos. Ótima escolha... – Calliope sorriu, olhou para garrafa e depois para mim – Você não vai nos acompanhar no vinho? – questionou após ver minhas mãos vazias
— Me desculpe por isso. Faz dois anos que não tomo vinho. Primeiro porque, essa bebida... – olhei para sua mão, vendo o vermelho intenso do líquido invadir meus olhos – me fez lembrar minha esposa. E segundo, sou muito fraca quando o assunto é álcool. Mas, eu sempre tenho uma ou duas garrafas no armário, exatamente para momentos assim... – fiz um gesto com a mão, na direção das duas morenas – para ofecer aos amigos. Mais você já sabia, não? – questionei olhando no fundo dos olhos de Callie, que pareceu ficar desconcertada com isso.
Uma das coisas que sempre gostei de fazer, é olhar fundo nos olhos da pessoa. Qualquer pessoa. Penso que o fato de ser Chef de cozinha me fez amadurecer esse meu lado "intenso".
— Eu não entendi! – falou a mulher de olhos escuros
Ah! Você sabe sim, Calliope!
— Estou me referindo ao vinho! – apontei para garrafa sobre a mesa – Minha esposa era sommelier e enologa. Tudo que sei sobre vinho, aprendi com ela. E isso inclui, meu hábito de falar em italiano. Acredito que já saiba disso, afinal, está tudo na Internet – levantei uma sobrancelha e sorri – Relaxe, Callie. Você não é a primeira e nem será a última a pesquisar sobre mim. Só peço que não acredite em tudo que ver na Internet.
— Como assim? – ela me perguntou curiosa.
— Já surgiram muitos boatos sobre mim, depois que minha esposa morreu. Mais em fim, vamos mudar de assunto. Isso não é foco do momento – puxei as mangas da camisa e passei os dedos para tirar uma mecha de cabelo sobre a testa – eu...
— Mom – minha pequena surgiu no nosso campo de visão segurando o novo brinquedo
— Sì Tesoro – falei estendendo minha mão e ela pegou. Subiu no meu colo e me olhou.
— Posso andar de bicicleta outra vez? – pediu brincando com a corrente fina da pulseira de ouro envolta do pulso direto.
— Pode, vai lá – ela me sorriu, agarrou meu pescoço e me deu um bitoca inocente nos lábios. Sempre tão carinhosa.
Desceu das minhas pernas e correu até a bicicleta. Colocou o coala na cestinha e subiu na mesma.
— é só aqui onde eu possa ver... – me referi a extensão da calçada. Ela confirmou com a cabeça e começou a pedalar.
— Ela é uma gracinha – escutei a voz de Aria, sorri
— Sim, ela é. – fitei intensamente as orbis claras da jovem que sorriu e levou a taça de vinho aos lábios – mas voltando ao assunto... – desviei dos seus olhos tão familiares – demorei esse tempo, porque precisei pensar bem na proposta, para ter certeza. E... – olhei para Callie por alguns segundos, prendendo seu olhar a mim. A morena de olhos escuros, parecia apreensiva e desviou os olhos focando na taça em suas mãos – Eu amo cozinhar. Então, aceito sua proposta! – falei por fim.
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Uma Nova de Vida - Tempero da Alma e Suas Nuances (Livro I) #CONCLUÍDA
RomansaLivro I ''E foi ali, no meio daquela confusão de gritos e correria que a vi pela primeira vez. Juro que no momento que sua silhueta curvilineá surgiu no meu campo de visão, tudo parou. Os barulhos cessaram e as pessoas ao redor ficaram em câmera len...