Capítulo 1 - Origens

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"O que quero dizer, é que... Espere. Com o tempo descobrimos coisas e um dia espero que entendas porque de tantos segredos. Te amamos Raven e por isso precisamos te proteger."

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Desde muito tempo, guerras e intrigas no Reino da Inglaterra, são constantes. Seja pela vitória de um homem em uma guerra ou pelo simples fato de sempre quererem ter um, o melhor de todos, a guerra nunca terminou e provavelmente nunca terminará.

A Fome e a sede são heranças destes conflitos, além de milhares de vidas perdidas. O que sempre deixou cada um de nós irritados. Não podíamos reclamar de fome, se não, eramos mortos. Então que rei era este, que favorecia somente alguns dos seus?

E claro, os nobres nunca tiveram este problema. Trabalho escravo e impostos são suas fontes de renda. Por isso, que cada vez mais, uma chama arde nos nossos corações: a chama da Justiça. Esperando que um dia, ela queime.

Raven 

Olá! Eu sou a Raven, nascida e criada neste fim de mundo, a cidade de Tiderood. Apesar de estarmos na Inglaterra, onde dizem ter maravilhosos castelos e paisagens, continuamos rodeados por esta floresta e alguns animais. Não é que eu não goste daqui, mas já fazem 16 anos que continuamos no mesmo lugar. Então sempre que posso, tento sair de casa e visitar as cidades vizinhas. O grande problema é minha querida mãe. Ela sabe exatamente, quando ao menos penso em fugir.

Vivíamos em um pequena casa, um pouco envelhecida e sempre bagunçada. Nela moram: meu pai, minha mãe, meu irmãozinho ainda, prestes á nascer e minha irmã que vivia brigando com seu marido e por este motivo, dormia algumas noites em meu quarto. Me lembro que, conseguíamos ao menos jantarmos todos juntos.

— Estás demorando muito! — disse eu, faminta.

— Mas é claro, preciso de minhas ajudantes na cozinha! — propôs, minha mãe.

— Está bem, pois não reclame se eu acabar por derrubar ou quebrar alguma coisa.

Odeio admitir, mas era muito dramática e preguiçosa... Recordo-me do cheiro, mamãe era uma cozinheira de mãos cheias. A sopa quente que fazia para os doentes e principalmente o ensopado com as sobras, não era tão ruim. Era Incrível de se ver, ela sempre fazia doações aos que eram mais pobres. Ás vezes, nós que não tínhamos o que comer ou beber, e mesmo assim, dividíamos com os outros. Não entendia, porque dividir o que temos com os outros que nem ao menos conhecemos? Era sempre a mesma resposta de sempre: "É o lema da família, é o nosso dever". Era ele que dizia isto, meu pai, que ainda não havia chegado do trabalho. Minha mãe parecia preocupada, apesar de disfarçar em um sorriso singelo. Enquanto ela cuidava de casa, ele trabalhava nas plantações e na caça. Foi assim que um dia, encantada pelo seu trabalho, aprendi a caçar, mirando uma flecha na perna de um veado. Meu pai guarda aquela flecha fedida, até os dias de hoje.

Enquanto esperávamos, Observava um livro velho e sujo, que acabara de pegar da estante e que por algum motivo possuía uma fechadura enferrujada, provavelmente por ser tão antigo. Fiquei intrigada, ele não tinha chave ou título algum; teria valor ou seria apenas os livros "chatos e antigos de meu pai"? Tentei abri-lo:

— Merda, não presta nem pra abrir! — reclamei e pelo impulso, acabei por escorregar o livro pela mesa, chegando as mãos de minha irmã, que não parecera satisfeita com isto.

Minha irmã, estava na casa dos vinte. Não gostava de dizer sua idade, então repetia para provocá-la. Apesar disso, tinha uma aparência jovial, possuía os cabelos loiros lisos e olhos azuis claros. Eu a invejava. Era tão bonita que se casou rapidamente. O único problema é que escolhera o primeiro homem que vira: bonito por fora e extremamente podre por dentro. Por isso, depois de mais uma briga rotineira, ela viera nos visitar. Com um olhar cansado e triste, apenas batia os dedos na mesa, entediada. Seu rosto mudou rapidamente, quando ela pegou o livro com uma das mãos, olhando cada detalhe, curiosamente. Foi então, que de repente, ela virou seu olhar para mim.

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