Capítulo 14 - O inesperado

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"É este momento, que te fará uma grande diferença."

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Gael

(4 anos depois)

Estava próximo ás 4 horas da tarde. Podia perceber, pelo sol que se inclinava para o oeste. Sendo meu horário favorito, o café da tarde.

E então, mais uma vez a velha chamou nossos vizinhos: Raven e seus pais para uma visita em nossa casa. Eu já imaginava que a conversa entre eles, seria longa, então decidi arrumar um passatempo. Mas Raven já havia pensado em tudo, nos preparando para criar a mais inovadora de suas receitas. Como ela e eu de cozinheiros principais. Eu não comeria aquela merda.

Percebi que estava olhado para ela, a um bom tempo. Ficava imaginando várias e várias coisas, o que fez com que eu acabasse me perdendo em meus pensamentos. 

Cada detalhe seu, era importante. Ela estava com seus cabelos loiros ondulados meio presos, preparando a gororoba do dia. Eu sei, seria impossível parar de admirá-la...

— Ah! vai... — ela empurrava a receita sorrindo.

Foi aquele gesto que me despertou.

 — Não está tão ruim assim... — tentou me convencer.

Olhei pra ela pensativo e logo após,  para tigela. O cheiro que exalava daquela receita se comparava a sua aparência; completamente devastador. E aquilo não era um bom adjetivo.

— Prove. — disse eu, pegando uma colher de madeira e entregando-a.

Ela analisava aos poucos, e vagarosamente experimentou o que deveria ser uma massa de bolo.

— Hum... — engoliu de uma vez. — Está ótimo. — disse ela, tentando disfarçar a cara de nojo. — Só... Falta um pouco de sal. — tentou complementar.

Nos entre-olhamos rindo, e eu disse:

— Falta noção de saber que não somos padeiros. — eu disse ironizando.

— Aé... — começou a dizer, com um rosto desafiador. — Pois eu não acho isto. Prove minha deliciosa receita. — disse sorrindo, espalhando um pouco de massa em meu rosto.

— Ei! — reclamei, e para revidar, peguei o saco de farinha e joguei nela.

E assim começamos nossa guerrinha de padeiros, digamos que profissionais. Só nos demos conta da bagunça, quando os olhos arregalados de minha mãe, percorriam a cozinha. Mas já era tarde de mais.

— Que bagunça é esta na minha cozinha!? — gritou Dona Nena.

Olhamos assustados para ela. Certamente estava um caos. Ela olhava constantemente para nós e para o chão ao mesmo tempo, mas estava tão indignada, que mal conseguiu dizer alguma palavra.

Logo após, os pais de Raven entraram na cozinha.

— O que você fez Raven?! — a mãe dela gritou.

— Eu... Eu vou limpar tudo! — respondeu assustada. — Vou pegar uma vassoura! — disse ela correndo e sua mãe atrás dela.

— Volte aqui! — bradou Donzela Marian.

Nós três só ficamos olhando a correria das duas pelas portas a fora.

— Haha! — riu Robert — Eu que não quero limpar esta bagunça. — Se retirou, sentando na cadeira próximo a mesa da sala.

— Limpe isso logo Gael... — arfou a velha ofegante. 

Ela caminhou e assentou-se de frente para Robert e esperaram até que Marian e Raven voltassem. Quando voltaram, Raven veio até minha direção com olhos baixos sem dizer uma palavra.

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