Capítulo 29 - Em busca do passado

42 3 0
                                    

" Eu quero conhecer a minha história."

━━━━━━━━ ✤ ━━━━━━━━

Franny

Eu não sabia o que fazer. De que lado estaria? Toda essa situação me deixa muito confusa. 

E então, decidi ajudar o garoto. Daniel não precisaria mais da minha ajuda. Farei o que for preciso, por mim mesma. Por que eu sabia, que desde que nascera sempre lutei por mim mesma e meus ideais. Não iria mudar agora.

Gael

Saímos pela manhã. Teríamos um longo caminho pela frente. Porém, antes de ir embora, arrumei minha mochila e me despedi do restante da casa. Falei primeiro com Raven, com um aperto no peito.

— Eu voltarei. — disse beijando sua testa. — Não se esqueça de mim... — ri a puxando para um abraço.

— Eu sei, eu confio em você. — ela dizia sorrindo, agora olhando em meus olhos. 

Me afastei aos poucos e fui para fora da casa. Era como se deixasse uma parte do meu coração lá. Olhei para trás, para vê-la uma última vez.

— Volte logo... — Ela sussurrava acenando.

Os vigilantes acenavam e nos desejavam boa sorte. Estávamos partindo. Me lembrei que boa coisa não sairia de uma viagem com Rui e Franny. Já começava por agora.

— Porque não pegamos os cavalos? — ela disse bufando. — Morreremos antes de chegarmos lá.

— Odeio concordar com você, mas é verdade. — concordava Rui. — Por que garoto?

— Humm...? — perguntei, voltando a realidade, pois estava meio imerso em meus pensamentos. — A sim. — pensei. — É... O que disseram mesmo?

— Está surdo por acaso? — pergunta a garota. — Perguntamos porque deixou os cavalos.

— Os cavalos são de Raven... Provavelmente vai usar em alguma missão. — respondi. 

— Andaremos a pé todo o percurso? — ela pergunta desanimada.

— Não.  — neguei. — Passaremos por este caminho primeiro. E eu sei do que precisamos... — eles me olhavam em dúvida. — Sigam-me.

Andamos algumas horas e encontramos um pequeno vilarejo. Avistei rapidamente o ponto de venda. Havia trabalhado lá algumas vezes.

— Gael! — o proprietário gritou surpreso.

— Olá senhor! — cumprimentei.

— Ora, ora. Me chame apenas pelo nome. Sabe que não sou tão velho assim. — disse ás gargalhadas. — O que o trás aqui? — perguntou olhando para mim e para meus amigos, desconfiado.

— Preciso que me empreste uma das carroças. — pedi. — Terei de viajar para longe.

— Mas é claro! — concordou com um olhar relutante. — E quanto quer por... — tossiu. — Digo... Qual delas...?

— A que concertei mesmo.

— Mas ela é horrível... — tossiu. — Hum... Pode levá-la.

— Certo! — disse, correndo até a carroça. — Obrigado senhor! 

— Eu já disse para não me chamar assim!

Então vi o veículo. Todo acabado. Haviam quebrado mais uma vez.

— Pelo menos é de graça... — murmurei. Arrumei as rédeas para os cavalos malhados. — O que estão esperando?

— É... — reclamou Franny. — Vamos morrer no caminho de qualquer jeito.

The VigilantesOnde histórias criam vida. Descubra agora