Capítulo 35 - O último adeus

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"E agora pude ver com meus próprios olhos, o inferno na terra."

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Raven

Eu realmente queria saber expressar meus sentimentos daquele momento. Mas tudo o que consigo fazer é chorar. Isso é desesperador.

" O sonho de ser um vigilante, não me vinha a tanto tempo. Antes de meu pai morrer, eu era um nobre de merda. Tinha tudo o que queria, até tirarem tudo de mim. E senti na pele tantas vezes o que é passar fome, sede e frio. O que me fez pensar na vida de muitas pessoas pelo mundo. Desde então resolvi mudar tudo isso.

Conheci pessoas incríveis e outras... nem tanto. Mas todas elas fazem parte de quem eu me tornei. E agradeço a cada um por isso.

Lembranças felizes, outras tristes e me pego relembrando de cada uma delas, estes dias. Estar perto da morte, faz pensarmos o que fizemos até hoje. Se eu realmente fiz a diferença. Eu espero que sim.

Talvez esteja sendo precipitado, mas as chances são poucas de sobreviver. Sentirei sua falta Raven, e de cada um de vocês que fizeram parte da minha vida.

Continue em frente, sempre Vigilante.

                          Com amor...
                                                   Seu Pai. "

Segurava a carta contra o peito, abraçando-a. Eu não... Isso não podia ser verdade... Ele havia aceitado o combate com o maldito filho do xerife! O qual queria se vingar. 

— Merda!

E em meio ao desespero corri sem pensar, descendo as escadas.

— Para onde está indo? — minha irmã perguntou assustada, quando nos vimos no corredor.

Ela viera nos visitar. Estava grávida e casaria nos próximos dias. Seria uma festa e tanto, pois até agora, só tinham casado na igreja sozinhos.

— Depois te explico! — disse correndo.

— Tá legal... — concordou hesitante.

Corri ao pequeno estábulo com todas as minhas forças. Mas foi difícil impedir as lágrimas que caiam do meu rosto. Eu não queria acreditar que aquilo... Foi o último adeus.

— Raven? — meu irmão cuidava de Storm e me olhou intrigado.

— Saia da frente! — gritei sem perceber, subindo no cavalo. 

— O que está aconte-

— Não! — o empurrei bruscamente. 

O que estava acontecendo comigo? Eu não podia fazer isso com alguém da minha família! E nem com ninguém!

Mas foi quase intuitivo, eu queria acreditar que eu ainda pudesse salvá-lo. Que não fosse tarde de mais...

— Para! — ele segurou minhas mãos. — Se acalma, por favor... — sussurrou. 

Eu apenas negava com a cabeça, chorando. 

— Por favor... — ele pediu mais uma vez.

— Eu não posso... — dizia aos prantos.

— Me escuta. Deixa eu te ajudar. — continuou dizendo. — Eu quero ser útil, uma vez na vida! Cansei de papai me falar de seus feitos, eu também quero ser um vigilante e quero ser como você!

Eu não conseguia pensar naquele momento, então apenas concordei com ele.

— Então vamos... — disse friamente. 

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