Capítulo 33 - Segredos

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"Os Vigilantes vão vencer esta guerra e mostraremos pra você quem somos."

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Gael

 — O que está acontecendo...? — me levantei aos poucos. 

Estava em uma cama extremamente confortável. Com certeza, não era a minha. Olhei para os lados ainda inconformado. As paredes eram condecoradas e o chão era o mais limpo que jamais vira. Entendia agora onde estava. Minhas suspeitas se confirmaram quando o vi. Ouvi agora, passos vindos em minha direção.

— Daniel!? — o avistei adentrando o quarto.

— Olá. — disse se encostando na parede e cruzando os braços. — Está melhor...?

— Sim... — concordei com o rosto baixo. — E você...?

— Eu? — perguntou assustado. — Por que eu...?

— Depois de tudo que passou... Acho difícil de acreditar que esteja bem.

Ele olhou para baixo suspirando. 

— Estou vivo. — disse. — É o que posso dizer...

— As memórias voltaram... Certo? — perguntei, para ocupar o silêncio constrangedor.

— Infelizmente sim. — concordou. — Parece que não adiantou fugir do meu passado. — escorregou pela parede, assentando-se no chão, com as mãos no rosto.

— Me... Desculpa. — admiti. — Eu sei que foi culpa minha.

— Não, não foi. — ele disse.

— Eu não deveria ter procurado... — tentava me justificar. — Não sabia que seria tão ruim assim... Se eu não estivesse nascido... Talvez ela estivesse aqui...

— Pare com isso! — gritou. — Não é sua culpa Gael... Eu sou o culpado! — apontava para si mesmo. — Mas... Eu não posso, simplesmente não consigo, ao menos olhar pra você. Eu tenho nojo, pois enxergo os traços do maldito rei em você... Por isso tentei matá-lo. Diversas vezes. Porém até hoje, não matei uma pessoa sequer, nem o rei! — tentava segurar suas lágrimas. — Prometi que não faria o mesmo que os meus pais e parece que fiz pior... — falava rapidamente com as mãos no rosto.

— A questão não é quem é o culpado, mas sim as consequências que eles trouxeram. Durante tanto tempo levou este cargo pesado nas costas. Sozinho... Se estivesse no seu lugar, faria o mesmo. Então por favor... Não se culpe tanto assim. — o aconselhei e agora, pela primeira vez, ele olhava em meus olhos.

Ele sorriu por um tempo e riu sozinho. Arrumando seus cabelos para trás, me disse:

— Que fique bem claro... Não deixarei o trono para você. Até porquê... Quem não gostaria de ser rei? — ele disse e eu sorri.

— Eu também não. — disse com um olhar desafiador.

— Ótimo. — se levantou e ofereceu a mão em um acordo. — Que vença o melhor. 

Assim, ele saiu do quarto, enquanto sua capa vermelha se arrastava no chão.

Percebia agora, que Daniel, não era tão mal assim. Apenas era um louco. Completamente louco. E talvez seja por isso que admiro meu meio-irmão.

"Os Vigilantes vão vencer esta guerra e mostraremos pra você quem somos."  — pensei.

Então... Que comece o jogo.

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Rui

(Uma semana atrás...)

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