Capítulo 2 - Armas do destino

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"Ás vezes, é preciso parar e olhar para longe, para podermos enxergar o que está diante de nós."

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Raven

"Toc, toc". Acabei por acordar com as batidas na porta. Levantando aos poucos meio sonolenta, percebi que havia alguém ao meu lado. Pensei ser minha irmã, mas visualizando com clareza, vi que não era, era Gael! Como ele havia dormido ao meu lado sem que eu ao menos percebesse? E não me lembro de ter acontecido coisas do "tipo" na noite anterior. Espero que não tenham nos visto. Incomodada com a situação acabei por acordá-lo:

— Gael! acordes logo! Tu nem deverias estar aqui! — disse irritada.

— Só mais 5 minutos... Prometo a ti que já saio daqui. — ele me respondeu.

— Gael! levanta-te já! Pensas se alguém te vê aqui?

Ainda sonolento, se levanta as poucos da cama. Seus cabelos estavam bagunçados e suas roupas amarrotadas. Em seguida, limpou os olhos com as mãos vagarosamente e disse:

— Ah... Pois bem... — levantou o preguiçoso, olhando para mim com uma careta. — Por que está de calça?

— Sabes que odeio aquelas vestes longas... — disse desanimada. — E irei treinar com meu pai hoje.

Gael sorriu concordando e logo após, se ajoelhou aos meus pés, alegre. E antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele pegou uma de minhas mãos e me propôs um convite:

— Aceitas sair comigo? Digo, quero lhe apresentar um local mais tarde.

— Sabes que eu não sei... Estou muito ocupada estes dias... — disse fingindo recusar o convite, enquanto Gael parecia desapontado.

— Tem... Certeza? — perguntou olhando no fundo dos meus olhos, com um olhar triste.

Foi irresistível. Gael sabia como me convencer a fazer algo, pois fazia uma careta tão engraçada, que não poderia recusar a proposta.

— Haha! — gargalhei. — Aceito teu convite... Mas deves me surpreender...

— Pois este é o meu objetivo, não te preocupas princesa. — ele beijou uma de minhas mãos e eu revirei os olhos pelo gesto infantil.

E então, se levantou com um lindo sorriso nos lábios:

— Até mais! — ele se despediu e quase se despedaçou por pular daquela altura.

— Cuidado! — gritei preocupada. — Um dia destes, ainda morres!

— Não sabes tu que gatos têm 7 vidas?

— Vais trabalhar Gael. — disse virando-me, rindo.

Minutos depois, olhei novamente para janela, pensando no que Gael estava planejando, desta vez. Me lembro do frescor daquela madrugada. Não estava chovendo, e o Sol começa a surgir no horizonte. Era de manhãzinha. Meu pai gostava de ver o amanhecer do sol, por isso treinava á estas horas. Vestindo meu casaco vermelho e arrumando meu cabelo, saí do meu quarto sabendo de meus deveres a cumprir. Com um pouco de receio, caminhei até a sala.

— Raven! — papai disse, surpreso ao me ver.

— Pai! — corri para abraçá-lo.

E eis que lá estava ele, com seu capuz verde e suas flechas gastas. Eu poderia dizer que ele saíra de um livro de aventura, se não fosse pela sua idade.

— Está usando uma de minhas calças? — ele perguntou, me olhando de cima em baixo.

Maravilha. Mais alguém preocupado com minhas vestes.

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