Capítulo 15 - Realidade á tona

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 "A realidade pode ser mais cruel do que jamais sonhara"

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Raven

 Por favor! — eu implorava em prantos. — Não o machuque!

— Tarde demais... — ela disse se virando para mim.

Mas eu sabia que de nada me adiantara. Correr contra o tempo, já não era uma opção. Ela era uma mulher cruel mais do que jamais imaginei. E mais forte do que jamais serei. Então minha única esperança foi gritar com toda angústia que sentia:

— Nãooo! — gritei com toda coragem que me restava.

Minhas mãos tremiam assim como meu corpo. Eu olhava para os lados com medo, e foi quando finalmente entendi o que acontecera. Acordei assustada, ofegante. Então tudo não passou de um sonho. Um pesadelo.

— Ei! — ele me chamou. — O que foi? — perguntou, olhando meus braços.

Era Gael, estava são e salvo. Eu mal podia expressar o alívio que sentia. Então a primeira coisa que fiz, foi checar se ele realmente estava ali. Examinei seus braços, e estavam normais, sem qualquer marca aparente. Tudo parecia ter sido realmente um sonho. Mas a lembrança cruel ainda me atormentava. Não podia não ser verdade.

— Você... — olhei em seus olhos. — Você está bem? — chorava, caindo em seus braços.

— Raven... — disse acariciando meu cabelo. — O que foi?

Em resposta, levantei meu rosto para encará-lo. Ele viu um lágrima escorrendo pelo meu rosto, e limpou com cuidado.

— Isso tudo é por sentir minha falta? — sorriu tristemente.

Direcionei meu olhar para ele. Mas desta vez, com seriedade.

— Eu... — comecei a dizer. — Eu tive um sonho horrível! — admiti.

— O que sonhou? — ele perguntou preocupado.

Respirei. E respondi:

— Que Dona Nena era uma bruxa! E ela queria te matar Gael!

— Haha! — ele riu, mas vendo meu olhar, mudou seu rosto. — Me desculpe... — me olhava incrédulo. — Isso é sério?

— Não tem graça! — respondi com raiva. — É verdade. E se eu fosse você... Teria mais cuidado. Tenho um mal pressentimento sobre isso.

Um silêncio se pesava entre nós. Não era fácil dizer que a mulher que o acolheu e cuidou dele por todo esse tempo, pudesse fazer algum tipo de mal a ele. Mas eu precisava dizer. Mais uma vez, cumpria nossa promessa e seguia minha intuição. Pois eu sabia, que era melhor contar a verdade do que mentir e carregar este fardo.

Gael compreendeu, ou pelo menos fingiu entender, para dizer logo após:

— Se ela quisesse me matar, teria feito isso a muito tempo. — disse ele sincero. — Foi... Ela que me acolheu. — pensou. — Não faz sentido. 

— Não conhece ela tão bem assim... 

— Conheço o suficiente!

— O suficiente!? — gritei indignada. — Você nem sabe quem ela realmente é! Não sabe de onde ela veio, ou o que fez na vida, não sabe nem quem são seus pais!

Por um excesso de raiva, acabei falando o que não deveria. Os pais de Gael: ele odiava falar sobre isso. Então percebi pela tristeza, ódio e medo em seus olhos, que estava extremamente desapontado comigo. Talvez aquela frieza era o que eu merecia afinal de contas.

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