Capítulo 17 - A Partida (+16)

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   "Eu preciso seguir meu destino"

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Raven

Nem acredito que o "dia" já chegou. Foram 4 anos que passaram voando. Anos de muito esforço e luta. Graças ao meu pai, me tornei quem sou hoje.  Agora, estou com 20 anos e com uma missão para completar: ser a nova líder dos vigilantes. Liderar um bando de vagabundos não é fácil, e a minha missão é encontrar cada um deles por meio das cartas que meu pai me dera. Sinto que os encontrarei logo. Pois sabia que o destino, uma hora ou outra, faria nos encontrarmos.

Arrumei minha mala vagarosamente com uma dor no peito. Eu me lembrava de cada memória vivida nesta casa e na vila. Eu cresci ali, e iria embora, deixar praticamente tudo para trás. Mas eu sabia que tinha um objetivo em mente e que abri mão de todas essas coisas para aceitar esta missão.

— É o meu destino. — disse determinada, arrumando minha mala. 

Peguei as cartas e guardei-as na mala. Fechei-a e peguei a última carta em cima da cômoda. Pensei que havia esquecido de uma delas, mas na verdade esta era recém escrita. Com curiosidade abri e a li em alto som, chorando com cada palavra:

" Minha querida. Como o tempo passa rápido... E sei como ele foi precioso pra cada um de nós. Não quero dizer um: "eu te avisei", mas eu sabia a mulher que se tornaria e espero que seja feliz com sua escolha. Sempre soube a grande heroína que seria e aprecio a sua grande coragem para salvar este mundo corrompido. Desejo que seja muito feliz ao lado de Gael e que ele fique esperto, pois estarei sempre de olho. Venha nos visitar de vez em quando."

Com amor, papai.

— Pai... — disse enxugando as lágrimas. 

Suspirei, guardando a carta na bolsa com um sorriso no rosto. Andei então em direção as escadas e meu irmão passou correndo pela porta, deixando  um papel cair no chão.

— Victor! Espera! — gritei, mas ele já estava longe.

Peguei então o papel, e quando olhei para ver o que estava escrito, era na verdade, um desenho da nossa família. Victor pintou eu, ele, papai, mamãe e Loren de mãos dadas. Sorri em simpatia. Era um desenho feio pra danar, mas com certeza era feito com carinho. E eu adorei.

— Obrigado Vitor... — disse apertando a figura em meus braços. — Obrigado... — disse sussurrando sozinha. — Isso vai ser difícil... — suspirei tomando coragem.

Era como se minha vida se passasse de frente os meus olhos, o que me fazia cada vez mais me sentir melancólica. Criei finalmente coragem, e desci as escadas com o desenho em uma das mãos e a mala em outra. Estava muito pesada. Cambaleei descendo os degraus até que papai veio me ajudar.

— Me desculpe. — meu pai interveio. — Deixa que eu levo isto aí pra você. 

— Não precisa, eu... — disse, mas mesmo assim ele pegou a mala e levou para o pequeno estábulo onde estava meu cavalo. 

Não era bem um grande estábulo, era apenas um local que Thunder ficava, improvisado. Fiquei esperando até que ele voltasse.

Quando papai voltou, a família inteira estava reunida, até minha irmã resolveu aparecer. O que na verdade, eu sabia que fora mamãe que a obrigara a vir. Mesmo assim, ela tentava segurar as lágrimas, o que me fez rir.

Abracei um por um. Mas primeiramente, meu pai.

— Vou sentir muito sua falta. — eu disse abraçando-o e chorando em seus braços.

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