"Não somos o bem ou o mal, somos a justiça!"
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Robin
Muitos conhecem minha história. Um jovem justiceiro que roubava dos ricos para dar aos pobres, um senso de justiça que muitos queriam ter na época, pois sabem que desde muito tempo a injustiça está presente no mundo. Por isso, decidi fazer a diferença.
Meus pais eram nobres, com muitos bens e terras, apesar disso, não eram esnobes e sempre ajudavam os camponeses próximos. Por eles aprendi um dos meus princípios: "Ajudar o próximo independentemente de cor, nacionalidade ou condição financeira. Pois o que realmente importa é o coração".
Me lembro exatamente de quando conheci minha esposa. Donzela Marian. Na época apenas uma garota travessa que me ajudava nas minhas trapalhadas, como de um dia descobrir se o xerife usava ou não peruca.
— Eu tenho certeza de que ele usa! — disse eu com convicção.
— Tem certeza? E se não usar? Levaremos uma bela bronca! — disse ela preocupada.
— Eu tenho certeza! Eu já disse... — afirmei. — Confie em mim. — disse dando uma piscadela.
E então fomos testar minha teoria, simplesmente pela pura diversão. E descobrimos qual cruel pode ser uma vara de marmelo.
A cada dia ela ficava mais linda. Seus cabelos escuros ao vento, com seus olhos azuis penetrantes. Como a amo! Só não sabia quão distante ficaríamos.
Em minhas atividades diárias, praticava constantemente arco e flecha com meu pai, um nobre fazendeiro. Ele me dizia que eu tinha o dom pra coisa. Bom... Aprendi com ele. E foi uma das melhores coisas que aprendi em toda minha vida. Por que era com esta arma, que um dia lutaria.
Até que um dia, papai faleceu. Em partes por tristeza da morte de mamãe anos atrás, outra parte pela administração das fazendas que o deixavam de cabelo em pé.
Não me apeguei aos compromissos, deixei ao serviço dos empregados de confiança, enquanto vivia uma vida livre pela floresta. O que mais gostava de fazer era caçar. O problema era a fiscalização pela floresta. Então um dia me pegaram caçando um veado. Disseram que pertencia ao rei e que eu deveria pagar por ele.
— Pois eu não pagarei nada! — gritei indignado. — O animal está livre pelas matas.
— Estas matas pertencem ao rei. — disse um dos soldados. — Portanto pague seu desgraçado! Por bem ou por mal!
Tentei correr, fugir e acertar algumas flechas em alguns deles, mas como eram muitos me pegaram. Neste dia, apanhei muito. Ainda me lembro de cada uma das feridas, pareciam que nunca mais iriam cicatrizar. Depois, confiscaram os bens de meu pai e me deixaram vagando por aí.
Tentei me vingar por muitos anos, não só pelos meus bens perdidos, mas principalmente pela injustiça contida na capital. O rei não se importava com a população. Ele só queria expandir seu império, mandando cada vez mais, pessoas inocentes para guerra. Muitos morriam de fome, sede, imploravam por melhoras. E os ricos, que tinham pra sobrar, os criticavam e os mandavam trabalhar por horas em lugares horríveis. Não pude me conter com aquilo. Decidi que traria justiça aquela cidade.
Muitos também apoiaram a causa e em alguns meses consegui um grupo: Os vigilantes, que aos poucos se espalharam pelo mundo. Os bravos homens e mulheres que lutavam pela justiça.
Alguns amigos que tenho até hoje, não faziam o trabalho apenas pelo lucro, mas porque sentiram na pele o que é passar fome, sede, frio, e não poder ao menos reclamar.
Ainda assim, muitos nos odiavam por estar fazendo, o certo? Só queríamos um mundo melhor para todos vivermos. E quem mais me odiava era o xerife, pelas minhas "vinganças" e pequenas brincadeiras. Eu adorava irritar aquele cara. O problema era que os membros da equipe estavam cansados dele. Tiraram muitas propriedades de nós e o rei que mandara matar-nos e que, principalmente pediu aos caçadores que exercessem essa difícil missão.
Os caçadores eram assassinos profissionais. Por isso, pensando em impedir que este acordo entre nossos inimigos se fortalecesse e acabassem nos aniquilando, mataram o xerife. E a culpa caiu sobre mim."Robin Hood que matara o xerife". Me caçariam até o inferno. Estava com minha filha pequena e minha mulher grávida, simplesmente não poderia abandonar minha família. Então nos escondemos em um vilarejo afastado da capital, até os dias de hoje. E para evitar suspeitas, vivi uma nova vida sem contar nada sobre meu passado as pessoas próximas de mim, principalmente a Raven.
— Nestes últimos dias, soube que contrataram novos soldados, estavam caçando vestígios dos últimos vigilantes vivos e se eu estava realmente morto. — continuei dizendo seriamente. — Estou certo da minha morte próxima. Mas preciso completar minha missão: destronar o rei desgraçado, recuperar meu tesouro e restaurar os vigilantes.
Raven, ouvia atentamente cada palavra que eu proferia. Havia contado tudo que escondia, por todos esses anos. Por isso, percebi que o tempo passava rapidamente. A noite se estabelecia, mas a conversa ainda não terminava.
Já sabíamos que estava tarde, mas em nenhum momento o sono nos interviu. Pois uma dúvida ainda pairava no ar.
Não era sobre minha vida, ou um segredo que ocultava em minha mente, mas sim uma difícil decisão que Raven teria de tomar. Sabia que esta missão seria para ela. Minha filha se tornaria a nova líder dos vigilantes.
Orgulhoso e cheio de esperança, me levantei ficando de frente para ela. E Finalmente fiz a pergunta que mais temia:
— Estará pronta pra assumir uma grande responsabilidade?
— Sim. — respondeu sem vacilar.
— Estará disposta a morrer por outras pessoas?
— Sim!
— Ou prefere continuar sua vida aqui, enquanto constrói sua própria família? — perguntei.
Percebi que pela primeira vez, ela oscilava entre pensamentos. A última questão ainda pairava em sua mente. Pois era uma decisão muito difícil.
Eu havia abandonado as florestas e desistido do grupo, para proteger minha família. Loren também. Ela decidiu construir sua própria família. E minha única esperança, era a resposta de minha segunda filha. Se ela rejeitasse, nunca mais a Inglaterra ouviria falar dos Vigilantes, ou ao menos poderiam mudar de vida. Mas se ela escolhesse... Podia imaginar um futuro brilhante pela frente.
Inquisitivo com o olhar, a pressionei para responder. Eu precisava saber. Uma grande decisão estava em suas mãos e minha única chance, era escutá-la.
Com um olhar confiante e uma de suas mãos no coração, ela proclamou:
— Sim!
Eu sorri, quase me derramando em lágrimas. Uma paz enorme me invadia. Uma nova chance seria avistada. O futuro, estava em suas mãos.
— Pois agora, eu a proclamo, a nova líder dos Vigilantes! — disse sorridente, a abraçando.
Nós dois choramos ao mesmo tempo. Aquilo significou tanto para mim. Eu poderia finalmente, morrer em paz, pois sabia que uma mudança ocorreria no mundo. Os Vigilantes voltariam. E a justiça, seria estabelecia.
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The Vigilantes
PertualanganO que faria ao saber que seus pais escondem segredos de você e que todos a sua volta, mentem da mesma forma? Raven, decide mudar tudo isso. Porém ao revirar seu passado e descobrir seu destino, seu futuro e de todos que ama pode estar em perigo. "Co...