Capítulo 19 - Os Vigilantes

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— É muito simples. Pense no aqui e agora. Viva! — sorriu. — O futuro é incerto, então, só você pode mudá-lo. Se algo der errado, eu estarei com você.

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Raven

Acordei abraçada com Gael. Sem dúvidas, o melhor dia da minha vida. Sempre o amei, e este sentimento está aumentando a cada dia. E neste momento, sei que precisamos um do outro, mais do que nunca. Estou longe da minha família e ele ainda está procurando a sua. O que eu realmente acho estranho, é a ligação do rei com Gael. Eu odeio duvidar das pessoas, mas minha intuição me diz que ele está escondendo alguma coisa. O melhor a fazer é investigar.

— Bom dia princesa...! — disse olhando para mim e bocejando.

— Bom dia... — disse meio desanimada.

— O que foi? — perguntou, colocando uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha. — Esta cara de cachorro abandonado? 

Suspirei e disse:

— Eu estou com muito medo. — disse sincera, sem olhar muito para ele.

— Do que exatamente? — indagou encostando uma de suas mãos na cabeça; seu braço roçava na parede áspera.

Pensei por um momento. Eu tinha tantas dúvidas e tantos medos. Mas em compensação tinha os conselhos e as pessoas que amava em meu coração. O meu maior medo, talvez fosse nunca mais poder vê-los. Respondi então:

— De que tudo que eu fizer, for em vão. — respondi, mas desta vez, olhando para ele intensamente.

Ele sorriu compreensivo.

— Como pode saber, se ainda não aconteceu? 

Olhei para ele curiosa. 

— É muito simples. Pense no aqui e agora. Viva! — sorriu. — O futuro é incerto, então, só você pode mudá-lo. Se algo der errado, eu estarei com você.

— É por isso que eu te amo... — sorri, o beijando. 

E só então, olhando para o teto, me recordei do meu objetivo de de minha missão. Por isso, disse de repente:

— Desculpa atrapalhar o clima, mas temos muito o que fazer. — levantei apressada.

Peguei minhas roupas que estavam espalhadas pelo quarto e vesti. Arrumei o pequeno espaço, guardando o restante de minhas coisas em minha bolsa. Percebi então que meu pai havia posto vários de suas capas verdes.

— Pai... — sorri tristemente, com um capuz na mão.

— Então era isto que estava fedendo na sua bolsa? — perguntou, apontando para o casaco.

— Estava mexendo na minha bolsa?

Ele sorriu meio sem jeito, coçando a cabeça. É como dizem: quem cala consente. E eu, não queria nem imaginar o que ele procurava. Olhei furiosa para ele e joguei o capuz em seu rosto.

— Ei! — reclamou.

— Vista seu manto vigilante, vamos partir! — eu disse confiante.

Vestimos algumas capas marrons para passarmos despercebidos, e enfim estávamos prontos para a primeira missão.

— E como vamos achar os vigilantes? — Gael perguntou antes de sairmos. — Você sabe quem eles são?

— Eu não tenho a menor ideia. — gargalhei. — Mas sei que vou encontrá-los.

— Você é doidinha em... — ele respondeu duvidoso.

E em fim, quando estávamos abrindo a pequena porta para sair da toca, ouvimos passos altos; ou melhor, cavalgadas.

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