Félix
Que merda é essa! O Giovani está morto! A única certeza que tenho é essa. As fotos estão por todo lado. As pessoas estão olhando e falando. Realmente o filho da puta voltou com tudo. Eu só queria saber o ódio que ele sentiu do André.
André nunca fez mal a ninguém. Ele sempre foi tão tranquilo que até assustava. Mas Giovani sempre cismou com ele, até mesmo antes dele tentar violentá-lo. E eu nunca entendi o motivo.
E agora essa. O procuro e não o vejo, claramente ele já deve está longe. Mas, irá voltar. Já que agora estuda aqui. Na hora que eu o vê, espero que ele corra porque antes de procurar uma forma de sumir com ele dessa cidade de vez, eu vou quebra-lo todo!
Aviso André o que aconteceu e sei que meu amigo vai está surtando. Só porque estava feliz. Só porque ele estava com alguém finalmente. Isso não é justo. O mundo sempre machuca quem não merece.
Meu celular toca e vejo o nome do André. Eu sei que é melhor eu atender. O problema é que não sei o que falar. Eu não sou o Augusto. Eu não sou bom com palavras.
_ Oi, André, calma. Eu sei que você vai surtar mas calma. Pelo amor. Porque eu já quero matar o Giovani. E se você ficar igual está eu vou fazer uma besteira com aquele idiota.
Eu realmente não sei mais o que dizer. Ele não merecia passar por isso. A única coisa que sei e que eu vou tirar meu amigo dessa.
_ Félix, eu estou com o Paulo. Eu não sei para onde ir. Eu não posso ir pra PUC hoje. Não vou conseguir encarar essas pessoas. - diz André pelo celular.
Claro que ele não vai vim! Ele não vai pisar nesse lugar até eu matar o Giovani com as minhas próprias mãos.
_ Tudo bem, me espera aí. Não quero você sozinho em lugar nenhum. Estou indo aí te pegar, já que o Augusto não atende. Ele ia no fórum, deve está lá.
Vou levar o André lá pra casa e matarei a última aula. Depois aviso o Augusto tudo. Não vou o deixar sozinho. Ainda mais depois disso tudo. Se alguém o fotografou, com certeza tem gente seguindo ele de perto.
_ Eu estou no prédio perto da livraria.
_ Okay, quando estiver chegando aí eu aviso.
Desligo e volto para pegar minha mochila. Sorte que fui em casa depois de deixar o André na livraria. Se não tivesse ido, também estaria sem carro.
_ Félix amigão! Como assim, aquele garoto que vive com você é viado e você nunca me contou? Não rola dele sair com a gente mais não hein. - diz Fabrício.
Fabrício é um amigo que fiz nas festas logo no primeiro ano da faculdade. Ele faz Engenharia Civil e sempre foi um babaca, mas por conta do pai, sempre teve acesso à todos as festas da cidade.
_ Fabrício, primeiro a vida do André não é da sua conta ou de ninguém! Segundo. Se ele é gay ou não isso não muda quem ele é. Terceiro, é melhor você entender isso de uma vez porque se não some.
_ Ihh, você come ele né? É isso! Para tá defendo ele assim. Ah Félix, eu nunca pensei que você era desse tipo de cara, que sai pegando viadinho. Ainda mais você, que sempre teve todas as meninas aos seus pés.
Só vejo o que fiz quando percebo que Fabrício está no chão. Eu não estou bem, e ele ainda vem falar merda.
_ Qual foi cara, somos amigos! Estava só brincando não precisa disso tudo não. - diz Fabrício levantando.
_ Cara, papo reto! Sendo bem sincero com você. Ninguém tem o direito de ser exposto por nada. Ninguém tem que ser tirado do armário a força. Ninguém deve passar pelo o que o André está passando! O cara nunca fez mal a ninguém! Sempre ficou na dele. E terceiro, aprendi uma coisa orientação sexual não define ninguém. E por favor, entenda isso! Pois, se não, é melhor você sumir da minha vida. Eu sei muito bem quem fez isso, e eu vou acabar com ele. Só que, não vou tulerar que ninguém fale asneira sobre o André.
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Duas Metades (Romance Gay)
Teen FictionPaulo ainda não sabe o que fazer do futuro, vindo de uma família pobre, ele trabalha de dia e faz supletivo à noite. Seu sonho é fazer faculdade de Direito e ajudar seu irmão mais novo e sua mãe. André vem de uma família da alta sociedade. Sempre v...