Capítulo 40

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André

Eu ainda não acredito, ele está bem! Ele finalmente está bem! Quero saber tudo que aconteceu, mas apenas de saber que ele está em segurança tudo fica mais calmo.

Me jogo na cama, o alívio passa pelo meu corpo é algo único.

_ Viu, as coisas se resolveram e você não precisou ir encontrar com o louco do Giovani. Mas, ele ainda vai pagar - diz Félix.

Augusto, Jessica e Yasmin foram para a cozinha tomar um café. Já que agora as coisas estão mais calmas e todos precisam descansar.

Ouvi que eu também precisava, mas a única coisa que quero é ir atrás do Paulo, quero o encontrar pessoalmente, quero sentir seus braços, seu toque, seu cheiro. Seu ser.

_ Félix, vamos logo. Eu quero ir buscar o Paulo. Eu sei que ele não está mais em perigo mais mesmo assim. Quero saber o que aconteceu e também tirar ele logo de lá.

_ Eu já falei que vou te levar. Deixa só eu tomar um banho e já vamos. Também quero saber como o Giovani prendeu ele. E acima disso, quem o ajudou. Porque isso está muito mal contato.

_ Então anda, vai logo jogar uma água no corpo.

_ Você também deveria. Vai querer conhecer a sua sogra assim? - diz Félix.

Realmente, eu nem me olhei no espelho mas a certeza que estou destruído eu tenho. Sem dormir, depois de ter chorado.

_ Okay. Mas vai primeiro você demora mais. - digo. Porque o Félix demora tanto para se arrumar que sempre parece que está indo para uma festa e não simplesmente na esquina.

_ Faz o seguinte, você toma na suíte dos meus pais. Aí terminando logo e saímos. E eu não demoro não viu!

Félix abre o guarda roupa e me joga uma toalha. Pego algumas peças que o Augusto me trouxe e corro para o banho. Só quero encontrar logo com o Paulo.

Saímos depois de uma hora de arrumação e também de prometer que iríamos voltar para lá. A Jessica não vai nem abrir a livraria pois vai ficar para a comemoração que faremos quando Paulo voltar comigo. Ela já avisou que a mãe do Paulo é uma fofa e que não preciso me preocupar.

O Augusto e a Jessica estão bem próximos, e eu me pergunto se ali já está rolando algo ou meu amigo ainda não disse o que está sentindo. Quem sabe, as coisas não se acertam na hora certa. Algo que tudo isso que vem acontecendo na minha vida vem me ensinado é que tudo se encaixa na hora certa.

Félix dirige em silêncio e eu não digo nada minha mente está longe. O endereço na mensagem é seguido por Félix e ele estaciona em frente a uma casa. Ela tem cerca de um quintal. Entro e toco a campainha.

Um garoto que está de short, daqueles que todo jogador usa e sem camisa, abre a porta. Que corpo, não tem como não olhar.

_ Você deve ser o André né? O Paulo está lá no meu quarto. Ele ainda está bem abalado com tudo. Eu falei que ele precisava de um banho, porque aqui é muito quente e fora que depois de tudo que ele passou. Mas ele não saiu nem do chão ainda. Quem sabe você tem mais sorte.

Ele arrasta a porta e dar entrada. Eu entro e vou andando.

_ É a segunda porta à direita.

Ouço o garoto dizendo. Me distancio mas ainda escuto o garoto cumprimentando o Félix.

Abro a porta indicada e lá está Paulo ainda sentado, e com os braços em volta das pernas.

Aquela cena me destrói, nunca o vi tão frágil. Não como ali. Como eu queria tirar essa dor dele e passar para mim. Ele não merecia nada disso, foi arrastado para esse meio.

Duas Metades (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora