Yasmin
Eu ainda não podia acreditar, a Dani sempre foi meio afoita. Meio atirada, mas sempre me tratou tão bem. Ela só sempre foi incompreendida. E agora essa? Não acredito!
_ Yasmin, eu sei o que você está pensando. E olha, já te adianto. Eu sempre achei essa amizade sua com a Dani algo de via única. Você sim é amiga dela, mas ela? Não sei não hein. - Diz Augusto.
Mais um falando da Dani, nenhum deles a conhecem como eu a conheço. A Dani passa muita coisa, ela nunca teve carinho. E os pais simplesmente compram tudo o que ela quer. É por conta disso que ela tem essa síndrome de atenção. Mas ser má? Armar contra o André? Se juntar com o crápula do Giovanni? Não faz a linha dela. Ela não é assim.
_ Augusto, deixa eu conversar com ela amanhã. E só depois que irei pensar sobre isso. Porque, sem ouvir a versão dela eu não irei julgá-la. Ela é minha amiga. Desde o primeiro dia da faculdade. Ela que ficou comigo nas primeiras aulas e tudo.
_ Tudo bem, amanhã você verá quem é essa Dani. - Augusto termina de dizer me dá um abraço e eu entro.
O apartamento está em silêncio, meu irmão está deitado na sala com mãe. Pelo visto, eles dormiram assistindo ao filme. Fico com dó de acorda-los e vou ao quarto pegar uma coberta. Volto e os cubro. Caminho pelo corredor e vejo meu pai sentado no escritório dele.
Já é tarde, mas ele continua firme nos processos.
_ Oi minha filha, chegou agora da aula?
_ Não pai, eu cheguei mais cedo e fui na casa do Félix, o André está passando uma barra e fomos lá dar uma força.
Meu pai me olha, como crescemos juntos, ele sabe que eu e os meninos somos bem próximos e sempre nos ajudamos.
_ O que aconteceu com ele? É grave? O pai dele não me falou nada hoje.
_ Então, a questão é que o senhor Agnaldo é um babaca. Ele colocou o filho na rua. Porque descobriu que o André é gay.
Meu pai não muda nem o semblante. Minha sorte é que tenho pais super presentes e bem tranquilos. Quando decidi fazer dança na faculdade recebi todo o apoio, algo que muitas colegas não receberam.
_ Oi? Ele fez o que? E o André é gay? É bem que eu desconfiava. Mas qual o problema dele ser gay? Agnaldo sempre foi meio arcaico. Só que, por o filho para rua? Só por isso? Eu vou precisar conversar com ele.
Aí meu pai é maravilhoso. Eu abraço ele ainda sentado na cadeira.
_ Ai pai, você é o melhor! Conversa sim, coloca juízo na cabeça dele. Né possível que ele vai preferir ver o filho sem nada. Porque até a faculdade, ele já suspendeu o cheque.
_ Que absurdo! Vou conversar com ele mesmo! E já deixa claro para o André que caso ele precise, eu pago a faculdade pra ele. Mas e a Dona Marcela? Ela está sabendo o que o marido está fazendo com o filho? Porque pelo o que conheço dela, ela não ia aceitar não.
_ Então pai, ela foi para um spa e vai ficar a semana toda lá, só volta fim de semana que vem. E enquanto isso ela está incomunicável. O problema é que enquanto isso o André está sem rumo.
_ Entendo, então fez bem em ajudar. Vocês são amigos desde infância e sempre foram tão próximos.
_ Sim, aqueles meninos são uns chatos tem hora. Mas eu tenho que tomar conta de todos.
_ Sei, eu só quero saber com qual deles você vai terminar casando. Com o Félix que te ama ou com o Augusto que você ama desde novinha. Ainda lembro de como você corria atrás deles quando era novinha.
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Duas Metades (Romance Gay)
Teen FictionPaulo ainda não sabe o que fazer do futuro, vindo de uma família pobre, ele trabalha de dia e faz supletivo à noite. Seu sonho é fazer faculdade de Direito e ajudar seu irmão mais novo e sua mãe. André vem de uma família da alta sociedade. Sempre v...