Capítulo 21

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Paulo

Ainda não acredito que estou ao lado de André sentado no sofá da casa da Jessica. Parece que estou sonhando. A vida mesmo com todos os problemas, parece mais leve.

_ Pronto, chegamos e agora podemos ter mais um tempo só para gente. - digo.

André está sorrindo ao meu lado e eu, o puxo e o beijo. Se eu pudesse ficaria beijando o André para sempre. Ele corresponde e acabamos nos deitando.

A cada toque dele em meu corpo me desperta sensações que eu nunca senti. Meu coração acelerado, meu corpo em brasa, algumas partes ficando duras.

André pode ser novo, mas sabe como me enlouquecer. As carícias continuam, e eu começo a ficar ofegante. Não quero forçar nada, não quero passar da linha mas, se ele continuar me beijando e descendo suas mãos pela minha barriga.

Eu paro o beijo, preciso falar com ele.

_ André, calma. Porque se continuar assim, vai ser difícil controlar e não quero fazer nada que você não queira.

_ E quem disse que eu não quero? - diz André.

Ele sorri ao dizer e fica claro que ele está com vergonha. E não está pronto.

_ Esse seu rostinho aí deixa claro. Então, não precisa mentir. A gente pode ficar aqui juntos, abraçados e conversando. Que tal?

_ Tá bom.

André se deita em cima do meu peito e ficamos ali por uns instantes.

_ Paulo, as coisas vão ser difíceis? Ou eu posso ter esperanças de que tudo agora fique mais leve. Porque quando estou com você, parece que as coisas vão ser tão simples. Sabe, eu tenho medo. Medo pela reação dos meus pais, pela sociedade. Por tudo.

Ouvir aquelas palavras só me faz lembrar mais ainda de quando eu contei, de quando eu me abrir. Não é fácil, nunca é. E muitas vezes, as pessoas que deveriam lhe dar apoio, são as que te viram as coisas.

_ André, vou ser sincero com você. Tudo depende de como seus pais vão reagir. Porque o resto do mundo pode te odiar. Mas se tiver proteção em casa tudo fica mais fácil. Eu, tive metade. Mas no fim, meu pai me culpou pelo fim do casamento dele e meu irmão mais novo me odeia.

Solto e me arrependo, ainda é muito cedo para ele saber todo o drama que minha família passa. André já tem muita coisa na cabeça.

_ Enfim, o que quero dizer que a vida ê uma caixinha de surpresas e que tudo depende da situação. A única coisa que posso lhe dizer é, seja você e faça aquilo que seu coração mandar. E no seu tempo.

_ Não entendi muito bem, seu pai culpou você? - Pergunta André.

Aquele garoto realmente não existe. Cheio de coisas na cabeça e ele se preocupa com algo que soltei sem querer.

_ Vamos fazer assim, da próxima vez que nos encontrarmos eu conto a minha história para você. Agora, vamos focar em ficarmos aqui, juntos. E aproveitar cada momento que podemos.

_ Okay, mas quero saber de tudo. Eu sei que desde ontem você foi arrastado para o meu mundo, meus problemas. Só que, eu quero saber tudo sobre o seu universo.

André sabe falar.

_ Paulo, eu sei que não estou pronto para algo a mais mas deixa eu tentar algo. Já aviso que eu quero viu.

O que ele está querendo?

André começa a se abaixar e segura minha calça. Acho que sei o que ele quer.

_ André, você tem certeza?

_ Paulo, você tem o costume de falar demais. Então silêncio.

_ Oi, eu tenho o quê?

Duas Metades (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora