31. Casa de repouso Vivant

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II

— Katelyn internou-se aqui por conta própria alguns anos depois de descobrir que estava desenvolvendo Alzheimer precoce, a doença progrediu rapidamente, por esse motivo, talvez ela não se lembre de vocês ou lembrará de vocês, não dá para ser preciso sobre isso, todos os dias nós fazemos perguntas para tentar estabelecer em quantas anda a memória e a consciência dela.

"Ela se irrita e se torna verbalmente agressiva quando fica confusa, então recomendo que vocês entrem um por vez e forneçam o máximo de informações que puderem, evitem perguntas que ela precise lembrar de acontecimentos, nomes e datas específicas, invés disso, forneçam essas informações a ela, ficarei aqui fora para o caso de qualquer problema, se tiverem dúvidas vocês podem me perguntar".

— Apenas eu vou entrar. — Informou Alyssa.

O homem assentiu e empurrou a porta aberta para que ela passasse, Alyssa entrou hesitante e olhou para trás, percebendo que o cuidador não fecharia a porta, apenas a encostaria novamente. Alyssa olhou para as costas de sua mãe, estava com um casaco de lã branca.

Deu passos lentos em volta da cama, vagamente percebendo que seu quarto estava cheio de porta retratos, a maioria de Katelyn com um homem que Alyssa julgou ser o Sr. O'Connell ao longo de sua vida, viu um deles de quando era mais nova, um pouco diferente do que Alyssa lembrava em suas memórias e sonhos, mas igualmente linda.

Havia nomes, locais e datas escritas em cada porta retrato. Seu coração se apertou, deveria ser horrível esquecer-se de coisas e pessoas que sempre foram importantes para você.

Alyssa não conseguia decidir se o fato de que sua mão poderia não lembrar-se dela, de sua própria filha, era algo bom ou ruim. Alyssa não sabia o que falar para mulher caso ela lembrasse.

Não sabia caso Katelyn pedisse desculpas, se a perdoaria. Alyssa apenas queria entender um pouco melhor seu passado, queria saber por que Katelyn a entregou para adoção. Queria, de alguma forma, que Katelyn lhe desse algo que Alyssa não conseguiu em toda a sua vida, porque seu passado era de certa forma um quebra cabeças sombrio e Alyssa sentia que uma peça importante faltava para que pudesse deixá-lo para trás.

Mas Alyssa não havia percebido isso até descobrir que Katelyn estava viva. Talvez uma parte dela sempre tivesse suspeitado, mas o que é mais doloroso, minha mãe ter sido morta pelo meu próprio pai ou ela ter sobrevivido, mas ter me abandonado?

Alyssa viu seu rosto de perfil, a mulher tinha mais sardas do que Alyssa pelo rosto, seus olhos pretos fixos em algum ponto a sua frente, lábios finos e mãos em seu colo com uma escova de cabelos. Alyssa andou mais alguns passos e posicionou-se quase em frente a Katelyn, a dois metros de distância, não obstruindo o que quer que ela estivesse olhando.

Prendeu a respiração quando o foco de visão da mulher mudou-se para ela. Katelyn franziu o cenho depois de alguns segundos e fez uma careta com a boca.

— Eu não sei quem é você, você é nova?

Alyssa apertou a barra do moletom, angústia e dor esmagando-a, mas sorriu instavelmente.

— Bom dia Sra. O'Connell. Não, eu não trabalho aqui, me chamo Alyssa Casey.

Alyssa esperou que reconhecimento passasse por sua expressão e tentou com todas as forças não chorar quando isso não aconteceu, inspirou profunda e tremulamente, tentando manter o controle de suas emoções, o que eu faço agora?

Katelyn franziu ainda mais e apontou para a cadeira de balanço.

— Você quer se sentar, querida? Está muito pálida, parece que pode desabar a qualquer momento.

Onde as lágrimas repousam [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora