Epílogo

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Três anos depois

— Você vai fazer um buraco no chão se continuar andando assim. — Murmurou Jason.

— Verdade Ally, você já deve ter desgastado a sola do seu sapato ao ponto de pisar em uma moeda e saber se é cara ou coroa. — Comentou Max.

Alyssa o fuzilou com o olhar, o que o fez calar a boca.

Dan interrompeu Alyssa e lhe deu um abraço, ela protestou a princípio, mas depois aceitou de bom grado, percebendo apenas naquele momento quão desesperadamente por aquilo ela estava. Ethan já estava lá dentro ao que pareciam ser horas.

— Abraço em grupo! — Gritou Max.

Alyssa foi totalmente engolfada pela montanha de braços e troncos que eram seus amigos, ela riu tentando passar por debaixo da axila de Jason para fugir daquilo antes que virasse um montinho, quando Ana a empurrou de volta ao entrar no abraço.

— Deuses! Vocês vão me matar!

Os caras se afastaram, rindo. De repente, a porta dupla de madeira pesada se abriu ao seu lado e Alyssa empurrou seu caminho para fora do grupo bem a tempo de ver Ethan arrastando uma mochila com rodinhas com um braço, carregando sua pequena carga preciosa com o outro. Uma mulher de óculos estava com ele e sorria antes de despedir-se.

Alyssa correu na direção, mas travou no lugar quando Ethan pôs a menina de sete anos no chão, seus diminutos olhos pretos brilhavam de animação e seus pulinhos faziam com que seu cabelo cheio e encaracolado se agitasse para todos os lados.

Quando descobriram que Ethan era estéril, cerca de uns dois anos atrás, Alyssa e ele conversaram e decidiram que tudo bem não ter filhos, Alyssa tinha de fato suas hesitações com a maternidade, de forma que seguiram com suas vidas.

Algum tempo depois, Alyssa e Ethan começaram a fazer parte de um projeto filantrópico de população em situação de vulnerabilidade social, o que incluía pessoas e famílias em situação de rua e foi assim que conheceram a pequena. Antes que percebessem, haviam se apaixonado por ela. Todos eles.

Em uma das visitas aos orfanatos, Alyssa percebeu que uma das crianças estava isolada dos demais no pátio, ela entendeu imediatamente o motivo, as crianças que passavam por ela ficavam-na provocando por seu cabelo e cor de pele.

Alyssa sorriu quando a pequena levantou-se e correu atrás das demais, com a clara intenção de brigar. Quando passou por ela, Alyssa a pegou no colo antes que alcançasse as outras e a menina a olhou assustada, "que cabelo lindo que você tem". Bastou esse pequeno elogio para a garotinha abrir o sorriso mais amável que Alyssa já testemunhou e naquele momento, ela soube que seria mãe.

— Melanie! — Chamou Alyssa.

A pequena virou-se e correu em sua direção, rindo. Alyssa abriu os braços e a ergueu, para seu puro deleite. Ficou girando com a pequena nos braços enquanto Ethan apresentava Melanie aos seus tios babões.

— OH, MEU DEUS, O PERU! — Gritou Ethan.

Jason ergueu o braço como se fosse um estudante em uma sala antes de falar.

— Eu voto que esse deve ser nosso novo cumprimento natalino.

— APROVADO! — Gritaram Ana, Max e Dan ao mesmo tempo.

Alyssa riu enquanto Ethan dava língua para Jason.

— Vamos, temos que correr pra casa ou a ceia dessa noite vão ser os donuts que Alyssa escondeu atrás dos tomates na geladeira.

— Eu não "escondi", apenas guardei bem, senão o Dan ia acabar com eles antes que eu tivesse a oportunidade.

— De qualquer forma, vamos!

Onde as lágrimas repousam [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora