30. Bomba relógio

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II

Ana o viu primeiro, piscou para e falou algo para Alyssa, afastando-se dela. Alyssa girou em sua direção, parecendo nervosa, Ethan a abraçou com força, sabendo que o fotógrafo próximo a eles não deixaria isso passar batido. Deu-lhe um beijo na testa para não borrar seu batom vermelho e a olhou, sentindo o ar fugindo de seus pulmões.

— Você está linda.

Alyssa corou e abriu um sorriso que fez seu pênis latejar em resposta.

— Eu sei. — Respondeu simplesmente.

Ethan riu.

— Quer dançar? — Perguntou segurando sua mão e levando-a para a pista de dança.

— Você não tá chateado?

Ethan encolheu-se um pouco, sentindo-se mal pelo fato de Alyssa ter estado nervosa com o que ele pensaria disso, quando na verdade sempre quis declarar para todos como se sentia por ela, odiava a ideia de esconder isso como se sentisse vergonha no lugar de orgulho.

— Estou agradecido que Ana fez isso, mas temos que conversar mais tarde sobre as consequências de ter te exposto pra mídia, talvez fique um pouco difícil, mas eu e Ana podemos te ajudar a passar por isso da melhor forma.

Alyssa assentiu, embora seus olhos tivessem arregalado um pouco.

Começou a tocar uma música lenta começaram a balançar no ritmo, Alyssa sorriu.

— Quer dizer que vou estar nos jornais amanhã?

— Não fique convencida. — Ethan riu.

Ethan ficou em silêncio o resto da música, sua mente tinha um relógio em contagem regressiva, haveria uma grande reunião dentro de algumas semanas, todos os diretores e vice-diretores, além de acionistas majoritários deveriam encontrar-se na filial da SendaX em que ele era diretor de operações, para que, supostamente, Ethan e Colin apresentassem as estatísticas de funcionamento da empresa.

O propósito era averiguar se a filial estava dando lucros e tomar as medidas cabíveis de acordo com os resultados apresentados, para Ethan era a oportunidade perfeita que ele e Colin estiveram esperando todos esses meses.

Estava completando um semestre que Ethan começara na SendaX e desde o começo sabia que precisava ter paciência para esse momento, sentia-se nervoso, mas também estava em pânico. Por mais que tivesse uma ínfima chance, havia alguma possibilidade de tudo dar errado, todas as provas de Colin poderiam ser mais uma armadilha para ele, era o que sua mente sussurrava, mesmo não sendo mais possível àquela altura do campeonato.

Hendrik poderia estar preparado para alguém voltar-se contra ele como fizera com Ethan na primeira vez. Ceasar poderia ter uma influência muito grande dentro da polícia. Todos os piores cenários cruzaram sua mente, Ethan sabia que não aguentaria passar pelo que passou novamente, tinha medo de que, se o pior acontecesse, ele quebrar-se-ia para além do conserto.

— Ethan? — Alyssa chamou sua atenção.

Olhou para baixo, vendo preocupação no bonito rosto de Alyssa, sua boca fazia um leve bico e suas pálpebras se fechavam levemente enquanto linhas de expressão marcavam sua testa franzida. Ethan abaixou-se e deu um leve roçar em seus lábios, arrancando um suspiro dela.

— Você está com fome? — Perguntou ele.

Ela sorriu.

— A comida aqui é uma merda, como você consegue?

Ethan riu.

— Conheço uma ótima pizzaria, os caras disseram que estariam de bobeira hoje, o que você acha? — Perguntou ele.

Os olhos de Alyssa brilharam.

— Vou chamar a Ana! — Falou animada.

— Então basicamente a merda pode respingar na gente

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— Então basicamente a merda pode respingar na gente. — Comentou Max com uma fatia de peperoni na mão.

— Acho improvável, e se acontecer, acredito que seja como forma de conhecerem sobre Alyssa, mas é bom que a gente leve isso em consideração. — Respondeu Ana mastigando.

Depois de saírem da festa, buscaram os caras nos carros de Ana e Ethan (que dispensou o motorista), compraram meia dúzia de pizzas e algumas cervejas e agora comiam no terraço do prédio de Alyssa.

As flores haviam desabrochado naquela primavera, tulipas de diferentes cores apresentavam-se em todos os canteiros, e na armação central, uma trepadeira coberta de pequenas flores brancas em formato de estrela desprendia cipós que balançavam suavemente na brisa noturna. Com ventos mais fortes, algumas pétalas e flores se desprendiam, formando um tapete branco em volta da armação.

— E o que faremos quando isso acontecer? — Questionou Jason.

— Eu vou instruir como vocês devem agir, farei o mesmo com Alyssa, é preciso ter muito cuidado com a mídia, eles sabem usar as coisas pra erguer uma tempestade. — Ana falou sombriamente.

O foco da conversa mudou depois de um tempo, já haviam acabado com quatro pizzas e nenhum deles estava sóbrio. Começaram uma competição sobre comer uma fatia mais rápido.

Ana havia entrado no grupo de forma natural, tinha um senso de humor único e era extrovertida. Ultimamente vinha encorajando Jason a entrar para o ramo da segurança privada, ele tinha currículo o suficiente para se tornar instrutor e parecia tentado a aceitar.

Igualmente, Ana ofereceu oportunidades a Max e Daniel. Ethan percebeu que ela tinha uma ótima veia como investidora e parecia ansiosa para assumir a empresa de sua avó, embora estivesse passando cada vez menos tempo com ela.

Ethan e Alyssa conversavam com regularidade com Ana sobre isso, entendiam suas ressalvas, Linda era a única família que Ana possuía, o medo de ser rejeitada era grande. Mas mais cedo ou mais tarde teria que conversar com sua avó abertamente.

Pois apesar do medo, Ana também sofria a cada mentira que contava para esconder sua sexualidade.

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Onde as lágrimas repousam [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora