26. Sobre roupas e pratos

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I

- Aly, o que tá acontecendo? Ouvimos gritos desde as escadas - Perguntou Jason.

Atrás dele, estavam Max e Dan, todos em estado de alerta. A mente de Alyssa estava agitada, ela sentia-se agressiva e impulsiva, mas não iria nem queria fazer nada sobre isso, não conseguindo organizar seus pensamentos para explicar aos caras a situação, de forma que ela apenas saiu da frente da entrada, permitindo a eles a passagem.

Depois que havia conhecido Ethan e ele contou a história sobre sua vida, ela pesquisou a fundo o que havia sido divulgado pela imprensa e em horror, Alyssa não só constatou que tudo em Ethan dissera era verdade, como também investigou o tipo de vida que a liga maligna estava vivendo. Passando tudo o que encontrou para os caras. Qualquer um deles saberia identificar um dos antigos amigos de Ethan à centenas de metros.

De forma que, quando os caras entraram na sala, prontos para qualquer tipo de confusão estabelecida ali, Alyssa avaliou suas expressões. Ela própria deveria ter passado por aquilo quando abriu a porta minutos atrás e deu de cara com Colin Habermann. Bastaram três segundos para eles entenderem a situação, Jason, que já havia sido soldado do exército e agora era bombeiro, tendo recebido treinamento em combate e em situações de conflito, foi o que reagiu primeiro.

Deu três passos largos na direção de um Colin pálido e encolhido, já com o punho fechado e o braço recuado, entretanto, no último segundo antes do choque, pareceu mudar de ideia, abriu a mão e puxou Colin em pé, pela lapela de seu paletó. Colin era um pouco maior que Alyssa, de forma que ergueu a cabeça para olhar nos olhos de Jason e implorar por sua vida em silêncio.

- Olá. - Murmurou Jason. - O que um homem morto faz no apartamento de Alyssa? - Perguntou ele.

Max Praguejou enquanto Dan colocava a mão no ombro de Jason, para tentar acalmá-lo. Colin fez um barulho de choro, completamente apavorado.

- Eeeee-eu n-não estou m-morto. - Gaguejou Colin, com a voz irritantemente aguda.

- Isso pode ser facilmente providenciado. - Respondeu Jason, jogando o homem como um saco, de volta para o sofá.

Jason olhou para Ethan e eu.

- O que esse monte de bosta está fazendo aqui?

Dan sentou-se na poltrona ao lado do sofá, observando atentamente Colin, que suava por todos os poros. Max cruzou os braços, tal qual Jason.

- Ainda não sei. - Soltou Ethan, com um suspiro. - Abrimos a porta poucos minutos atrás e ele estava aí.

- Então começou a explicar quão "intimidados, influenciados e obrigados" ele e o resto da corja deles foram, por Hendrik e Ceasar pra fazer o que fizeram com Ethan, antes de vocês chegarem. - Completou Alyssa, com sarcasmo e veneno em cada palavra.

- Nós não fizemos nada. - Falou Colin, de repente.

- NAAAAO! Vocês apenas permitiram que tudo fosse feito, enquanto convenientemente vocês ganhavam... Como você chamou? Mimos. - Respondeu Alyssa, entre dentes, calando-o.

Tudo em Colin gritava que era covarde. Apesar disso, ele encontrava colhões para abrir a boca mesmo visivelmente morrendo de medo. Alyssa inclinou a cabeça para o lado, avaliando-o. Quando ela o bateu, ele não parecia surpreso, quando Ethan o bateu, ele não parecia surpreso, lógico que Colin tinha medo de apanhar, mas a reação dele em volta de Jason e os caras era... diferente.

Por que ele veio aqui mesmo esperando que iria apanhar? Era outra armadilha? Ou ele realmente falava a verdade sobre aquilo tudo? O que não isentava em nada a parcela e culpa dele, afinal, se ele sentia-se tão culpado assim, ele deveria ter se entregado à polícia com toda a verdade na ponta da língua. Fazia uns bons cinco anos desde ele, assim como os outros começaram a ser coniventes com tudo aquilo.

Alyssa passou por Ethan, intuição quase sussurrava em seu ouvido. Sentou-se diante de Colin, na mesa de centro, pôs os antebraços nas coxas e reparou nele pela primeira vez.

Colin tinha a pele pálida e olheiras escuras nos olhos castanhos, seu cabelo parecia ser loiro escuro com um topete com gel, tinha uma barriga saliente, mas ela não diria que ele era gordo No geral, Colin não inspirava liderança.

- Então... - Começou Alyssa. - O que você veio fazer aqui hoje? A gente vai ouvir o que você tem a dizer e aí decidimos sobre o que vamos fazer contigo.

- Mas, Aly. - Começou Jason.

Alyssa balançou a cabeça negativamente.

- Essa é a minha casa, é a minha decisão. Além disso, vocês não estão curiosos? Ele sabia muito bem o que esperar e mesmo assim ele parece ansioso demais pra falar.

Max puxou o banco alto da bancada da cozinha, Ethan e Jason permaneceram em pé. Alyssa voltou a olhar na direção de Colin, que parecia aliviado, Ele inspirou profundamente, olhando para Ethan.

- Depois que Hendrik e Ceasar armaram para você, eles sabiam que a Gauthier Company não iria se salvar da publicidade ruim, afinal, nos jornais o não só fundador como CEO, havia sido preso. Eles fecharam as filiais e puseram todo o pessoal de férias, apenas para a poeira baixar.

"Hendrik fundou uma nova empresa, com todo o pessoal e dados da empresa antiga, apenas o nome diferente. De alguma forma, conseguiu manter todos os acionistas, mesmo com a queda de valor da bolsa, ele deve ter avisado os acionistas do que faria, ou merda do tipo, pois apenas três meses depois de que você foi preso, uma nova companhia funcionava a todo vapor.

Claro, Hendrik não é tão bom quanto você era, levou uns bons três anos para sairmos da linha vermelha e termos um retorno suficientemente bom para voltarmos a expandir. Há três meses abrimos a segunda filial, há muito tempo eu não suportava mais estar na mesma presença dos outros caras, tinha que fingir sempre que a gente se encontrava em reuniões, eventos e toda essa merda, porque eu estava com medo do que poderiam fazer comigo.

Pedi pro Hendrik para coordenar essa filial, pensava que poderia recomeçar em outro estado, longe de todos eles, abri várias seleções para preencher a equipe, não queria que Hendrik mandasse outro dos caras pra cá e estava há semanas pensando como eu poderia impedir isso de acontecer, até que a Belinda me procurou com um dilema... você deve conhecer Belinda como Dra. Foster, ela é minha noiva..."

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Onde as lágrimas repousam [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora