Falando no Diabo

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CAPÍTULO DEZESSEIS

Estava em um restaurante com Ethan. Depois daquele dia na praia ele me contatou e realmente acabamos saindo na sexta. Só que não em um encontro. O conhecia a muito pouco tempo, mas adorava conversar com ele. Tomou mais um gole de sua bebida e me perguntou com animação:

-Então, como estão as coisas com o Bernardo?

-Bellamy. -Eu corrigi.

-Tudo a mesma coisa. -Ri

-Eu não sei... as coisas estão praticamente iguais.

-Não...

-Sim.

-Menina você tem que fisgar aquele bife antes que alguém faça isso antes de você. E acredita em mim, com uma aparência daquelas ele não deve ficar sozinho por muito tempo. Como ele reagiu naquele dia?

-Ele ficou com muito ciúmes e com certeza irritado.

-Se isso não é um sinal eu não sei o que é.

-Eu sei, mas, as coisas são mais complicadas do que parecem.

-Eu tenho todo o dia, fofa. – Tentava achar palavras suficientes para descrever a confusão que era eu e Bellamy. Consegui reunir algumas palavras e abri a boca para falar alguma coisa. Mas antes de qualquer coisa sair, a visão que tinha me impediu.

-O que infernos? Não é possível. – Ethan virou a cabeça para onde eu estava olhando e viu o que eu estava vendo também.

-É só falar no diabo que ele aparece. – Bellamy se aproximou de nossa mesa a nos ver também.

-Oi! Que coincidência encontrar vocês dois aqui.

-Oi. – Disse meio constrangida, diferente de Ethan que estava com a mesma energia animadora de sempre:

-Bellamy, quer sentar com a gente? – A pergunta dele me fez o encarar em espanto.

-Gostaria, mas eu vim com um amigo aqui e...

-Chame ele também.

-Tá bom. – Ele respondeu. Virou e para buscar o seu amigo.

-Ethan! Que que você tá fazendo, criatura?! – Antes que ele respondesse, o moreno voltou com alguém ao seu lado agora. A pessoa se virou pra mim e estendeu a mão:

-Prazer, sou Miller. – Reconheci o nome na hora.

-O colega de quarto de faculdade. – Complementei, estendendo a minha mão também. Bellamy me olhou com uma cara surpresa. – O que? Eu tenho uma boa memória.

-E você deve ser a Clarke. – Ele sabia o meu nome? Assumi que Bellamy o contou sobre mim quando namorávamos.

-Então você tem uma boa memória também?

-Não. É que Bellamy nunca para de falar de voc...

-Ok, acho que tá na hora de você sentar, Miller. -Virei a minha cabeça para Ethan que me olhava com um sorrisinho no rosto. Ele piscou um dos olhos, fazendo com que eu risse. O amigo de Bellamy pegou a cadeira ao lado do loiro enquanto o Blake se sentou ao meu lado.

(...)

Nós quatro estávamos conversando há um bom tempo e eu estava me divertindo muito. Miller começou a flertar com Ethan e imediatamente pensei "Eu shipo"

-Parece que meu amigo está tentando roubar o seu homem. – Disse Bellamy no meu ouvido.

-Ethan não é meu homem. Ele é gay. – Respondi como se fosse óbvio.

-Ué, mas você na tinha ganhado "um encontro na sexta a noite"? – Questionou ele enquanto fazia aspas com os dedos.

-Sim, um encontro de amigos. – Ele me olhou com uma cara de "não acredito" – É sério.

-Uhum – Concordou ironicamente. – Claro, princesa. – Os seus lábios formaram um sorriso.

-Para de sorrir.

-O seu pedido é uma ordem. – Ele respondeu, mas continuou sorrindo.

-Para! – Disse rindo.

-Tô fazendo nada, moça! – Abriu o seu sorriso ainda mais.

-Blake, você é insuportável. – Retruquei enquanto botava uma batata em minha boca.

-Você não quis dizer adorável? – Fiz uma cara de pensativa por um momento.

-Não, tenho certeza que é insuportável mesmo.

-Mentir é feio.

-É por isso que sou bonita. – Não me entenda errado, eu tenho problemas seríssimos de baixa autoestima e insuficiência, mas só falei aquilo pra rebater o que ele havia falado.

-A mais linda. – Concordou Bellamy. Senti minhas bochechas corarem. Desviei o meu rosto para que ele não pudesse ver. Por mais que tentasse evitar, sorri. E os dois, por um momento duradouro, ficaram sorrindo que nem dois bobões.

O restante da noite passou num piscar de olhos. Já estávamos na frente do restaurante nos despedindo. Dei um abraço em Ethan:

-Depois eu quero saber tudo sobre você e Miller. – Falei

-Depois eu quero saber tudo sobre você e Bellamy. – Nos separamos. – Te vejo por aí, Lali. – Ri com o apelido. Ele entrou em seu carro e em segundos, desapareceu pela estrada. Me virei para onde tinha visto Bellamy e Miller pela última vez, mas sé encontrei o moreno. Me aproximei.

-Cadê Miller?

-Teve que ir. Emergência de trabalho. – Ia me despedir dele, mas fui impedida pelo apito sincronizado dos nossos dois telefones. "Oc: Vem aqui pra casa, não aceito não como resposta." Olhei para ele.

-Então, casa da O? – Ele concordou com a cabeça.

-Vem eu te dou carona. – Suspirei em alívio.

-Obrigada, Blake. Eu vim de Uber pra cá e foi um roubo.

-Bellamy, não Blake. – Ele resmungou enquanto abria a porta do carro pra mim. Sorri com o ato dele e entrei.

-Desculpa, Blake.

-Olha quem tá sendo insuportável agora, princesa.

-Que coincidência, a gente combina. – Ele fechou a minha porta e deu a volta no carro. Após entrar e sentar em seu banco, virou pra mim enquanto girava a chave na ignição:

-Última chance, Bellamy ou rua. – Olhei para ele indignada e falei num tom de brincadeira:

-Você me deixaria na rua só por eu não te chamar de Bellamy, Blake? – Ele se inclinou sobre mim e esticou sua mão, abrindo a minha porta.

-Meu preço aumentou. Bell ou nada.

-Tá bom, Bellamy. – Desisti enquanto fechava a porta novamente.

-Não não. Agora é Bell.

-Eu só posso te chamar de Bell agora? – Cruzou os braços e fez uma cara séria.

-Ok, Bell. Podemos ir? – Ele sorriu vendo que tinha ganhado e partiu com o carro em direção a casa de O. – Dramático.

-Linda.

Missão Impossível (Bellarke)Onde histórias criam vida. Descubra agora