Skyring

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CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO

Madi havia passado a última semana tentando nos convencer de ir no novo parque de diversões. O parque havia inaugurado há um mês, e os amigos de Madi que foram não pararam de falar sobre como lá era divertido. Depois de sete dias ouvindo sobre todas as razões porque deveríamos a levar, cedemos.

Raven e Octavia tinham, coincidentemente, recusado a oferta de ir conosco. Já se era esperado essa resposta de Octavia, que apesar de amar passar tempo com Madi, odiava atrações radicais que normalmente a faziam vomitar depois. Porém Raven nunca foi uma de negar coisas radicais, ela amava até. Eu ainda não sabia o que tinha rolado entre as duas que fez elas agirem estranho quando na companhia uma da outra. A curiosidade estava me matando, mas ainda não tinha tido a chance de as confrontar sobre isso.

No início, as duas não gostavam muito uma da outra. Elas brigavam várias vezes, me deixando conflitada sobre quem apoiar. Eu, diferentemente delas, era amiga das duas. As apresentei, mas acabou não ocorrendo muito bem, como você já pode deduzir. Demorou um tempinho até que elas virassem amigas, porém aqui estamos até hoje.

- Já estamos chegando? – Madi questionou do banco de trás do carro. Como toda criança animada, ela perguntava isso a cada cinco minutos. Surpreendentemente, Bellamy parecia nunca perder a paciência ao ouvir a mesma pergunta de novo e de novo.

- Quase lá, Pequena. – Respondeu. Seus olhos estavam focados na estrada à sua frente. Uma de suas mãos agarrava fortemente o volante enquanto a outra descansava em sua perna. Ele usava uma calça jeans escura e uma blusa azul marinho que caia muito bem nele, ressaltando os seus músculos do braço. Ele lançou um olhar de lado para mim e um sorriso surgiu em seus lábios ao me ver encarando. Imediatamente, sorri também, desviando meu olhar para a janela.

Com o canto do olho, consegui ver sua mão, que antes estava em sua perna, mover para segurar a minha. Entrelacei nossos dedos, naquele momento não me importando se Madi visse.

Carros e prédios passavam como vultos através da camada de vidro. O sol estava brilhando em seu lugar de sempre, iluminando cada árvore e pessoa que caminhava pela calçada. Uma baixa música saia do rádio, ecoando pelo carro e preenchendo o confortável silêncio. Tudo parecia simplesmente... pacífico.

Sabia que estávamos perto quando alguns dos brinquedos começaram a aparecer em meu campo de visão. Tinha a torre de 80 metros que subia tudo e descia de uma vez só, uma montanha russa alta com alguns loopings, uma roda gigante e um barco viking que balançava para trás e para frente.

Os gritinhos animados de Madi começaram assim que entramos no estacionamento. Bellamy estacionou o carro, logo saindo do mesmo e abrindo a porta para sua filha. Senti saudades do calor de sua mão sobre a minha, mas ignorei esse sentimento, saindo também.

Madi foi pulando até a entrada do parque, animação transbordando de seu pequeno corpo. Duas mulheres estavam embaixo de uma grande faixa com o nome do lugar "Skyring". Peguei meu telefone e mostrei o código QR que haviam nos mandado por e-mail após termos comprado os ingressos na internet. Uma das moças, qual o crachá lia Monroe, escaneou o código e botou uma pulseirinha azul em cada um de nossos pulsos direitos, nos deixando passar pela catraca.

O parque parecia bem maior quando se estava dentro dele. Haviam atrações por todo lado. Estava relativamente cheio, então minha reação instantânea foi pegar a mão de Madi para que não a perdesse por aí.

- Onde você quer ir primeiro, Florzinha? – Seus olhos percorreram cada canto e brinquedo rapidamente antes dela decidir em "Carrinho Bate-Bate". Entramos na fila e ela começou a explicar enquanto esperávamos:

- O parque fecha às 18:00, são... – Ela parou enquanto checava o horário no relógio de Bell - ...15:26. Então nós temos que escolher os brinquedos que queremos muito ir e os botar em primeiro na lista, para que não acabe não dando tempo. – Concordamos com a cabeça. – Vocês têm algum que querem ir? – Madi perguntou. Era muito fofo ver que ela queria que nós nos divertíssemos também, mas a verdade era que isso tudo era para ela mesmo.

Missão Impossível (Bellarke)Onde histórias criam vida. Descubra agora