2199 dias

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CAPÍTULO ONZE

6 ANOS DEPOIS (2199)

-Madi, acorda! Levanta pra se arrumar se não chegaremos atrasadas. – Disse enquanto balançava a minha filha em uma tentativa de tirá-la de sua cama.

-Ann... me dá mais cinco minutinhos. – Ela resmungou enquanto se cobria com a coberta que eu tinha acabado de tirar dela.

-Madi Griffin!!

-Ok, ok. – Ela disse levantando com as duas mãos levantadas em sinal de rendição.

Desci as escadas e fui a cozinha para começar a preparar o seu café da manhã. E como toda manhã, eu "fazia" torrada com geleia, o favorito da pequena. Torrada com geleia. Quem diria, não é mesmo?

Em poucos minutos, ela desceu e se sentou para comer.

-Hm, mãe. – Pausou enquanto engolia um pedaço da torrada. – Eu esqueci de mencionar, a escola tem um novo diretor.

-Um novo diretor? Por que?

-Não sei, mas ele decidiu adicionar esportes para fazer. Se está tudo bem, eu queria jogar futebol... – Ela disse com uma voz baixa e uma carinha de cachorrinho. – Só que como os treinos seriam depois das aulas, você teria que começar a me buscar mais tarde. Por favor, por favor, por favor eu quero muito mãe. – Ela finalizou com um beicinho e as duas mãos juntas como se estivesse rezando. Pensei um pouco. Fazer um esporte seria bom pra ela e ela parece querer bastante.

-Que horas tenho que te buscar? – Ela sorriu e me deu um abraço. Amava os abraços de minha florzinha. Como ela era pequenininha, eu a envolvia com todo o meu corpo quando nos abraçávamos e era uma sensação muito boa. Sentia como se estivesse a protegendo como disse que faria quando nasceu. Nos separamos e quando olhei para o relógio em meu pulso meus olhos saltaram.

-Nós estamos atrasadas!!! Vamos. – Peguei a minha bolsa e a mochilinha de Madi e abri a porta de casa. A menina enfiou o restante da torrada em sua boca e me seguiu para dentro do carro.

Parei o carro em frente à escola e me virei para o banco de trás.

-Boa aula, florzinha. Te busco às...

-14: 30. – Ela completou.

-Ok, qualquer coisa, estarei no ateliê.

-Ok, tchau mãe.

-Tchau. – Madi fechou a porta e seguiu o seu caminho para dentro da escola. Gostava da ideia de ela estudar na mesma escola que eu fui, já conhecia o sistema, as pessoas e o lugar. Obviamente, ela ainda não estava no ensino médio, mas foi construído outro prédio para os menores alguns meses depois que me formei. Voltei o meu foco a estrada e prossegui o meu caminho ao ateliê, onde trabalhava.

(...)

Atravessei os corredores até chegar na frente da sala de Madi e estranhei a não ver ninguém lá dentro.

-Ah, é verdade, o negócio do futebol. – Lembrei a mim mesma enquanto seguia para o fundo da escola onde se localizavam os campos que quase nunca eram usados. Empurrei uma das grandes portas vermelhas e fui iluminada pelo forte sol do dia. Argh, não suporto o verão. Queria que fosse o inverno. Madi era o exato oposto, ela amava o verão. Nunca entendi o porquê. Soltei a porta que esbarrou no meu braço e fez com que eu derrubasse as chaves do carro no chão

Me agachei e recolhi as chaves que agora estavam sujas de terra.

-Porcaria. – Resmunguei enquanto me aproximava dos campos e tentava limpar o objeto. Não as deixei limpas completamente, mas o suficiente para não me incomodarem.

Missão Impossível (Bellarke)Onde histórias criam vida. Descubra agora