O sol antes...

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CAPÍTULO VINTE E NOVE
(música recomendada: comethru - jeremy zucker)
(título 1/3)

-Acorda! Acorda! – Ela dizia animadamente enquanto pulava na cama. Grunhi por ter sido acordada.

-Madi, vá dormir. – Respondi.

-Já tá tarde, temos que levar o Picasso no parque! – Finalmente abri meus olhos. A pequena estava de joelhos na cama com o animalzinho em seus braços. Vi o painel do alarme que brilhava 08:47 da manhã.

-Muito cedo. – Reclamei em poucas palavras e cobri minha cabeça com a coberta para que reduzisse a forte luz.

-Não tá, não. Acordem!

-Que tá acontecendo? – Questionou Bellamy também acordado.

-A Madi quer levar o Picasso para o parque. As oito da manhã.

-Me apoia nessa, professor Bell. – Pediu ela. O homem revezou o olhar entre as duas enquanto pensava no que fazer.

-Bem, parece que está na hora de acordar, Princesa. – Disse, concordando com a menor. Não sei se a amizade entre eles me enfurecia ou me encantava. Os dois, talvez um pouco mais do primeiro já que sempre tramavam contra mim.

-Não quero. Eu sou um urso, preciso da minha hibernação. – Ele levantou, fazendo com que eu tivesse que tirar a cabeça de seu peito e colocar na cama.

-Do jeito difícil será. – Botou uma mão embaixo de minhas costas e a outra em minhas pernas e me ergueu no ar.

-Bellamy! Não é justo. – Me levou para fora da cama e cuidadosamente me posicionou no chão.

-Agora bota uma roupa e vai pra cozinha. – Ordenou.

-Chato. – Caminhei até a porta e antes de sair me virei para a garota. – Vem, florzinha. – Ela obedeceu e deu a mãozinha enfaixada que estava se recuperando para mim. Com o cachorro nos acompanhando pelo chão, fomos ao quarto de Madi para nos trocarmos.

(...)

-Clarke, vamos! – Ouvi ele gritar da porta do apartamento.

-Tô quase lá! – Procurava pelo meu brinco que havia tirado na noite anterior e colocado sobre a bancada do quarto de Bell. Procurei debaixo das coisas que também estavam lá, mas não os encontrei. Andei até o armário e abri as portas de madeira. Camisas e mais camisas. Não sei porque achei que acharia um par de brincos ali dentro. – Se eu fosse um brinco, pra onde eu iria? – Analisei o cômodo por outro lugar para procurar. Realizei que logo embaixo da bancada ficava uma série de gavetas. – Claro! – Exclamei me aproximando.

Abri a primeira, mas só achei coisas aleatórias como canetas. Segui para a próxima, nenhum brinco. A terceira, nada. Fui abrir a quarta e última, porém ao a puxar, não abriu. Tentei mais uma vez com mais força e não consegui. Da terceira tentativa, o fiz com um pouco mais de força do que deveria e ela abriu por completo em um pulo, quase fazendo com que eu caísse. Analisei as coisas que havia dentro.

A primeira que me chamou atenção foi uma foto de Bellamy com acho que 4 anos, ao lado de sua mãe. Os dois sorriam e estavam abraçados. No fundo, tinha vários papeis importantes, um deles qual eu li ser a escritura do apartamento. Mas algo, no fundo de todas as folhas, com somente uma pequena ponta visível, me chamou atenção de algo que já tinha visto antes. A puxei com cuidado e abri a boca em surpresa ao ver que era o meu desenho que alguém havia comprado há um tempo atrás. Ele era o comprador? Mas por que? E por não tinha me contado? Encarava os detalhes enquanto os traços familiares voltavam a minha memória. Lembrei do cansaço que sentia naquela hora na casa de Raven. De pegar o papel e começar a rabiscar até que adormecesse.

Missão Impossível (Bellarke)Onde histórias criam vida. Descubra agora