The Mistletoe

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QUARENTA E DOIS — FLASHBACK


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-Clarke Griffin e Bellamy Blake, para a sala agora! – Gritou Sra. Sidney ao ver os dois passando apressadamente pela sua porta.

-Ai, não! – Clarke disse rindo. – Ela viu a gente! A Sidney mata quem mata aula.

-Não se preocupa, eu sei um lugar. – Ele pegou a sua mão. – Me segue, Princesa. – Apesar dos corredores estarem vazios, já que todos estavam (ou deveriam) na aula, os dois tropeçaram durante todo o caminho enquanto Bellamy a guiava. Eles não conseguiam parar de rir, chamando a atenção de todos os funcionários espalhados pelo prédio. Eles com certeza ficariam com problemas depois.

Quando Clarke chegasse em casa, sua mãe a mataria por ter matado aula e pego detenção, mas ela não se importava o suficiente. Seu pai estava preso no hospital, lutando pela sua vida a cada segundo que passava. Enquanto isso, sua mãe saia em diversos encontros com Marcus Kane, seu novo namorado.

O que mais irritava Clarke, era como seu pai não estava morto. Ele estava em coma, com chances de acordar a qualquer momento, mas ainda assim Abby já estava com outro homem. Como alguns diriam, "ela nem esperou o corpo esfriar." Jake Griffin sempre foi um dos homens mais gentis, fieis e carinhosos que ela jamais conheceu. E ela com certeza não merecia ele.

Então Clarke estava pegando detenção. Então ela ficava fora de casa até mais tarde sem avisar. Então ela fazia as milhares de coisas que sabia que irritariam Abby. Qualquer coisa que a fizesse sentir o mesmo que seu pai sentiria se acordasse. O mesmo que ela mesma sentia.

Após mais uns minutos de correr enlouquecidamente pelos longos corredores, algumas vezes derrubando objetos pelo caminho, Bell finalmente parou em frente a uma porta azul-marinho. Girando a maçaneta cuidadosamente, ele a puxou para dentro da pequena sala, trancando a porta atrás de si.

-Isso vai nos comprar uns minutos. – Ele disse, passando sua mão esquerda pelos seus cabelos sem nunca soltar a mão dela.

Nos últimos meses, Bellamy e Clarke se aproximaram incrivelmente. Eles começaram a conversar cada vez mais, até o dia que começaram a sair os dois sozinhos sem o restante do grupo. Ele facilmente se tornou seu melhor amigo. Ou, como ela gostava de falar, o melhor dos melhores.

Ele sempre era o primeiro a saber sobre tudo dela, e agora já conseguia a interpretar sem dificuldades. Algumas vezes, era possível eles terem uma discussão inteira usando somente as sobrancelhas.

Seus abraços se tornaram algo constante, qualquer tipo de toque que eles podiam compartilhar um com o outro.
E ela sabia que ele era especial pra ela, diferente de todos os outros. Porque, não importa o quão terrível seu dia poderia ter sido, tudo que ela tinha que fazer era ouvir a voz dele. E, somente isso, já era o suficiente para fazer ela sorrir.

A sala que eles estavam em era escura, com uma fraca luz vindo de uma só lâmpada. Várias e várias prateleiras preenchiam as paredes, carregando qualquer coisa que coubesse. De materiais de arte a vassouras e panos. De enfeites do baile de formatura a produtos de limpeza.

-Eles têm umas coisas boas por aqui. – Ela disse, calma agora que seu coração parou de bater rapidamente enquanto ela corria. Andou até o pote de pincéis, pegando um dos mais finos em sua mão. – Você acha que sentiriam falta de uns pincéis aqui e umas tintas lá? – Perguntou rindo, virando seu corpo em sua direção. Ele sorriu, desviando o olhar para o chão enquanto ria.

-Leva todos os pincéis e tintas que quiser. – Respondeu, recolhendo um pote em sua mão e o tacando no ar, o pegando com a outra mão. – Eles não se importam mesmo. E não podem provar que foi você. – Ela riu novamente, negando com sua cabeça. Talvez ela o fizesse mesmo.

-Você sabe que é louco, né? – Ele desviou o seu olhar da caixa de enfeites de baile para mim. Sem pressa, se aproximou de mim. E ela fez o mesmo, até estarem a poucos centímetros de distância. Um calafrio correu pela sua espinha, mesmo que ela não soubesse porquê. Eles sempre ficam perto um do outro, mas dessa vez parecia diferente.

-É, eu sei. – Ele falou, quase sussurrando. Fazia todo movimento com cuidado, como se de algum jeito não quisesse para o momento. E por um segunda, ela pode jurar que viu ele revezando seu olhar entre seus olhos e lábios. – É culpa de uma garota loira de olhos azuis. É ela que me deixa louco. – Ele disse, num riso tão curto e leve que se tornou um sorriso. E ela? Bem, ela também não pode evitar sorrir, inclinando sua cabeça para o alto para que ele não pudesse ver suas bochechas rosarem.

-Ei, o que é aquilo? – Perguntou Clarke, indicando para a planta que estava acima deles, se agarrando no teto e caindo, deixando pequenos brotos brancos se espalharem pelo ar.

-Ah. – Olhou para cima junto dela. Ele tinha aquele olhar inteligente em seu rosto, o mesmo que ele usava quando a contava uma antiga história grega. – Isso é um visco.

-Um visco? – Se lembrava de ter ouvido essa palavra antes, porém não conseguia a associar com nada.

-É. A famosa planta do amor. Além da rosa vermelha, óbvio. – Ela continuou o encarando, esperando que ele entendesse que não entendia. – O visco é uma planta que cresce no teto, e existe toda uma história sobre ela falando que quando duas pessoas ficam debaixo de um, tem que se beijar. Se não, sete anos de azar. Quando Balder, o filho da Deusa do Amor, foi assassinato por uma flecha feita de visco, ele deixou suas lágrimas caírem sobre a planta, prometendo que aquela seria sempre algo de amor e afeto, não ódio e guerra. Foi assim que surgiu todo o mito de beijar. – Ela abriu os olhos em surpresa.

-Isso quer dizer que eu e você..?

-Eu não sei você, princesa. Mas eu não posso arriscar sete anos de azar. E nem irritar a Deusa do Amor por desobedecer seu filho – Ela riu, enterrando seu rosto em vergonha.

-Se eu não te conhecesse melhor, diria que você tá usando a planta como uma desculpa para me beijar. – Ela brincou, olhando diretamente em seus olhos castanhos enquanto mordia seu lábio inferior.

-Talvez eu esteja. – Voltou a sussurrar, inclinando seu corpo em sua direção. Ela podia jurar que conseguia ouvir seu coração batendo dentro do peito.

-E porque você faria isso? – Talvez ela não deveria, talvez isso fosse um erro, mas ela se inclinou também. E talvez, ela não se importasse se não devia.

Ele ficou em silêncio, olhando profundamente dentro do universo azul dos olhos dela. Era como se ele pudesse ver através dela, como se os seus olhos fossem suficiente para ela entender todas as palavras não ditas. Até que Bellamy não aguentou esperar nem mais um segundo. Sem nenhuma resposta, sem nenhum aviso, ele envolveu seu braço em sua cintura, a puxando o mais perto pra ele que podia. Antes que ela pudesse pensar sobre o que estava acontecendo, ele a beijou. Ele estendeu o beijo até que os dois não podessem respirar mais. Enquanto recuperava seu fôlego, ele encostou sua testa na dela.

-Clarke, eu... – Ela apoiou ambas as mãos em seu pescoço e a puxou para ela antes que ele continuasse, colando seus lábios novamente. Esse beijo foi mais desesperado, como se eles não aguentassem passar mais um segundo um sem o outro.

Ela se deixou derreter em seus braços, na quentura de seu corpo e no carinho de seu beijo. E, pela primeira vez em longos meses, ela se esqueceu de tudo. Ela se esqueceu de sua mãe e Marcus. Ela se esqueceu de seu pai que deitava em uma cama do hospital. Ela se esqueceu das provas e trabalhos que a sufocavam. Ela se esqueceu do restante do mundo ao redor deles.

E, pela primeira vez em longos meses, ela se sentiu verdadeiramente feliz. E era tudo por causa dele.

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Notas da autora:
-Mais um capítulo para vocês.
-Gente, minhas ideias voltaram. Acho que um capítulo (ou mais) por semana volta.
-Eles eram tão fofinhos como adolescentes.
-Aproveite porque o próximo capítulo é mais de Friends do que de Lovers.
-To pensando em escrever outro Flashback, sobre como eles se conheceram. O que acham???
-Comentem à vontade.
-Espero que gostem!
-Vejo vocês no próximo capítulo.
- <3

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