...da fria e cruel...

439 41 67
                                    

CAPÍTULO TRINTA
(título 2/3)

Bellamy abriu a porta e Madi, junto de Picasso, saiu correndo adentro para seu quarto. Entrei também e ouvi a porta ser fechada atrás de mim. Como tínhamos andado demais pelo parque até que meus pés doessem, lentamente me deitei no chão. Sim, no chão mesmo.

-Eu nunca vou andar de novo. – Reclamei. Havíamos dado milhares de voltas pelo parque. Eu não sou uma pessoa que se move muito, então isso já tinha sido o suficiente para acabar comigo.

-Deixa de ser dramática. – Largou as chaves na bancada da cozinha e se deitou ao meu lado.

-Não é drama, é cansaço. E falando nisso, eu tô com fome.

-Novidade. – Riu.

-Ei! – O dei um tapinha no braço, o que só fez com que ele risse ainda mais. – A culpa não é minha que tenho um buraco negro na minha barriga.

-É sim.

-Cozinha pra mim. – Falei manhosa. Virei minha cabeça para o lado para vê-lo.

-O que eu ganho com isso? – Fez um sorrisinho malicioso.

-Uma Clarke feliz e sem fome.

-Aceito. – Ele levantou em um pulo. – Levanta. – Recebeu um longo grunhido meu em resposta. – Vamos, princesa. Não dificulte a minha vida. – Estendeu sua mão para baixo.

-Mas daí não tem graça. – Peguei sua mão e fui puxada para cima. Assim que estava em pé novamente, percebi que estávamos muito próximos um do outro, então dei um pequeno passo para trás. – Vou chamar Madi.

-Eu cozinho.

-Nada saudável, em.

-Sim senhora.

-Nem nojento. Ou complicado.

-Vai logo. – Rimos. Ele andou para a cozinha e começou a pegar as coisas da geladeira. Fui ao quarto de Madi e dei três pequenas batidas na porta. Logo em seguida, a abri e achei ela deitada em sua cama com o cachorro enquanto assistia TV.

-Pequena, vamos jantar. – Os dois viraram seus rostos em minha direção ao ouvir minha voz.

-Posso comer aqui hoje?

-Você sabe que comer no quarto é fora dos limites.

-Por favor. Eu não quero perder Dr. Brinquedo. – Implorou. Olhei para a sua carinha e depois para o seu braço.

-Ok, mas só hoje. – Ela comemorou. – Tá na hora de enfaixarmos o seu braço novamente. – Peguei as coisas que deixávamos em cima da mesinha e sentei no canto da cama ao seu lado. Comecei a fazer o que fazíamos toda noite.

-Sabe, mãe. Eu nunca te vi com ciúmes.

-E nunca vai.

-Uhum. – Concordou ironicamente. Depois de alguns segundos, falou. – Echo é muito bonita. – Assim que terminou de falar, levantei minha cabeça do curativo pra ela. – Aí está, o ciúmes.

-Fica quieta. Eu não tô com ciúmes da Echo.

-Tá sim.

-Eu não tenho ciúmes.

-Tá bom. Será que o professor Bell também chama ela de princesa? – Continuou.

-Agora você só tá ferindo meus sentimentos.

-Admite.

-Ok, Madi! Talvez eu tenha um pouco de ciúmes dela. Talvez eu não goste do pensamento dele chamando outra de princesa. Talvez eu não goste do pensamento de outra qualquer dormindo na mesma cama que ele. Mas isso não é ciúmes. – Confessei. Ela me encarou com as sobrancelhas arqueadas. – Meu deus eu tô com ciúmes.

Missão Impossível (Bellarke)Onde histórias criam vida. Descubra agora