Eu te amo mais

383 42 48
                                    

CAPÍTULO TRINTA E TRÊS



Raven tinha acabado de sair. Passamos horas assistindo milhares de filmes. E choramos muito. Acabamos com dois potes de sorvete e, assim como ela disse, reclamamos sobre nossa vida amorosa. Ela e Shaw, o namorado dela, estavam passando por alguns problemas. Falamos até nossas bocas doerem e chegamos a um ponto onde estávamos chorando tanto com os filmes que começamos a rir da cara uma da outra.

Mas o dia ainda estava no início. Como já eram em volta de 14:30, estava me preparando para ir buscar Madi na escola. Joguei os potes, que antes estavam cheios de sorvete, no lixo, botei as colheres usadas na pia e ajeitei as almofadas do sofá. Peguei minha bolsa no canto do corredor e girei a maçaneta da porta da frente. Assim que olhei para o lado de fora, congelei.

Na calçada em frente a minha casa estava o carro de Bellamy estacionado. Sem ter me visto, ele saiu e deu a volta para o outro lado, abrindo a porta para Madi. Ela saiu também e ele agachou, a dando um forte abraço. Em poucos segundos, o carro do Blake desaparecia na estrada e a pequena subia os degraus. Ao perceber que eu estava ali, ela deu um largo sorriso e me cumprimentou.

-Oi, mamãe.

-Oi, pequena. – Ela entrou e fechei a porta. Fiquei a encarando até que explicasse o que tinha acontecido.

-O Professor Bell insistiu em me levar pra casa. Até saímos um pouco mais cedo para comermos batata. (brigada juliana)

-Jura?

-Sim. Me diverti muito.

-Isso é muito bom. – Ela de verdade parecia muito feliz. E a felicidade de Madi, não importa o que a causasse, era o suficiente. Ela sentou em uma das cadeiras da ilha americana na cozinha.

-Eu perguntei, mas ele não me quis dizer o motivo da briga de mais cedo na frente da escola. Talvez você queira me iluminar com a razão...

-Não foi nada.

-Mãe, quando você vai parar de mentir pra mim? Primeiro fala que tá bem e depois diz que aquilo não foi nada. Eu sou uma criança, mas não sou estúpida.

-Eu sei que não é estúpida. – Comecei a pensar na briga de hoje cedo. Talvez eu tivesse feito a coisa errada há sete anos atrás. Não podia cometer o mesmo erro duas vezes. – Madi, acho que temos que falar sobre algo importante.

-Ok. Não importa o que é, eu aguento. – Me sentei ao seu lado. Ela podia ter puxado muitas coisas de Bellamy, no entanto tinha puxado a minha mania de agir forte pelos outros. Respirei fundo, como se esse fosse a última vez que eu respiraria em um longo tempo. Imaginei milhares possibilidades a partir desse ponto. Era hora dela saber. E era melhor saber por mim cedo do que tarde por um estranho.

-Pequena, eu e seu pai namoramos por uns 2 ou 3 anos. Eu era muito feliz. Ele entrou em uma faculdade distante e chique. E depois de menos de um mês, ele terminou comigo. Nessa mesma semana eu havia descoberto que estava grávida de você. E o seu pai, era a pessoa mais gentil e incrível que já conheci. Se eu tivesse contado pra ele que você em breve existiria, ele largaria tudo para voltar. Porém, fazer isso comprometeria algumas coisas na vida dele. Pra proteger o seu pai, eu não contei pra ele. – Meus olhos voltaram a se encharcar. Ela escutava atenciosamente, absorvendo palavra por palavra. – Eu nunca contei pra ele sobre você, Madi... Eu... – Engoli seco enquanto uma escandalosa lágrima atravessava seu caminho pelo meu rosto. – Eu nunca contei pra Bellamy que eu estava grávida de sua filha. – Sua expressão mudou de curiosidade para surpresa. Ela abriu sua boca em forma de "o" e seus olhos se arregalaram. – Bellamy é seu pai Madi. – Ela parecia, pela primeira vez em anos, não saber o que falar. – E ele descobriu. – Limpei meu rosto. – A briga, eu não me sentindo bem, é tudo porque ele descobriu. E agora ele me odeia e eu o perdi. Eu não posso te perder também. – Continuava muda. Como se fosse um bebe que não soubesse o que eram palavras. – Você tem todo o direito de me odiar. Diz algo, por favor.

-Eu não te odeio.

-O que? Por que? Eu com certeza me odiaria.

-Porque sei quem você é mãe. Você fez tantos sacrifícios por mim. Tudo que você faz é pelo bem das outras pessoas. Você é uma boa, ótima pessoa. Se você escolheu não contar pra ele, eu acho que é porque era a escolha certa. – Eu não pude evitar um sorriso. Um sorriso muito grande. Me inclinei em sua direção e a abracei como se pudesse escapar a qualquer segundo.

-Eu te amo tanto, pequena.

-Eu te amo mais. – Ficamos abraçadas por séculos. Não que eu fosse reclamar. – Então agora eu vou ter um papai? – Perguntou enquanto separava os nossos corpos.

-Eu espero que sim, querida. – Seu rosto completamente se iluminou e abriu um sorriso gigante. Seus olhos se encheram de água, mas não de tristeza e sim de felicidade.

-Eu vou ter um papai!


Notas da autora:
-Mais um capítulo para vocês.
-Esse foi bem curtinho mesmo.
-Eu amo a Madi meu pai.
-A relação delas duas é a coisa mais fofa.
-A animação da Madi ao descobrir que teria um pai 🥰.
-Comentem à vontade.
-Espero que gostem!
-Vejo vocês no próximo capítulo.
- <3

Missão Impossível (Bellarke)Onde histórias criam vida. Descubra agora