Eu sei que sou linda e irresistível

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CAPÍTULO VINTE E CINCO


Pi. Pi. Pi. Sem pressa nenhuma, abri meus olhos um por um. Demorou uns segundos até que meu cérebro formasse as imagens a minha frente. Que lugar é esse? Olhei ao redor tentando achar um sinal que me entregasse a resposta sobre a minha localização. E achei o sinal deitado ao meu lado.

Bellamy ainda dormia pacificamente com a sua carinha bonitinha. E aquela carinha bonitinha não me deixaria irritada se não fosse pelo som irritante pra cacete tocando no fundo. Quando falo que não gosto de despertadores, é porque eu odeio despertadores. A palavra é literalmente "desperta dor". Com certeza foi criado com a intenção de ser usado como um instrumento de tortura.

Estiquei meu braço, tentando alcançar o aparelho, mas não consegui por ele estar na mesinha de cabeceira do lado do moreno. Se eu fosse uma pessoa normal, levantaria e desligaria, mas não sou. Como Bellamy ainda dormia que nem um anjo fiquei com raiva. Quem consegue dormir com esse barulho dos infernos?! Então me estiquei sobre ele e com bastante esforço finalmente alcancei o botão de parar. Quando meus ouvidos finalmente podiam descansar, relaxei a cabeça nele como um travesseiro. A culpa era dele afinal.

-Bom... – Ele abriu os olhos. Provavelmente tinha acordado comigo tentando desligar o despertador, e não com o próprio despertador. Ele tinha um sorriso na cara que se tornou um olhar de confusão quando percebeu que eu estava em cima dele. - ...dia?

-Bom dia. Antes que você pergunte eu só estava tentando desligar o despertador.

-Uhum. – Ele concordou com ironia.

-Eu não estou em cima de você por segundas intenções.

-Tá dizendo isso pra mim ou pra você mesma?

-Ei, se você tivesse acordado com o despertador que nem um ser humano normal eu não teria que estar aqui.

-Anotado. Não acordar com o despertador pra irritar a princesa e deixar ela ter uma desculpa pra subir em cima de mim.

-Cala a boca. – Ri.

-Eu não te culpo, eu sei que sou lindo e irresistível.

-Convencido talvez?

-Não se preocupa, você é linda também. – Não tinha uma resposta pra isso, então só fiquei o encarando. – Não disse? Sou tão irresistível que você fica me olhando.

-Nos seus sonhos.

-Também. – Dei um tapinha no seu braço. – Você vai sair daí ou pretende acampar em cima de mim?

-Eu saio se você fizer comida pra mim.

-O que você tem com a minha comida?

-A culpa não é minha, ninguém mandou você ser bom na cozinha.

-Não só na cozinha...

-Pervertido! – Me levantei e andei até a porta.

-Vai dizer que não é verdade? – Ele apoiou os cotovelos na cama.

-Te vejo na cozinha. – Disse, ignorando a sua pergunta, e seguindo meu caminho pro quartinho onde Madi ficava. Eu abri a porta lentamente e a achei dormindo encolhidinha em sua cama. Me aproximei e agachei ao seu lado. – Bom dia, pequena. – Como resposta recebi um grunhido. – Que você acha de irmos no ateliê hoje? Eu posso te ensinar uns truques e dicas. – Comecei a passar a minha mão em seus cabelos. Ela virou para que ficasse cara a cara comigo.

-Mãe, você sabe que eu amo o ateliê, mas eu quero ir pra escola.

-Querer ir pra escola? Que isso? Na minha época a gente confundia as mães pra elas pensarem que estávamos doentes ou de que era feriado. – Comecei a trocar a minha roupa.

Missão Impossível (Bellarke)Onde histórias criam vida. Descubra agora