Capítulo 24

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Quando chegaram ao Complexo, Aline tirou Mônica da parte de trás do caminhão e a colocou sobre a maca que já a estava esperando. Enquanto a levavam para a enfermaria, ficou parada ao pé da escadaria do prédio principal pensando em tudo o que acontecera naquela noite. Perdera Raul, conhecera a general Samara Macedo, que claramente desconfiava dela, e foi obrigada a revelar à Mônica mais do que deveria.

Com um aperto no peito com as possibilidades, caminhou receosa em direção ao salão. As famílias não se encontravam mais ali, e descobriu que já tinham ido embora. Se pudesse escolher, também gostaria de não estar mais naquele ambiente.

Alexandre parou ao lado dela e ficou quieto por alguns segundos, o que não durou muito.

— Era o único jeito de pará-la.

Assentiu, compreendendo que falava de Mônica.

— Tudo bem. Já devem estar dando um jeito no ferimento.

Ficou de frente para ela.

— O que o Raul estava tentando te dizer antes de morrer?

— Como vou saber? — deu de ombros. — Ele devia estar delirando.

Alexandre chegou a tomar mais ar para dar continuidade ao assunto, mas foi interrompido pela aproximação do capitão César, que o tocou no ombro.

— Mais uma vez, cumpriram a missão com louvor — sorriu, mesmo que os olhos não demonstrassem felicidade. — A general Macedo está esperando por vocês na sala de armas. Convoquem o restante do pelotão e se dirijam para lá o mais rápido possível — deu palmadinhas no ombro de Alexandre e se afastou.

Cumprindo a ordem, Aline voltou a ligar o comunicador e entrou em contato com todos. Em poucos minutos, reuniam-se diante da figura mais imponente do Complexo Militar de São Paulo. Ao esperar que todos se ajeitassem, surpreendeu-se a encontrar Heitor entre eles. Olhou rapidamente para o namorado, que fez um discreto movimento com a cabeça para ela. Como líder, colocou-se à frente do grupo, esperando que a general começasse.

Samara observou a todos de cima a baixo e concentrou mais segundos do que o esperado em Aline, o que a desagradou. Ao lado dela, avistou César e mais duas pessoas que não conhecia, um homem e uma mulher. Samara pigarreou e começou a falar:

— Vocês fizeram um bom trabalho esta noite, soldados. Capturaram o rebelde com maestria e o trouxeram vivo. Antes de serem dispensados, gostaria que conhecessem mais alguns dos seus superiores — fez um discreto movimento de cabeça para as pessoas que Aline não conhecia.

O sujeito negro e com pose de oficial, por mais que não trajasse as roupas militares, empinou o queixo e se apresentou:

— Meu nome é Ezequiel Almeida e sou o tenente-coronel deste Complexo.

Os soldados bateram continência. Foi a vez da mulher branca e de cabelos loiros se apresentar.

— Meu nome é Elsa Santana e sou a major deste Complexo.

Estão todos acima do César, pensou. Seguindo a hierarquia militar, ainda precisava conhecer o coronel, mas, pelo jeito, não se encontrava ali.

Antes de a general dispensar a todos, mandou que Aline, Alexandre e Heitor ficassem na sala. A notícia fez com que o coração dela batesse enlouquecido. Mesmo assim, por fora transparecia normalidade com a ordem.

Assim que o último soldado saiu, Samara voltou a analisá-los atentamente.

— A soldado Machado será avisada depois — referia-se à Mônica. — Amanhã à tarde, vocês devem se apresentar para interrogatório.

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