Correntes

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Ficar sozinha naquele esconderijo não era o ideal para Pandora. Ela até aceitaria melhor a situação se tivesse companhia, mas para garantir o sucesso da fuga de Hope, era crucial que alguém atrasasse Klaus, e apenas Elijah poderia fazê-lo. Assim, lá estava Pandora, sentada ao banco do piano, dedilhando algumas teclas apenas para se distrair. Por alguns momentos, ela se surpreendeu com o cheiro dos vampiros que circundavam o local, mas ao perceber que não tentavam invadir, deduziu que eram subordinados de Marcel enviados para protegê-la.

Era irônico para Pandora que justamente aquele que recusara ajudá-la quando ainda era uma criança agora estivesse preocupado com sua segurança, ou talvez fosse com a própria, considerando que provavelmente havia uma interferência de Elijah naquilo tudo.

Aquela noite ela não dormiu; passou horas dedilhando as teclas do piano ou observando qualquer outra coisa ao seu redor. Seria impossível relaxar depois de tantas emoções em um único dia: a morte de Josephine, a aparição e ameaça de Dália, uma discussão com Hayley e quase um desentendimento com Elijah. Adicionar pesadelos à sua mente cansada estava fora de cogitação.

Ao amanhecer, a movimentação na entrada de St. James chamou a atenção de Pandora. Com os olhos já amarelos, um rosnado começou a subir por sua garganta quando ela se levantou do banco e adotou posição de ataque, apenas para relaxar ao ver Marcel e Rebekah surgirem em seu campo de visão.

— Oi! Você está bem? — Perguntou Rebekah ao se aproximar de Pandora.

— Fora o fato de ter me transformado em uma híbrida, ter matado meu tio, ver minha avó ser decapitada e ser perseguida por uma bruxa velha... — começou ela, encolhendo os ombros. — Tá tudo ótimo.

— Realmente é muita coisa. — Comentou Marcel, compadecido, indo para trás do balcão do bar. — As coisas estão ficando muito agitadas. Me pergunto se Elijah está tendo sucesso com o plano dele.

— É por isso que eu deveria estar com Elijah e não aqui nesse clube mofado. — Resmungou Rebekah.

— É esse clube mofado que se tornou o único lugar onde estaremos protegidas. — Respondeu Marcel, enquanto colocava uma garrafa de bebida e três copos sobre o balcão. — Sem falar que tem o melhor uísque.

— Ei! Você pode beber? — provocou Rebekah, com um sorriso travesso no rosto. — Achei que era só uma adolescente de quinze anos.

— Eu já sou maior de idade, engraçadinha. — rebateu Pandora, ignorando a provocação enquanto bebia o líquido servido a ela de uma só vez. O uísque desceu quente pela garganta de Pandora, fazendo-a tossir e arrancando risadas de Marcel e Rebekah, que lhe ofereceu assistência.

— Te dou dezesseis pela audácia. — Brincou Rebekah, entre risos.

— Que bom que minha garganta queimando te diverte. — reclamou Pandora, com a voz rouca devido à queimação e ao acesso de tosse. — Onde está o Elijah?

— Com Freya. — respondeu Rebekah, antes de tomar um gole de sua bebida. — Ontem colocamos nosso irmão para dormir em um caixão, assim não teremos interrupções enquanto tentamos encontrar um jeito de despistar nossa tia doida. O que significa que ele precisa de mim.

— Não, ele precisa de você aqui fazendo companhia para a senhorita Carter. — rebateu Marcel, ignorando o franzir das sobrancelhas de Rebekah e o grunhido irritado dela. — Já conversamos sobre isso, Rebekah. Seu irmão não pode estar em três lugares ao mesmo tempo.

— Então me mate, só assim para me parar. — retrucou Rebekah, impaciente, largando o copo sobre o balcão.

— Senhorita Mikaelson — chamou Pandora, surpreendendo Rebekah e capturando também a atenção de Marcel. — Sei que eu disse que não queria ver seu rosto, mas acredito que sua companhia é muito mais agradável do que a de sua tia ou seu irmão.

The Hybrid | Elijah MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora