Pontas Soltas

6.7K 559 242
                                    

O anoitecer envolveu a cidade com uma forte tempestade, aumentando a tensão enquanto todos se preparavam para o confronto iminente com Dália. A notícia do misterioso desaparecimento de Klaus, que aparentemente havia escapado de seu sono induzido, só aumentou a ansiedade.

Pandora antecipava a fúria de Klaus e estava certa de que ele voltaria ao complexo em busca de vingança. Além disso, a candidatura de Davina Claire como nova regente das bruxas colocava Pandora em uma posição ainda mais delicada, com o risco de ser culpada pela morte de seus parentes.

A incerteza sobre a aceitação de Davina como líder e a necessidade de se defender contra qualquer ameaça - seja das bruxas, de Klaus ou de Dália - aumentavam a ansiedade de Pandora. No entanto, as correntes que a prendiam representavam um obstáculo significativo.

— Chega, Elijah. Tire isso de mim. – ordenou Pandora com firmeza.

— Não insista, sabe por que precisa usá-las. – rebateu Elijah, surpreso com o tom de voz de Pandora.

— Eu entendo, mas preciso que me liberte. – insistiu Pandora, enquanto Elijah suspirava resignado. – Elijah, preciso estar livre para me defender de qualquer ataque.

— Você será rastreada assim que eu a soltar. – respondeu ele. – Quero garantir sua segurança, assim como a de Hope.

— Estou com alvos nas minhas costas! Não posso ficar tão indefesa. – disse Pandora, aproximando-se dele, enquanto Elijah mantinha um olhar sério. – Se Dália ou as bruxas vierem atrás de mim, poderei me defender. Mesmo usando meu lado lobo, essas correntes tornam tudo mais complicado.

— Você se surpreenderia com o estrago que pode fazer com elas. – comentou ele, mas o rosnado profundo que escapou de Pandora o surpreendeu, não mais surpreendente do que ser pressionado contra a parede e vê-la com os olhos amarelos.

Marcel, que estava do outro lado da sala, rapidamente atravessou o local e ressurgiu ao lado deles. Rebekah e Freya também se levantaram do estofado do escritório, surpresas e prontas para agir, se necessário.

— Solte-a, Marcel. – ordenou, com firmeza, Marcel, segurando o ombro de Pandora.

— Senhor Gerárd – chamou Pandora, olhando diretamente para Elijah. Ela desviou o olhar para a mão do outro vampiro e, em seguida, fitou-o nos olhos. – Desde que conheci os Mikaelson, aprendi três coisas. Cordialidade com Elijah, ironia com Rebekah, mas com Niklaus aprendi que uma mordida de lobisomem pode ser fatal para um vampiro. Então... se não tirar as mãos de mim, vou mordê-lo.

Apesar de claramente desgostoso com a ameaça da híbrida, a contragosto, ele soltou Pandora. Elijah tentou aproveitar o momento para se soltar, segurando os pulsos dela para afastá-la, mas Pandora aplicou mais pressão em suas mãos para mantê-lo no lugar. Ela não tinha fugido de um aprisionamento para acabar em outro, afinal.

— Lutei pela minha liberdade uma vez e farei novamente, não importa o quanto goste de você. – afirmou Pandora, com seriedade.

Ao perceber o olhar surpreso, não apenas de Elijah, mas também de Marcel e Freya, Pandora sentiu-se envergonhada. Teria realmente admitido seus sentimentos pelo vampiro na frente de todos daquela maneira? Que maneira estranha de confessar gostar de alguém.

Mesmo diante da ameaça, Elijah sorriu e segurou os pulsos de Pandora com delicadeza, encarando-a com carinho, o que a fez corar ainda mais. Sem que ela sequer percebesse, Elijah removeu as algemas dos pulsos de Pandora, finalmente libertando-a.

— Isso é muito adorável... – provocou Rebekah. – Finalmente confessando...

— E-Eu... Eu só... – Pandora começou, mas ao olhar para os demais ao seu redor, sentiu o constrangimento crescer ainda mais. Nem mesmo o olhar compadecido de Freya a ajudaria a se sentir mais calma.

The Hybrid | Elijah MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora