Um Adeus Provisório

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Nada do que Pandora já passou em sua vida foi mais doloroso do que aquele momento. Reencontrar seu pai para perdê-lo outra vez horas depois, incapaz de fazer algo para o salvar doía mais do que se transformar em um animal quadrúpede. Realmente, não havia tortura pior do que ficar presa ao lado do corpo sem vida de seu pai. Nem mesmo quando Tristan ou um de seus capangas iam até lá para bater mais um pouco nela, lhe causaria tanto sofrimento.

Claro que todas às vezes que ela podia, Pandora mordia seus agressores, mas isso parou de ser uma arma quando a amordaçaram. Em dado momento ela teve um vislumbre de esperança ao ver Marcel acompanhando Tristan, Aya estava com eles também. Porém, esse sentimento desapareceu também quando se lembrou de que o vampiro ainda estava infiltrado e não poderia fazer nada muito alarmante para a ajudar.

Talvez entregar a localização deles às Elijah ou Klaus.

— Que carinha triste é essa, cadelinha? – perguntou Aya, parada perto da porta. Um sorriso presunçoso se desenhava ao rosto bonito da mulher. – Pensei que quisesse passar um tempo com o papai.

Pandora rosnou, era a única forma que tinha de responder agora que estava amordaçada. O olhar condoído de Marcel foi ignorado pelos demais vampiros, mas Pandora viu. Isso só a fez se sentir ainda pior.

— Eu particularmente prefiro corpos que se mexam. – alfinetou Tristan, sorrindo debochado, recebendo um riso maldoso de Aya. – Esses lobos tem umas preferências estranhas, não acha?

— Com certeza. – zombou Aya.

— Eu gostaria de ter sua companhia por mais tempo, está muito divertido. – comentou Tristan, encolhendo os ombros. – No entanto, seu... marido... Exigiu que a devolvemos, caso contrário não teria minha irmã de volta.

— Ele só não falou se a queria em boas condições. – apontou Aya. Tristan olhou alarmado para Aya, como se não soubesse daquela informação, mas depois sorriu satisfeito.

Marcel ainda intercedeu em favor da híbrida, mas não teve sucesso. Pandora recebeu outra surra, mas ela não se importou, nem sequer resistiu às agressões de Tristan e Aya. Após algum tempo de agressões e de viagem, eles chegaram a uma marina. Quem guiava Pandora era Marcel, a levando um pouco mais atrás de Aya e Tristan. Aproveitando a distração dos demais vampiros, ele tirou o celular do bolso e mostrou para Pandora.

Mesmo com a visão um pouco turva devido ao efeito do veneno, além do suor e dificuldade em andar, Pandora conseguiu ler a mensagem enquanto cambaleava: "Não faça nada brusco, apenas siga o roteiro."

Ela chiou baixo ao concordar com a cabeça, levemente. Algo seria feito para ser resgatada, mas também não poderia deixar que seus raptores percebessem o teatro. Então todas às vezes que Tristan verificava se Marcel não a deixou escapar, ela rosnava para o vampiro, fingindo que o atacaria para que o vampiro ao seu lado a impedisse de avançar. Tristan ria debochado, sempre retrucando as tentativas dela com comentários ácidos.

Quando encontraram Elijah e Klaus parados em frente a um contêiner aberto, Pandora sentiu seu coração acelerar, consequentemente tornando-se mais instável devido à sua condição. Ela não sabia se era por reencontrar seu marido, ou se era pela erva do lobo e o veneno, as probabilidades eram altas para as duas opções. Dentro do contêiner estava Aurora, amarrada em uma cadeira e um saco preto lhe tapando a cabeça.

— O que fizeram com ela? – indagou Tristan, tentando identificar algo na irmã.

— Nada comparado ao que fizeram com a Pandora. – comentou Elijah, olhando alarmado para o estado deplorável que a esposa estava.

— Me parece que talvez devêssemos ter brincado um pouco com Aurora antes. – comentou Klaus, também analisando o estado da cunhada.

— Ah, vocês se referem a isto? – perguntou Tristan, suavemente e apontando para Pandora. Ele sorriu arrogantemente para ela, antes de olhar aos irmãos. – Cães agressivos precisam de uma correção mais severa.

The Hybrid | Elijah MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora