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Thomas permanecia parado, observando Rose e Robert. Ele não sabia se já estava dispensado ou se Rose queria algo mais que ele fizesse, então esperou, apesar de estar se sentindo desconfortável com toda aquela situação.

Não podia negar que sentia um pouco de inveja de Robert. Ele a conhecia há anos, tinham uma história juntos, podia abraçá-la, conversar com ela e lembrar dos momentos em que passaram juntos. Thomas não tinha isso, nunca teria isso. Nunca houve contato algum além da vez em que segurou a mão de Rose por alguns momentos, ele nunca esqueceu esses segundos em que teve a sensação de segurar a mão de Rose na sua. Se ele fechasse os olhos, voltaria para aquele momento onde, apesar de estarem em uma situação um pouco complicada e inconveniente, ele se sentia bem por poder passar um tempo com Rose, conversando. Ele gostava de conversar e de treinar com ela, gostava de passar tempo ao lado dela, de a observar focada em seus trabalhos ou apenas em seus passeios corriqueiros pelos jardins. Gostava dela, um pouco mais a cada dia, e não sabia o que fazer com esse sentimento.

Robert saiu do abraço de Rose e caminhou em direção à saída. Passou por Thomas o olhando sério, não gostava de tê-lo assim tão próximo à Rose. Conseguia perceber os olhares de Thomas para Rose, todos podiam ver, ele estava apaixonado pela Rainha. Idiota. Robert pensou. Mas ele sabia que Rose não se envolveria com alguém igual a Thomas, eles não se conheciam há tanto tempo, não passaram por dificuldades juntos, não compartilhavam de ideias e pensamentos, não combinavam. Rose não se envolveria com alguém igual a Thomas.

— Precisa de mim, Majestade? — Thomas perguntou após Robert deixar a sala.

— Sim. — Rose estendeu uma carta com o selo da Rainha, uma rosa. O selo não estava fresco, havia sido lacrado há algum tempo, Thomas conseguia perceber essas coisas, ele sempre gostou de ler cartas antigas e estudar sobre tipos de pergaminhos, de penas para escrita e de selos. — Entregue essa carta ao Edgar. Ele está na cidade, deixará Ennord essa noite. Entregue a carta apenas ao Edgar, ele vai saber do que se trata.

— Claro, Vossa Majestade — Thomas afirmou e saiu, deixando Rose pensativa na sala.

Rose olhou o grande mapa pintado dos Quatro Reinos que havia na parede da Sala do Conselho. Lembrou-se dos dias de batalha, a última tinha sido há seis anos contra Oris, eles não a queriam no trono, Rose sabia disso, mas o motivo da disputa havia sido por terras. Olhou para a grande parte da pintura que representava Ennord, o reino em que governava há dez anos. Foi por ele que Rose lutou, passou dias em claro nas batalhas ou fora delas. Fez acordos com inimigos e matou pessoas por quem simpatizava, tudo para garantir a segurança do reino.

Rose não conseguia ficar tranquila. A todo momento ela imaginava algo terrível acontecendo, talvez estivesse ficando louca.
Sorriu.

— Desgraçado! — falou lembrando de seu pai. Ele sempre a dissera para se preparar para o pior.

Deixou a sala do Conselho e seguiu pelos corredores norte para os aposentos de Daehan, trazia consigo alimentos para o irmão que havia pedido para as empregadas da cozinha.

— Dae — chamou enquanto batia na porta. Entrou quando ouviu Daehan falar para que o fizesse. — Eu trouxe sua refeição.

— Nossa! — Daehan sorriu. — O que aconteceu para você estar tão amorosa? Ou você está me agradando para depois me castigar?

— Cala a boca. — Rose sorriu, sentando-se ao lado de Daehan. — Você está bem?

— Melhor impossível — falou com a boca cheia de comida. — O Robert retornou, você se encontrou com ele?

— Sim.

— Ele traz novidades? — perguntou. — Descobriu algo sobre o endereço?

— Sim, mas não levou à nada. — Deu de ombros.

A Rainha de Ennord Onde histórias criam vida. Descubra agora