31- Suspeitas🌹

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Os dias que se seguiram foram calmos. Calmos até demais, o que para Rose, era a indicação clara de que algo estava acontecendo.

Apesar de calmos, os dias ainda tinham sido bastante estressantes. Rose ordenara que a frequência de rondas dos soldados aumentasse e, mesmo com Robert e Daehan a dizendo que tudo estava normal, ela não conseguia descansar.

O último dia dado por Rose para o General Samuel havia chegado e com ele, os últimos resquícios de paciência da Rainha.

Estavam na sala do Conselho Rose, Daehan, Robert, Thomas e George. E debatiam sobre o que seria feito caso o General Samuel não chegasse.

— Rose, você não vai realmente matá-lo, não é? — Daehan perguntou preocupado.

Rose não respondeu, apenas o encarou por alguns segundos e voltou a fitar a porta por onde Samuel deveria passar.
Daehan perguntou na esperança de que os ânimos de Rose estivessem amenizados, mas não estavam. A cada dia que se passava sem nenhuma notícia — e noites mal dormidas — contribuía para o péssimo humor de Rose. E Daehan sabia que nada de bom acontecia quando sua irmã estava irritada.

Felizmente, algumas centenas de soldados conseguiram chegar às fronteiras com bastante rapidez. Eles estavam em uma cidade bem próxima e em apenas um dia e meio conseguiram ocupar o lugar dos outros que ainda estavam em viagem, vindos das proximidades de Lowe. Quando a ordem de retorno chegou, eles ainda não estavam no Reino do Sul.

A atenção de todos ali foi em direção à grande porta de madeira, onde ouviram batidas fortes.

— Entre — Rose ordenou alto.

Edgar e o General Samuel entraram. Estavam sujos de terra e pareciam cansados, provavelmente não pararam para se hospedar em alguma estalagem, já que Rose havia ordenado que chegassem em um tempo quase impossível.

Aproximaram e fizeram uma reverência.

— Eu irei perguntar apenas uma vez e sugiro que sua explicação seja bem convincente, ou o fato de você ter chegado aqui nos sete dias que eu ordenei não me impedirá de executá-lo agora mesmo — Rose quebrou o silêncio, sua voz estava extremamente calma, mas todos conseguiam perceber que ela não estava. — Quem ordenou você a mover os soldados da fronteira?

— A Rainha — Samuel respondeu fazendo todos ali se espantarem. Todos, exceto Rose que agora o encarava com uma sobrancelha erguida e um olhar que daria medo em qualquer pessoa que temesse a morte.

— Você deve se achar muito engraçado — Rose comentou com uma falsa diversão na voz.

— Não, isso não é uma brincadeira — Samuel se explicou. — Recebi uma ordem da Rainha, para levar os soldados até Lowe.

— Me responda, Samuel, existe alguma outra Rainha em Ennord além de mim?

— Não, Vossa Majestade — Samuel respondeu. Ele, impressionantemente, não parecia estar com medo.

— Então como você diz que a Rainha ordenou que você levasse os soldados para o Sul se eu não dei tal ordem? — Rose se levantara de sua cadeira e agora estava andando na direção de Samuel.

Thomas temeu que ela o matasse ali mesmo.

— Eu tenho uma carta, com o seu selo, Vossa Majestade.

Todos ali se espantaram mais uma vez. Era impossível. Como Samuel havia recebido uma carta com o selo real se Rose insistia em dizer que não tinha a enviado?

— O quê? — Robert perguntou com espanto.

— Deixe-me ver essa carta. — Rose estendeu a mão para o General que a entregou um pergaminho dobrado e, para surpresa de todos presente, era realmente o selo da Rainha.

A Rainha de Ennord Onde histórias criam vida. Descubra agora