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— É, você está certa — Thomas confirmou. — Esse poema fala sobre meus sentimentos por você. A rosa da história é você, Rose. E acho que eu sou o homem solitário porque mesmo que eu não consiga tê-la, eu não consigo ir embora. Só de te ver algumas vezes ao dia e conversar com você já me faz feliz.

Rose o olhou com um semblante um pouco triste.

— Já conversamos sobre isso, Thomas...

— Você me perguntou se tinha algo que eu queria que você fizesse — Thomas interrompeu. Ele queria falar tudo antes que Rose pudesse o rejeitar mais uma vez. — Naquele momento não queria nada, mas agora sim.

— O quê?

— Quero que seja sincera — falou e Rose franziu o cenho. — Seja sincera com seus sentimentos. Quero que seja sincera comigo e consigo mesma. Eu estou aqui, na sua frente te pedindo para ser sincera sobre isso, só uma vez. Se você não sentir nada por mim, me diz e eu prometo que no momento em que você sair por aquela porta, nós não precisaremos nos encontrar para algo que não sejam questões do reino. Me diz que não sente nada e eu prometo que eu desisto. — Thomas deu um passo na direção de Rose, com a mão sobre o peito. — Mas se você sente algo por mim, o mínimo sentimento possível. Se você sente o que eu acho que sente, me fala. Me fala e eu não desisto de você. Eu não quero desistir de você.

Rose não respondeu nada, apenas se virou na direção da porta, mas não foi embora, ficou ali parada. Sua mão apertava firme o poema escrito por Thomas. Atrás de si, alguns metros de distância estava ele, mais uma vez, se declarando para Rose.

— Thomas, eu...

— Eu amo você, Rose — Thomas falou de uma forma sincera e cheia de emoção que fez Rose congelar espantada por alguns segundos. — Eu nunca me apaixonei antes, sempre esperava o dia que isso fosse acontecer. O dia em que eu estaria em frente à mulher que eu amo e me declarasse para ela. Nunca pensei que ela seria uma Rainha. Nunca pensei que ela seria você. Eu amo você, Rose.

Rose virou para encará-lo. Não conseguia acreditar no que havia acabado de ouvir. Thomas permanecia parado, a olhando com um sorriso pequeno nos lábios. Em seus olhos claros, havia um brilho e um sentimento tão forte que Rose podia notar à metros de distância.

Vários homens já haviam se declarado para ela antes. Robert foi um deles. Ela estava acostumada com declarações, e mais acostumada em recusá-las. Talvez por sempre achar que aqueles homens não estavam sendo tão sinceros em relação aos sentimentos que diziam nutrir por ela. Rose sempre achou que as pessoas se aproximavam dela apenas por ser a Rainha de Ennord. Ela já estava acostumada, não era algo que importasse muito. Já sobre o Robert, ela não pensava daquela maneira, sabia que ele realmente a amava. Mas ela, infelizmente, não sentia o mesmo por ele.

Às vezes imaginava como teria sido se retribuísse os sentimentos de Robert. Talvez não estivessem mais juntos, relacionamentos são complicados e Rose já tinha complicações de mais em sua vida. Sempre achou melhor o fato de que ela e Robert sempre foram apenas amigos. Robert seguiu a vida dele, casou e teve filhos. E ela, continuou se envolvendo com algumas pessoas ao longo dos anos. Não sentia falta de sentimentos, não queira se apaixonar e se envolver com alguém. Havia coisas mais importantes para se preocupar.

Naquele momento ela não sabia o que fazer. Sim, possuía sentimentos por Thomas. Sentimentos esses que ela tentou reprimir e torceu para que desaparecessem, o que não aconteceu. Porém, o que aconteceria se ela os retribuísse? Ela não queria trazê-lo para sua vida perigosa e complicada. Ele não merecia isso, era uma boa pessoa. E Rose, não era. E Thomas ainda não sabia.

Andou calmamente até Thomas, encurtando cada vez mais a distância entre eles. Parou apenas alguns centímetros em sua frente, o encarando profundamente por alguns segundos. Aquilo deixava Thomas a beira de um colapso. Ele queria correr e não ouvir as palavras que Rose diria.

Rose levou sua mão direita e pousou sobre a bochecha esquerda de Thomas, acariciando gentilmente o local. Ele a encarou espantado com aquele ato, seu coração batia freneticamente. Tão forte que ele temia que parasse a qualquer momento.

— Não, Thomas. — Ouviu Rose dizer e temeu a resposta. — Eu não quero que você desista.

Thomas julgou ter ouvido errado. Encarou Rose com os olhos arregalados. Ele poderia desmaiar de choque ao ouvir aquelas palavras, mas não conseguiu dizer nada com Rose ali o encarando com aqueles olhos negros. Sentiu seu coração errar uma batida e as pernas fraquejarem ao ver que Rose se aproximava dele cada vez mais, percebeu quando ela se ergueu um pouco na ponta dos pés e aproximou seus lábios dos dele.

Thomas fechou os olhos, esperando por aquele tão sonhado momento.

O beijo. Os lábios macios de Rose encostados nos seus. A princípio de forma calma, despreocupada, como se quisesse dizer que eles teriam todo o tempo do mundo para permanecer ali, mas que ficava cada vez mais apaixonante. Ele não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo.

Estava beijando a Rose!

Passou horas em seus aposentos imaginando como seria beijá-la, tê-la em seus braços. Sonhou em olhar fundo nos olhos dela e dizer o quanto era apaixonado. Sonhou em segurá-la firme e emaranhar seus dedos nos grandes cachos negros que eram os cabelos dela. Mas ali, com Rose realmente o beijando, ele não conseguia pensar em mais nada.

Claro que ele já havia beijado algumas garotas antes. Principalmente quando era mais jovem e seu irmão o apresentava para algumas mulheres da cidade onde moravam. Ele sentia atração por algumas delas, algumas eram inteligentes e legais e ele gostava de passar tempo conversando com elas. Porém, nenhuma delas, em momento algum, fez seu coração acelerar como acelerava pela Rose. Por nenhuma delas ele possuía sentimentos comparados aos que tinha por Rose.

Nenhuma delas era a Rose.

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