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Thomas aproximou-se.

— Onde aprendeu artes marciais? Ouvi dizer que foi com os Guerreiros das Sombras, verdade? — perguntou, fazendo Rose soltar um suspiro de impaciência. — Sempre achei que eles não existissem. Que fossem apenas mito, assim como o Cavaleiro Mascarado. Vossa Majestade o conhece? Ninguém nunca o havia visto de perto. Meu pai me contou sobre ele, mas seu não acreditei. Sou um homem muito lógico, sabe? Só acredito em fatos comprova...

— Alguém já te disse que você fala demais? — Rose o interrompeu. Ela o encarava. Agora parecia irritada.
Thomas baixou a cabeça rapidamente, xingando a si mesmo por ter irritado a Rainha que, até então, estava indiferente com sua presença.

— Oh! Perdoe-me, Majestade. Eu costumo falar muito quando estou nervoso.

Rose virou todo o seu corpo na direção de Thomas. Eles agora estavam um de frente para o outro.

— E por que está nervoso?

Aquela pergunta o deixou mais nervoso do que já estava. Vê-la ali, apenas alguns centímetros à sua frente, fez seu coração bater em um ritmo frenético. Sua respiração estava descompassada.

— Por sua causa, Majestade — sussurrou, desviando o olhar da Rainha. — Nunca estive tão próximo a uma rainha antes, nunca conheci uma para ser sincero, apesar de querer muito.

Rose arqueou uma sobrancelha. Não estava irritada dessa vez, estava curiosa.

— E por que desejava conhecer uma rainha? — perguntou, fazendo Thomas erguer o olhar em sua direção. — Reis e Rainhas não se importam com as pessoas. Não se importam com ninguém além deles mesmos, para falar a verdade. Riqueza e poder são as únicas coisas que buscam, não importando o preço a ser pago. Não importando quantas vidas de pessoas comuns, assim como você Thomas, se percam. Deseja mesmo conhecer uma Rainha?

Thomas ficou encarando-a, estupefato. Não sabia o que dizer.

Rose ainda esperava por sua resposta.

— Nem todos são assim. Não acredito que Vossa Majestade seja. — Foi a única coisa que conseguiu dizer.

Rose sorriu com a inocência daquele rapaz à sua frente. Sim, ele era mais velho que ela, mas depois de todas as experiências vividas por Rose ao longo dos anos, depois de tudo que precisou fazer para se manter no poder — todas as terras que tomou, as batalhas travadas... as pessoas que matou — para ela, o homem à sua frente não era mais que uma mera criança.

— É aí que se engana — falou e sorriu sem mostrar dentes.

— Rose. — Uma voz chamou suas atenções.

Robert se aproximava. Ele olhou para Thomas e virou-se em direção de Rose, fazendo uma leve reverência.

— Rob, eu estava o aguardando. Por que demorou? — Rose perguntou. Sua voz demonstrava mais preocupação do que irritação de fato.

Robert baixou a cabeça envergonhado.

— Desculpe, eu teria vindo antes, mas um mensageiro de Oris chegou — falou, entregando uma carta à Rose.

Ela abriu calmamente e correu os olhos pelo pergaminho. Voltou encarar Robert com uma sobrancelha erguida.

— Joseph está a caminho.

— O quê? — Robert exasperou-se. — Achei que não viesse para a celebração.
Rose o devolveu a carta e Robert a leu rapidamente.

— Está à menos de um dia de viagem. Disse que não “ousaria perder a grande festa em minha homenagem” — Rose sorriu ao citar as palavras que lera na carta.

Robert olhou para Thomas, notando novamente sua presença. Thomas não havia dito uma palavra sequer. Apenas observava.

— Precisamos conversar — Robert falou para Rose. — Em particular.

Olhou novamente para Thomas, o avaliando dos pés à cabeça.
Rose assentiu e foi embora, sendo seguida por Robert. Deixando Thomas para trás, confuso.


Rose entrou em seus aposentos, sendo seguida por Robert e Daehan, que havia os encontrado caminhando pelos corredores do Castelo.

Rose sentou-se em sua poltrona e Daehan deitou-se na cama, com os braços cruzados atrás da cabeça. Robert permaneceu em pé.

— Passei os últimos dois dias buscando o que me pediu — Robert começou.

— O que você pediu a ele? — Daehan perguntou confuso.

Rose lembrou que não havia comunicado ao seu irmão o motivo de Robert ter passado dois dias longe.

— Foi encontrado um pergaminho com o líder do grupo de ladrões. Nesse pergaminho havia algo escrito que pensamos ser um endereço. Pedi a Rob que verificasse.

Voltaram suas atenções para Robert. Rose gesticulou para que ele continuasse.

— Procurei em todas as ruas da Capital algo sobre a tal Rua das pedras, mas não encontrei nada. — Fitou Rose um tanto desapontado. Robert não gostava de falhar nas missões dadas pela Rainha. Ela depositava nele muito de sua confiança, ele não podia desapontá-la.

Rose, por outro lado, permanecia serena.

— Mandem homens procurarem em toda Ennord — Rose falou firme. — Se não há uma Rua das pedras na Capital, talvez haja nos vilarejos e cidades ao redor do país. Peça que sejam rápidos e discretos.

Robert confirmou.

— Você quer que vá nas buscas?

— Não precisa ir se não quiser. Prefiro você aqui. Vocês dois — disse ela, olhando de Robert à Daehan. — Joseph está vindo e vocês são os únicos que me impedem de cortar fora a cabeça daquele velho maldito.

Daehan e Robert riram.

A Rainha de Ennord Onde histórias criam vida. Descubra agora