— Me disseram que esse é o bar mais popular daqui — Daehan falou quando eles chegaram à frente de uma construção não tão bem aparentada para ser o lugar mais popular. E mais uma vez, Rose se conteve em questionar o irmão.
— Quem disse? — Thomas perguntou.
— Algumas pessoas que eu encontrei enquanto conhecia a cidade — ele explicou.
Do lado de fora era possível ouvir gritos e altas risadas vindo de dentro do lugar. O nome Cereja do Sul não causou uma boa impressão em Rose, e ao entrar no local ela percebeu o porquê.
— Você nos trouxe para um bordel? — perguntou para Daehan que sorriu.
— Eu sei que você é uma Rainha, mas não precisa ser tão crítica sobre tudo — ele falou ao ver a expressão da irmã enquanto analisava todo aquele lugar. — Como eu disse, é o lugar mais popular.
— Você sabe o que acontece em um bordel, certo? — Rose perguntou e Thomas conteve uma risada.
— Claro que sei, já estive em bordéis antes — Daehan explicou simplista e Rose se espantou. — Calma Rose, não estou aqui para conseguir uma mulher. Disseram que aqui vende o melhor vinho do Sul, e você sabe que eu não resisto a um vinho. Dizem que aqui é onde tudo acontece.
— Claro que é — Rose falou sem nenhum tipo de animação.
— Vamos — encorajou Daehan.
O lugar era amplo, mas completamente fechado. Além da porta de entrada e a porta dos fundos, não havia mais nenhum outro acesso. A luz era fornecida por alguns pequenos lustres pendurados e dezenas de velas distribuídas pelas várias mesas que ali havia.
Havia um balcão, onde uma mulher muito bem produzida servia bebidas para alguns homens que estavam sentados nos vários bancos à sua frente. No canto esquerdo, havia uma escada em espiral onde havia um aviso que dizia: entrada apenas acompanhado de uma das meninas.
Os sentimentos dos três em relação aquele lugar era bem diferente um do outro. Daehan estava achando aquilo bem divertido, Thomas parecia curioso e Rose continuava a correr seus olhos por todos os cantos daquela construção de pedra que cheirava a fumo, suor e perfume adocicado demais para qualquer pessoa, enquanto pensava que talvez deixar Daehan escolher o local para comemorar não tenha sido uma ideia tão inteligente.
Assim que viram os dois homens fortes e altos acompanhando Rose, algumas das mulheres se aproximaram sorridentes. Usavam vestidos de tecido fino e transparente, que deixava a vista suas roupas íntimas, ou a falta delas. A maquiagem forte ao redor dos olhos e os lábios vermelho-sangue, as deixavam com uma beleza diferente da que Rose estava acostumada a ver nas mulheres de Ennord.
Daehan rejeitava gentilmente as ofertas, enquanto Thomas permanecia calado, olhando a cada dois segundos para Rose como se tentasse imaginar o que ela estaria pensando.
Tentando controlar o riso, Rose foi na direção do balcão. A mulher notou sua presença e sorriu.
— Bem-vinda ao Cereja do Sul, meu nome é Cherry.
Aquele com certeza não era o nome dela, mas isso era algo comum em um lugar como aquele, as mulheres não usavam seus nomes reais.
— O que vai querer, docinho? — A mulher continuou. — Nossas meninas são maravilhosas.
Como se esperassem a deixa, duas mulheres sorridentes se aproximaram de Rose. Avaliaram-na da cabeça aos pés, com um sorriso que demonstrava segundas, terceiras e quartas intenções.
Rose sentiu um pouco constrangida, não por estar no meio de duas mulheres, mas por toda aquela situação. Mesmo sabendo que alguns homens - e também mulheres - a desejavam, nenhum jamais havia sido tão direto como aquelas duas mulheres estavam sendo. Claro, aquele era o trabalho delas, mas não deixava de ser um pouco embaraçoso.
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A Rainha de Ennord
RomanceRose, coroada aos quinze anos após a morte de seu pai, tornou-se a primeira e mais jovem rainha a governar sozinha o reino de Ennord. E, contrariando a todos, conseguiu transformar Ennord no maior e mais poderoso dos Quatro Reinos. Dez anos depois...