II - Dizem que paixões por professores acabam em encrenca

141 34 102
                                    

Agora que Aurora tinha oficialmente 16, ela estava liberada para dirigir. Ela havia tomado aulas durante todos oa seus quinze anos para que quando oficializasse dezesseis, pudesse usar o Toyota Corolla azul que seus pais haviam comprado para ela há dois anos. Queria que minha mãe já tivesse comprado o meu carro, pensou Luke. Mas ele não poderia julgá-la de forma alguma. Anos atrás, quando o seu pai simplesmente saiu de forma agressiva da vida dos dois, sua mãe estava desempregada. Ela levou alguns anos para se estabelecer de novo, pois o término a deixara extremamente abalada. Eles haviam se casado numa das igrejas mais lindas de Atlanta, após se conhecerem na adolescência. Ele fora o primeiro amor de sua mãe, e quando ele a largou, ela ficou mal demais para continuar. Agora eles já estavam bens de grana de novo, apesar do carro de Luke ainda não ter sido comprado. Mesmo que o aniversário de dezesseis dele fosse no final daquele ano, e ele já soubesse dirigir. Com certeza seu pai já teria lhe dado um carro incrível.

Mas espere... por quê Luke estava pensando em seu ex-pai? Ele deveria ainda estar animado com a festa que havia rolado no sábado, a festa de sua nova amiga, Aurora.

-Nem posso acreditar que tive a festa de aniversário mais perfeita do universo! - ela exclamou, apertando o volante com força. Ela estava tão animada que havia quase batido o carro umas 2 vezes - Foi como num filme da Disney mesmo, sabe? Um local lindo, mais parecido com Arendelle de Frozen, o meu vestido, todos se divertindo...ok, talvez eu esteja sendo um pouco exagerada. - Ela deu de ombros - Mas foi realmente ótima a festa. - Ela se virou para ele - Eu não acredito que não beijou ninguém na festa, Luke. Eu estava na esperança de te ver aos braços de alguma garota!

Luke engoliu em seco, e forçou um sorriso. Não podia parecer desinteressado - a festa realmente havia sido incrível. Só que ele já estava envolvido com alguém, e esse alguém era alguém que ele gostava muito. Mal o conhecia, mas sentia que ele era o amor de sua vida. Apesar das datas de nascimento não combinarem.

-Ah, que nada.- Ele riu de leve, coçando a nuca - Não sou desses de agarrar qualquer pessoa desconhecida.

Bem, isso não era nem de longe verdade.

Assim que chegou em Greenworsh, no começo de julho, havia ido com seus primos mais velhos para uma balada, aonde eles lhe entregaram uma identidade falsa. Óbvio que fora escondido de sua mãe, mas como ela tinha o sono pesado e costumava dormir cedo, aquilo não fora um problema.

Eles beberam todos os drinques que conseguiram, e Luke finalmente tivera sua primeira experiência ficando bêbado. Claro que ele já havia bebido escondido antes, mas nunca ficado bêbado. Especialmente nunca ficar bêbado antes numa festa, com várias bebidas de cores diferentes. Também nunca havia beijado um homem antes, e muito menos um homem mais velho.

Seus primos estavam ocupados bebendo na pista enquanto dançavam. Um deles, inclusive, estava agarrando uma loira bronzeada que certamente era porto-riquenha. Luke havia ido ao bar e pedido um martini, quando notou um homem sentado no bar, o olhando de cima para baixo. Ele tinha os cabeloa escuros e os olhos profundamente verdes, e sorriu com curiosidade ao observar o rosto de Luke. Como se o conhecesse de algum lugar.

-Não é muito novo para estar em um local como este? - Sua voz era grave, e ele parecia estar excitado com a presença de Luke. Seu corpo físico era atlético, e logo depois Luke viria a descobrir que ele fazia academia. Seus braços veiudos logo fizeram Luke se arrepiar.

Ele já sabia que gostava de homens. Quer dizer, há dois anos havia se apaixonado por um garoto da sua sala, o Benjamin Clark. Mas foi algo unilateral. Até porque naquela época, Luke estivera numa das piores fases de sua vida, quando sua depressão estivera pesada. Nunca tivera a iniciativa de beijar nenhum cara, apesar de muitas vezes ter baixado o tinder e o grindr, apenas para ver o rosto de caras que fossem como ele. Apesar das conversas provocativas, sempre amarelava na hora de sair.  E no final, ele sempre se cortava por não ter coragem de fazer o que queria, ou por não ser o filho querido do pai.

O Mal Infiltrado (LIVRO 1) - Mistérios de GreenworshOnde histórias criam vida. Descubra agora