30 de Julho de 2020
A campainha de Judy O'Brien tocou enquanto a garota estava assistindo um filme chamado "Cisne Negro". Ela se sobressaltou, pois não era algo que estava esperando. Seus pais estavam passando uns dias na Geórgia, visitando alguns parentes, enquanto Judy preferiu ficar em Greenworsh para aproveitar as férias de verão. A casa estava toda escura. A única iluminação vinha da TV e da varanda. Ela pausou o filme e deixou a pipoca de lado, se levantando e indo até a porta. Usava meias rosas com desenhos de bixinhos, um roupão preto que cobria sua roupa básica - um short curto e uma camisa branca. Ela olhou pelo olho mágico e viu sua melhor amiga. Ela abriu a porta.
-C! - Ela sorriu, mas então o sorriso se desfez em questão de milésimos de segundos. Carol não parecia nada bem. Usava uma calça comprida rosa, um casaco, e seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, e parecia sujo. Havia um corte no canto de sua boca, e estava sangrando. Os olhos dela estavam cheios de lagrimas. Ela parecia desamparada.
-Posso passar a noite com você? - Carol perguntou, engolindo em seco. Parecia um cachorro de rua implorando a uma pessoa que a levasse para casa - Estou precisando de companhia.
-Claro, entre. - Judy estava preocupada. Ao deixar a amiga entrar, ela se virou para encará-la - O que houve com você? Alguém te machucou?
Carol não respondeu. Só ficou ali parada, de braços cruzados.
-Carol?
-Não, eu estou bem. - sua voz parecia rasgada - Eu só caí no meio do caminho em uma pedra, só isso. Posso usar seu banheiro?
Judy não sabia o que pensar. Era cerca de dez horas da noite. Geralmente, quando Carol ia na casa dela, mandaa uma mensagem antes. O que estava acontecendo?
-Claro... - Judy coçou a nuca, o olhar analisando o local - Fique à vontade.
Carol se dirigiu ao banheiro a passos apressados. Ela cerrava o punho. Judy estava preocupada, e sentia um ar denso a envolvendo. Não sentia que a amiga estava dizendo a verdade.
-Por que não avisou que vinha? Por quê está aqui a essa hora?
-Eu estava cansada de ficar em casa e decidi vir. Desculpa não ter dito nada. - Carol falava como um zumbi. Ela deu uma olhada para Judy, junto com um breve sorriso - Espero que não fique preocupada. Eu estou bem.
O sangue escorria para seu casaco. Ela não parecia nada bem. Teria sido mesmo uma pedra que fez aquilo com ela? E por quê ela parecia... assustada?
-Ah, ok... hã... - Judy olhou para a TV - Eu estou vendo Cisne Negro. Quer assistir junto comigo?
-Claro. - Carol entrou no banheiro e fechou a porta. Ela falava de forma desanimada e seca. Como se sua alma estivesse morta. Os dedos de Judy estavam agitados. Ela apertou seu roupão, e esperou uns segundos. Por fim ela suspirou, decidindo deixar para lá. Claro que não era nada demais. Carol lhe contava absolutamente tudo. Ela diria se algo estivesse errado.
Ela se sentou no sofá e esperou Carol voltar. Decidiu por o filme do início. Enquanto isso, silêncio no banheiro. Ela voltou todos os minutos e comeu mais da pipoca. A noite lá fora parecia calma, e a cidade estava impecável como sempre. Nenhuma árvore fora do lugar. Nenhum animal fazendo algo estranho. A rua quieta e as luzes dos postes iluminando as casas.
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O Mal Infiltrado (LIVRO 1) - Mistérios de Greenworsh
Novela JuvenilAVISOS: Esta história contém cenas de morte. Já passou pela experiência de algo simplesmente sumir de repente? Como o celular que você jurou ter colocado em cima da mesa, de repente, puf!, sumiu? Mesmo sem explicação alguma? Bem, em Greenworsh isso...