XIV - Mais perto do que imagina

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03 de Agosto de 2020

-Oi, qual é o seu nome?

-Hã... Luke. Luke Albefort.

-Prazer, eu sou a Carol. Carol Candance. Essa é a minha amiga, Judy O'Brien! - Carol sorria de forma simpática.

-Prazer! - Judy extendeu a mão e Luke apertou, sorrindo.

-Então, de onde você vem?

-De Atlanta. Eu me mudei recentemente.

-Vimos você na aula de literatura, e achamos você uma graça! - Judy falou, e Carol cutucou ela, corada. Luke se remexeu, sem jeito - Mas você parecia não estar bem. Aconteceu algo?

-É a mudança, não é? Dói ficar longe de casa?

-O quê? Não! - Luke forçou uma risadinha - Eu não estava mal.

-Para, sabemos quando uma pessoa está mal. - Carol afirmou, acariciando o braço dele.

-Parecia ter comido algo estragado. - Judy afirmou.

Na verdade, Luke ficara surpreso ao ver que o cara que estava se relacionando era seu novo professor de literatura. Cormoran, o homem de quarenta e seis anos que na verdade tinha cara de trinta e cinco, o cara que conheceu no bar, o cara que vinha levando ele para festas nos últimos dias, era seu professor. Talvez ele ficara tão preocupado que seu rosto demonstrou. Teriam elas percebido? Não. Não seja tolo, Luke. Ninguém notou nada. Cormoran pareceu surpreso também.

-Ah, é que tive uma briga com meus pais ontem. - mentiu Luke, dando de ombros. Em seguida, deu uma olhada em Carol. - Amei seu cabelo!

Carol corou, encarando os pés. Judy riu e a cutucou.

-Eu que fiz ela soltar o cabelo hoje. Ela geralmente usa ele preso. Estou convencendo ela aos poucos.

-Para, J. Eu uso meu cabelo solto de vez em quando.

-Então, vocês cresceram aqui? - Luke estava feliz por mudar o rumo da conversa. Não queria que nenhuma delas falasse do professor ou da aula dele. Fingiu estar interessado nas duas, pondo a mão em sua cintura.

-Eu sim, a Judy se mudou aos quatro. Nos conhecemos no jardim de infância. - Carol contou. Ela tinha longos cabelos loiros, ondulados na ponta. Seus olhos eram um azul safira brilhante. Ela parecia uma criança inocente falando.

-Por que não vem comer conosco? Deve ser um saco vir para o primeiro dia e não ter ninguém. - Judy olhava para ele, amistosa.

O coração de Luke acelerou. Ele sentiu vontade de abraçar as duas. Ninguém comia junto dele há anos. Mal sabiam elas que não era o primeiro dia que estava sozinho. Ele sentiu vontade de abraçar elas, mas não podia bancar a vibe garoto-desesperado-por-amizade-carinho-e-amor. Não, esse tipo de gente era insuportável.

-Ah, claro, pode ser. - Luke deu de ombros. Isso. Sutil. Os três sorriram e se encaminharam para pegar seus almoços, e Luke estava eufórico. Ele estava conversando com pessoas! O que uma mudança mudou.

O Mal Infiltrado (LIVRO 1) - Mistérios de GreenworshOnde histórias criam vida. Descubra agora