Luke estava se olhando no espelho do quarto quando sua mãe apareceu na porta, o fazendo levar um sobressalto. Seu coração ainda estava acelerado por causa do que ocorrera na escola.
-Mãe! - Luke revirou os olhos, colocando uma mecha de seu cabelo atrás sa orelha - Que susto! Não sabe mais chamar, não?
Ela parecia estar pensando sobre o que iria dizer. Ela ficou pensativa alguns segundos, formulando uma frase.
-Eu só queria me certificar de que está tudo bem com você, Luke. - ela franziu os lábios, olhando para baixo. Ela ergueu o olhar - Ainda não me contou porquê estava se batendo naquele dia.
O corpo inteiro de Luke estremeceu. Ele pensou que sua mãe esqueceria daquilo. Mas pelo visto o medo de ter um filho tentando suicídio do nada a traumatizara de verdade. Ele limpou a garganta e encontrou o tom de voz mais tranquilo que pôde usar.
-Ah, eu apenas estava me lembrando do papai... - ele arrumava o cabelo enquanto se admirava no espelho, aparentando estar desinteressado - Ouvi um pouco de Elliott Smith e me lembrei dele. Mas logo eu percebi o que estava fazendo, e eu juro que assim que saiu, eu não fiz mais. - ele olhou para ela, seus olhos avelã cheios de preocupação - Juro que não foi nada sério, mamãe. Foi só uma recaída breve. O meu psiquiatra disse que isso poderia acontecer.
-Sim, eu me lembro. Hã... quer... conversar sobre ele? - Ela tinha uma voz suave, e parecia estar se esforçando ao máximo para fazê-lo se abrir. Mas ele não iria. Não naquele dia. Era capaz de que, caso começasse a falar, não pararia até contar tudo. E acabaria chorando, como sempre. E ele já estava farto de chorar.
-Sobre o papai? - ele deu um sorrisinho forçado, arqueando a sobrancelha - Mamãe, não tem nada demais. Foi só uma recaída. Eu juro que tô bem, não tá vendo? - Ele deu um giro, parou e fez uma pose, sorrindo. Ok, não era a maior verdade. Mas o importante era fazer ela acreditar.
Ela deu um sorriso tímido.
-Fico feliz, querido... - ela engoliu em seco - Mas... falando no seu pai, eu quer-
-Mãe, já chega de falação desnecessária, vai conversar com Agatha! - ele deu uma risadinha enquanto a empurrava para fora do quarto, em meio a seus protestos - Fica falando de gente chata enquanto eu quero dormir, tô cansado.
-Eu, hã...ok! Boa noite! - ele fechou a porta na cara dela, trancando-a em seguida - Não tranque a porta, Luke!
-Boa noite, mãe! - Ele disse com uma voz suave e tranquila, mas deixou a porta trancada assim mesmo. Ele ouviu um suspiro do lado de fora e em seguida passos dela se afastando. Deu certo. O que quer que fosse, poderia ser depois. A mente de Luke não parava quieta. Ele ainda tinha o diário de Elliott na cabeça, e o espelho lhe dizia que a marca no pescoço demoraria a sair. Ele disse para a mãe que brigou na escola com um garoto, para ela não pensar que ele tentara se enforcar. Não era exatamente mentira.
Ele se sentou na cama, colocando os fones de ouvido. Em seguida, deu play na gravação que fizera de Elliott. Ele conferiu sua janela. Estava fechada. Ele nunca mais voltaria a dormir com ela aberta novamente.
"E se acharem nosso DNA nela? Você sabe que tem! Sabe, o...esperma!"
"Não tem como compararem o DNA de vocês com o do esperma se não fizerem uma análise combinatória. Não daremos nosso DNA. O Justin e o Tedd jamais dirão alguma palavra sobre isso. O Justin nunca iria querer ser preso pelo que fez com a irmã. E bem... o último a gozar dentro dela foi o Tedd"
O que Justin fizera com a irmã?
Essa garota sobre qual ele estavam falando era a Carol...certo?
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O Mal Infiltrado (LIVRO 1) - Mistérios de Greenworsh
Roman pour AdolescentsAVISOS: Esta história contém cenas de morte. Já passou pela experiência de algo simplesmente sumir de repente? Como o celular que você jurou ter colocado em cima da mesa, de repente, puf!, sumiu? Mesmo sem explicação alguma? Bem, em Greenworsh isso...