O Mal Infiltrado (LIVRO 1) - Mistérios de Greenworsh

XL - Juntos podemos vencer.

10 de Outubro de 2020, 16:00.

Dia da festa da Lucy.

Kate sorriu ao ver Luke se aproximando dela. Ela estava esperando na frente do mercado fazia no mínimo meia hora.

-Aonde cê tava? Eu tô aqui há um tempão.

-Desculpa, eu estive...bem, cuidando de uns assuntos.

Ele coçou a nuca, e havia um chupão no pescoço dele. Kate deu um sorriso malicioso para ele.

-É, eu tô vendo. No meio das pernas de alguém. - Disse ela, maliciosa.

Luke arregalou os olhos e ela deu uma risada.

-Qual é, Luke, eu sei que era o Alex. Tá na cara. Vocês vivem andando juntos.

Ele engoliu em seco, desviando o olhar.

-Acontece que não era com o Alex.

Kate piscou, subitamente entendendo tudo. Ela sentiu seu estômago revirar.

-Ah... - Ela coçou a nuca, sem graça. Era bem óbvio quem havia deixado a marca ali. Era ainda muito bizarro pensar que o seu professor de literatura e Luke estavam nos amassos. Eles ainda não haviam conversado sobre isso, e ela sentia que estava adiando o assunto ao máximo. Seria muito desconfortável falar sobre isso com ele.

-Bem, vamos entrar logo e resolver isso. - falou Luke, negando com a cabeça e tirando o cupom fiscal do bolso - Aqui diz que esse é o local em que Niall fez aquelas compras. Vamos entrar e perguntar detalhes sobre ele.

-Será que vai dar certo? - Perguntou Kate, olhando ao redor. E se estivesse sendo observada? E se graças a atitude deles, Niall ou Tedd resolvessem fazer algo com eles? Talvez investigar isso a fundo fosse uma ideia errada e precipitada. Mas ao mesmo tempo ela queria ter certeza. A possibilidade da pessoa que estava brincando com suas vidas ser sua própria irmã estava acabando com Kate.

-Só vamos descobrir se tentarmos. Vamos.

Eles adentraram o local, e ele era um mercado relativamente comum, de tamanho médio. Só havia um caixa. Eles foram direto até ele, onde um rapaz na casa dos trinta meio gordinho e de chapéu atendia.

-Boa tarde, nós queriamos informações sobre a pessoa que fez essas compras aqui... - Luke entregou o papel, e o homem arqueou a sobrancelha, pegando o papel - Foi no dia que está escrito. Poderia nos dizer informações sobre a pessoa?

-Por acaso vocês são da polícia? - Ele analisou o papel.

-Bem...não. - Luke deu uma olhadela preocupada para Kate, que mordeu o lábio inferior, nervosa e ansiosa ao mesmo tempo.

-Então caiam fora. Não vou dar informações para pirralhos sobre meus clientes. - Ele estirou o papel para devolver-lhes, e irritada, Kate tirou 50 dólares da carteira.

-Aqui. Isso basta para conseguirmos informação?

O homem analisou ela dos pés a cabeça, talvez imaginando se ela seria uma delinquente. Mas por fim, acabou pegando o dinheiro dela e suspirou, resmungando baixinho.

-Eu não estava trabalhando aqui nesse dia. Era o meu pai. Esperem um momento.

Eles observaram ansiosos o homem ir chamar o pai nos fundos. Ele voltou trazendo consigo um senhor de idade cego de um olho. Ele não parecia nada simpático.

-O que esses pirralhos querem? - O senhor encarou o outro homem.

-Queremos informações sobre a pessoa que realizou essas compras. - Kate apontou para o papel, e ele pegou. Analisou o papel e pareceu pensar por um instante. Por fim, ele os encarou.

-Me lembro nitidamente dessa pessoa e do dia. Lembro-me porquê ela usava uma máscara.

Luke e Kate se encararam, o mesmo pensamento cruzando a mente dos dois.

-Ela? - Indagou Luke, olhando para ele.

O coração de Kate se apertou em seu peito. Não poderia ser Kate. Não faria sentido. Não poderia ser. Poderia?

-Sim, era uma garota loira, usando uma roupa preta. Um capuz, luvas e calça preta. Usava uma máscara de porcelana o rosto. - ele coçou a barba mal feita - Só dava para ver seus cabelos loiros e longos.

-Ela...tinha uma voz grossa? Fina? Como era? - Luke insistiu. Ele os encarou sem entender, e Kate pigarreou.

-Ah, é que temos vária amigas loiras, e queremos saber qual delas comprou essas coisas. Elas...estão nos desafiando descobrir. - Kate inventou, cruzando os braços.

O homem suspirou.

-Eu suspeitei que fosse devido ao halloween, mas ela não disse uma palavra. Apenas me entregou o que queria comprar. Não sei nada sobre ela, crianças. Ela já entrou aqui e daqui saiu assim.

-Ela...entrou em algum carro? Algum carro...preto? - Perguntou Luke.

Ele estreitou os olhos.

-Não sei se percebeu, moleque, mas sou metade cego. Não presto muita atenção ao que acontece na vida dos clientes.

Luke pareceu sem graça ao ouvir a resposta.

-Ah, me perdoe... - Ele engoliu em seco.

-Como eu lhes disse crianças, não sei nada sobre ela. - ele entregou de volta o cupom fiscal - Sugiro que procurem informações em outro lugar.

Eles sairam do mercado desapontados, suspirando. O ar gélido os antigiu no rosto, fazendo Luke ficar vermelho por conta do frio. A rua já estava toda decorada para o Halloween. Se viam teias de aranhas falsas entre as folhas das árvores, morcegos falsos pendurados, e abóboras espalhadas no chão.

-Pelo visto, a única forma de descobrirmos algo da pessoa é irmos na tal festa da Lucy... - O queixo de Kate tremia devido ao frio. Não estavam usando agasalhos.

-Bem, então temos um problema. - Luke suspirou, aquecendo as mãos - A Lucy nos odeia. Nunca nos deixaria entrar lá depois de estragarmos a faminha do namorado perfeito dela.

-Mas quem disse que precisamos estar do lado de dentro para observar? - Kate sorriu para ele, que a olhou confuso - Vamos entrar. Precisamos de binóculos e comunicadores.

Eles entraram novamente no mercado, e Luke sorriu para ela, surpreso.

-Quer brincar de Bonnie e Clyde comigo, Kate Morris?

-Bem, é a única alternativa, certo? E Aurora vai estar lá dentro, podemos espiar do lado de fora enquanto ela procura do lado de dentro. E levaremos comunicadores para mantermos contato. E gravaremos tudo para podermos derrotar essea babacas de uma vez.

Luke sorriu para ela, pegando uma máscara de filme de terror.

-Vamos mostrar quem manda de verdade. Juntos podemos vencer eles.

-Com certeza.

Eles sorriram um para o outro.