Quando Luke Albefort desceu do carro de sua mãe no dia 31 de Julho no salão de festas que cediava a festa de dezesseis anos ele não fazia ideia do quanto aquele local marcaria sua vida para sempre. O quanto aquele local abrigaria danças, brigas, beijos. E tortura. E muitos segredos enterrados. Segredos que levariam a aparição de um stalker em Greenworsh. Mas seria esse stalker a mesma pessoa que fizera mal a uma menina tão inocente como Carol? Uma menina que agora estava fugindo por aí, escondida. Será que ela também havia feito coisas erradas?
As vezes as coisas erradas que você faz a alguém sempre voltam para você. Bem como um carma. Como se Deus precisasse equilibrar as coisas da maneira certa. Errou, a vida erra com você. Na mesma moeda. Estaria Carol agora pagando por tudo que fizera? Mas o que ela fizera de tão ruim que ela preferia fingir que estava morta do que simplesmente ir até a polícia? Que coisa errada teria feito ela desistir da família, dos amigos, da vida dela? Seria o seu namoro secreto que a fez desejar sumir ao ponto de sumir? Ou seria outra coisa? Teria ela ferido alguém? Mas quem? E por quê? Por vingança? Teria ela, no final das contas, feito a pessoa que fez as maldades com ela provar da mesma moeda? Será que a pessoa que havia feito maldades com ela estaria agora sofrendo? Será que Carol, no fundo, não era tão inocente assim?
Todos nós temos o nosso lado bom e o mal. O ying e o yang. Só precisamos dedicir qual vamos usar no dia a dia. E ás vezes, a vida é tão dura conosco que por vezes preferimos ferir os outros. Preferimos fazer com que sintam a nossa dor. Que sintam a nossa agonia e o nosso sofrimento.
Luke parou o carro de sua mãe no estacionamento de terra molhada, de frente ao grande salão. Apesar da chuva agora ter cessado, e a grande lua cheia estar iluminando muito bem cada detalhe, era perceptível o dano da chuva no local. Não havia policiais por ali. Nem um carro de polícia sequer. O local parecia um mausoléu abandonado. Um mausoléu cheio de memórias.
Luke apanhou o celular, e viu que Carol havia mandando várias mensagens.
Você já está vindo? Me avise quando estiver chegando.
Luke, venha rápido. Está frio. Eu estou com dor, preciso de ajuda para meus ferimentos. Você pode trazer um kit de primeiros socorros ou alguma coisa do tipo? Se não for pedir muito, é claro.
Luke, se eu ver a polícia, independente do meu estado, eu fujo. Não posso permitir que me encontrem.
Meus pais estão bem? Como eles estão?
Luke respondeu, suas luvas pretas aquecendo seus dedos.
Cheguei. Não vi suas mensagens antes, me desculpa. Não trouxe nenhum kit primeiros socorros. Quer que eu volte e traga depois?
Ela respondeu quase imediatamente.
Não, é muito suspeito. Acho que consigo aguentar. Ok. Estou na parte de trás do salão, entre as árvores. Estou sentada, pois fiquei com medo de algum bicho me ver. Ou alguém.
Ele deu uma boa olhada no lado de fora. Uma neblina densa ocupava o local, como um fantasma. Ele avistou a floresta logo atrás do salão de festas, e engoliu em seco. Ele se olhou no espelho. Sua marca no pescoço era feia. Ele colocou o capuz na cabeça.
Estou indo. Mantenho contato com você.
Luke pegou o celular e saiu do carro, guardando a chave no bolso e pegando sua lanterna. Ao ligá-la, começou a ir em direção à floresta. A cada passo que dava, sentia seu coração acelerar, seus pelos se arrepiarem e seu olhar ia de um lugar a outro. Sentia que estava no lugar errado e na hora errada. Ele sentia que fazia algo super errado, algo que seus pais jamais poderiam descobrir. Ouviu sons de corujas. Sentia que estava sendo observado o tempo todo, mas não conseguia ver muito bem por causa da neblina.
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O Mal Infiltrado (LIVRO 1) - Mistérios de Greenworsh
Ficção AdolescenteAVISOS: Esta história contém cenas de morte. Já passou pela experiência de algo simplesmente sumir de repente? Como o celular que você jurou ter colocado em cima da mesa, de repente, puf!, sumiu? Mesmo sem explicação alguma? Bem, em Greenworsh isso...