ILIII - Uma prova muda tudo

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Assim que avistou Clarisse bebericando em um canto afastado, Aurora foi até ela, agarrando seu braço, fazendo com que ela se virasse assustada.

-O que pensa que está fazendo aqui? - Indagou Aurora entredentes.

-Me solta! - Clarisse se desvencilou dela, a olhando como se ela fosse louca - Qual é o seu problema?

-Qual é o seu problema? Você está na festa errada, Clarisse. É só para amigos. Você não foi convidada!

Clarisse soltou uma risadinha.

-Por favor, Aurora, não faz escândalo, tá? Eu só quis vir me divertir junto de vocês. Só quando entrar na faculdade vai saber o como é divertido invadir festas quando estiver na faculdade.

-Pois eu não acho nem um pouco engraçado invadir festas. - Aurora estreitou os olhos - O que quer com a gente?

-Eu não quero nada com vocês! - Clarisse respondeu em tom defensivo - Vocês adolescentes são tão irritadinhos. Deus, tome um calmante!

Aurora se irritou. Não poderia sair dali sem a certeza de que Clarisse não era a assassina. E se ela fosse a assassina, ela a iria assustar para valer. Aurora a imprensou com uma força que nem sabia que tinha na parede, e Clarisse arregalou os olhos assombrada com a atitude de Aurora.

-Escuta aqui. Se você for a pessoa por trás dos telefonemas e das ameaças, eu juro que farei picadinho de cada detalhe seu! E não estou brincando, porque eu já estou farta dos seus joguinhos psicológicos! - sibilou Aurora em seu ouvido de forma alta e clara para sobressair a música alta que tocava - E eu vou fazer da sua vida um inferno se seguir com seu planinho ridículo. Era encontrar você que você queria que fizéssemos? Então isso já ocorreu.

-EU NÃO SEI DO QUE VOCÊ TÁ FALANDO! - guinchou ela, desesperada - EU FUI MANDADA PARA CÁ POR ALGUÉM!

Aurora se afastou ela franzindo o cenho. Clarisse massegou os pulsos, olhando Aurora incrédula como se ela fosse uma maníaca.

-Quem te mandou aqui? - Aurora questionou, baixinho.

-Eu não sei. - Clarisse fechou a cara, a olhando com ódio - Uma pessoa deixou essa roupa de Cisne Negro e me mandou vir aqui, se não faria alguma coisa muito ruim comigo. E depois que minha casa foi invadida, eu resolvi não arriscar. Eu não faço ideia do que você está falando e porquê agiu dessa forma comigo, mas eu recomendo que procure um tratamento psicológico. A Kate já faz um, inclusive. Deveria seguir o exemplo da sua amiguinha, Aurora.

Aurora piscou, encarando Clarisse, o cérebro tentando processar tudo.

-Então...alguém te deu essa roupa? E ameaçou você para vir aqui?

-Isso. Eu não sei se era sério ou não, mas depois dos dentes humanos que alguém deixou na bolsa da minha irmã, eu preferi não arriscar.

Aurora engoliu em seco, analisando a situação. Realmente, fazia sentido. Era o tipo de coisa que a pessoa faria. Mandar um vestido para a pessoa que Aurora e seus amigos estavam desconfiando apenas para mexer com a cabeça deles, fazendo-os achar que era ela. De repente, Aurora se sentiu uma idiota. Era óbvio que não seria tão evidente quem era a pessoa. Clarisse fora enviada ali como uma distração, e Aurora caíra direitinho. Provavelmente a pessoa ouvira a conversa que eles tiveram na casa dela, e ouviram Kate teorizar sobre Clarisse.

Clarisse se endireitou, analisando Aurora dos pés a cabeça.

-Se me der licença, eu vou curtir a festa de Halloween. E se me atacar de novo, eu grito.

E dito isso ela saiu andando no meio da multidão, desaparecendo.

-Desculpa... - Sussurrou Aurora, engolindo em seco. Ela notou que tremia de raiva. Era impressionante como conseguira explodir tão imensamente com Clarisse por causa de uma pessoa anônima que estava mexendo com ela. Que tipo de pessoa Aurora estava se tornando? Desde que celebrara dezesseis anos, sua vida inteira estava virando uma bagunça completa e sem sentido. Ela já não sabia em quem confiar. Até seu pai mentira sobre aonde fora na noite de sua festa. A grande questão era: por que ele fizera aquilo?

O Mal Infiltrado (LIVRO 1) - Mistérios de GreenworshOnde histórias criam vida. Descubra agora