𝕸𝖞 𝖇𝖔𝖘𝖘 °𝕂𝕀𝕄 𝕊𝔼𝕆𝕂𝕁𝕀ℕ° [Terminada]

• Epílogo •

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Hoje a tarde em Seul estava radiante como nos dias anteriores, por mais que estivesse frio por conta da temporada - que faltavam poucos dias para acabar - as folhas das árvores brilhavam com a ajuda da neve branquinha que caía do céu. As pessoas andavam ligeiras afim de não perderem a hora no trabalho.

Eu era a única desempregada da família, e sim, eu estava a procura de um trabalho. Me demiti do meu antigo pelo simples fato da localização ser muito distante, era bom, eu me enturmava com todos, mas infelizmente era longe demais da minha casa, da qual eu estava indo nesse exato momento.

Faz dois anos que saí da minha cidade natal em Osaka, no Japão, e vim morar em Seul, na Coréia do sul. Meus pais arranjaram um emprego em um restaurante coreano aqui perto e por isso vinhemos para cá.

Algumas pessoas da minha antiga faculdade em Osaka, me achavam estranha, não pelo fato de eu ter 21 anos e ter pulado um ano escolar, mas sim porque eu não me pareço nada com o padrão japonesa.

Isso porque meus pais são praticamente de países diferentes, minha mãe é brasileira, e meu pai é japonês. Dele eu não puxei quase nada, só o cabelo exageradamente macio e sedoso, de resto eu puxei da minha mãe, corpo, rosto, e a personalidade também.

A caminho de casa, comprei alguns ingredientes para fazer o jantar, lá em casa sou eu quem faço a comida quando meus pais não estão presentes. Não posso negar, eu amo usar a pequena cozinha da minha mãe, não é tão luxuoso já que não temos tanto dinheiro para reformá-la, mas já era o bastante para mim.

Com algumas sacolas em mãos, eu cheguei em casa, deixando meus sapatos em cima do tapete da entrada, tirei a neve de meus cabelos e adentrei a porta principal.

- Minho, cheguei! - avisei, deixando as sacolas em cima do balcão da cozinha. Minho era meu irmão mais velho, solteiro desde a adolescência e muito cravado em jogos e coisas do tipo.

Tirei meu casaco de veludo o pendurando no gancho atrás da porta, de longe, eu ouvia os passos apressados de Minho descendo as escadas e vindo ao meu encontro.

- CHA, o que vai fazer pro seu irmãozinho hoje, hum? - ele perguntou com um sorriso largo e seu headset em volta do pescoço.

Cha é meu apelido para Ae-Cha, que significa "filha amorosa", é um nome coreano eu sei, mas meus pais nunca me disseram o porque desse nome, eu gosto dele, faz eu me sentir especial.

- Vou fazer Yakimono hoje, Minho! - respondi concreta, voltando para a cozinha e tirando os ingredientes da sacola. Yakimono é meu prato japonês favorito, e é o que eu sei fazer de melhor.

- Você é a melhor irmã do mundo... Quer que eu te ajude? - ele perguntou empolgado, aquele menino sente fome um minuto depois de comer um prato de pedreiro, e ainda não engorda, sorte a dele, eu como uma bala e já engordo 3 quilos.

- Nem pensar, volte a jogar, seja lá o que estava jogando! - neguei, separando algumas tigelas de vidro - Vá tomar um banho, ou fazer qualquer coisa, te chamo quando eu acabar! - pedi.

- Eca, seu humor 'tá lá inferno, né!?
- ele dizia, rindo alto. Olhei para sua cara, parando o que eu estava fazendo somente para lançar um olhar de reprovação.

- Minho, você sabe que eu gosto de concentração para cozinhar, por favor! - quase implorei a ele que saísse. Ele apenas concordou, voltando para seu quarto.

Comecei cortando os frangos em fatias pequenas e, como quase sempre acontece, acabei cortando meu dedo também dando uma de chefe profissional. Sempre acabava nisso, querendo ou não um dos meus dedos sofria as consequências das minhas experiências.

Coloquei um band-aid no dedo, e continuei fazendo a comida com um arder enorme e muito desconfortável.