• Nunca Mais? •

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— A-Ai, isso é álcool? — Resmungava ao sentir o algodão tocando meus ferimentos. Jin limpava o sangue do meu rosto com cuidado, mas ao mesmo tempo preocupado com sua mãe. — Pode deixar que eu limpo... a-ai.

— Não. Fique quieta Ae-Cha, isso está feio demais. — Ignorando meu pedido, ele molhou o algodão ainda mais. Me passou pela cabeça se meus pais estavam sabendo do que aconteceu, se não, teria que contar a eles querendo ou não.

Estava tendo uma bela visão do rosto de Seokjin, sentada no sofá daquela sala enorme que era maior que minha casa só pra exagerar. Ele se sentava num banquinho em minha frente, levando em conta a sua perna tocando a minha.

Sook e Sung estavam na cozinha fazendo alguma coisa pra gente comer, eu sim tinha fome naquele momento, mas os outros, depois dessa, acho que perderam o apetite.

— Você não me disse, os meninos sabem o que aconteceu? A festa ainda tá rolando? — Me acostumando com a ardência do líquido, encarei o teto, vendo muitos lutres e ar condicionados espalhados.

— A esse ponto sim, ainda não contei a eles... assim... acho que deveria contar aos seus pais primeiro. — Seus olhos encontrou os meus e então ele colocou um curativo no meu rosto — Ligue para eles e avise, coma alguma coisa também e descanse.

Se levantou com uma pequena caixa nas mãos e a colocou sobre a mesinha da sala, pegando, enfim, seu celular no bolso da calça.

— Espera, aonde você vai? — Perguntei.

— Irei fazer uma ligação, minha mãe deve estar em apuros depois do que ela fez com meu pai.

— Jin... eu não posso dormir aqui, preciso voltar e ficar com a minha família. — O blazer dele me esquentava de maneira que me fizesse encolher de conforto. Jin curvou a cabeça pro lado e contraiu o maxilar junto, pondo uma das mãos na cintura.

— Falei que não te deixaria mais... e é isso que irei fazer, pequena. — Sem nenhuma expressão, abandonou a sala e seguiu diante dos corredores imensos daquela casa.

Pelo cansaço foi difícil dicifrar o que ele acabou de dizer, se fosse verdade ou não o que a minha teoria conspirava, então eu não quero ter que discutir isso com ele agora.

Jin acabou de perder o pai, imagino o quão difícil deve ser pra ele mesmo não gostando ou tendo uma ligação forte com seu pai. Ouvindo um barulho de panela vindo da cozinha, o cheiro começava a me torturar e então percebi que realmente estava com fome.

Peguei meu celular na bolsa e demorei um tempo para discar o número da minha mãe. Não tive que esperar muito para que ela atendesse na maior adrenalina.

— Oi querida, como está a festa? Eu to meio ocupada aqui no restaurante, mas fique a vontade pra falar. — Senti a euforia que do outro lado da linha o ambiente exalava, não era como se fosse estranho sentir o que eu estava sentindo naquele momento, mas sim diferente o bastante para que meu corpo reagisse de tal forma que minha boca agisse sozinha.

𝕸𝖞 𝖇𝖔𝖘𝖘 °𝕂𝕀𝕄 𝕊𝔼𝕆𝕂𝕁𝕀ℕ°  [Terminada]Onde histórias criam vida. Descubra agora