Encontros e Desencontros

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(Olá pessoas bonitas! Peço desculpas pela demora, apesar de eu achar que nem demorei muito dessa vez. Espero que gostem de mais esse pedacinho, e em breve estarei de volta. Besitos.)

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- Waverly Earp? – A mulher que a chamou procurou entre as inúmeras meninas que aguardavam na sala de espera e no instante em que a viu se aproximar, lhe encarou de cima abaixo, como se seus olhos possuíssem uma visão de raio X – Tu es le prochain. – Você é a próxima, a outra traduziu automaticamente em silêncio.

Waverly fez um gesto positivo com a cabeça e seguiu a mulher por um corredor, observando-a checar algo em sua prancheta, e ela supôs que ali estava a sua ficha de inscrição. Seu coração bateu acelerado outra vez ao ver que outras meninas, de porte físico igual ao dela e vestindo praticamente o mesmo moletom e tênis, passavam por aquele mesmo corredor na direção contrária, algumas felizes, outras nem tanto, e isso não ajudavam em nada na sua concentração.

Ao chegarem em uma sala ampla e bem iluminada com a luz do dia de Montreal, Waverly correu os olhos pelo espaço, sua mente já verificando o que ela poderia fazer por ali. Espelhos e barras de apoio ao redor a faziam suspeitar que aquele era um estúdio de balé, quando não usado para testes de dança. Ela viu que em uma mesa baixa estava um computador e caixas de som conectadas a eles e ao lado do equipamento, três pessoas, duas mulheres e um homem, conversavam entre si e seguravam blocos de anotações, falando um francês tão rápido e nativo que Waverly pouco captou das palavras.

"Vou precisar estudar mais essa língua", ela disse para si, enquanto se aproximava.

As três cabeças viraram para ela ao perceber sua presença e sorriram amigavelmente, mas isso não significava que não estavam analisando cada movimento seu. Waverly odiava isso, mas não podia fazer muito sobre. Era o que ela havia escolhido.

- Parlez-vouz français? – Uma das mulheres perguntou se a jovem candidata falava francês.

- Um peu – Um pouco, Waverly respondeu com um sorriso tímido, e os outros manearam a cabeça.

- Em inglês, então – o homem falou com sotaque carregado – Nunca gastei tanto o meu inglês como hoje.

- Você se esquece que o inglês também é uma língua oficial canadense – a outra mulher da audição disse ao colega.

- É por isso que não me mudo de Montreal – o homem retrucou, mas possuía um tom de brincadeira na voz. Seu olhar se voltou para Waverly – Très bien, mademoiselle Earp, sua idade?

- Vinte e sete – respondeu Waverly, mesmo sabendo que eles já sabiam.

- Vejo que estudou em Laines, Bristol – a primeira mulher comentou.

- Estudei – a jovem confirmou, procurando não demostrar que estava nervosa – Foram ótimos anos.

- E o que a fez retornar ao Canadá? – O homem questionou, e Waves se perguntou se ele estava realmente anotando algo ou se estava rabiscando coisas aleatórias em sua folha.

- Depois que algumas produções do qual participei foram encerradas e não tendo em vista novos trabalhos na Inglaterra, eu retornei. – Waverly respondeu no automático. Sempre dava certo.

- E faz muito tempo isso?

- Um pouco mais de seis meses – respondeu.

Ela ficou a observar os três em silêncio e olhando mais uma vez para sua ficha de inscrição. O que será que pensavam quando olhavam para aquele resumo? O homem carrancudo provavelmente dizia para si: "Hum, figuração em uma série adolescente, um musical cancelado depois de seis meses com prejuízo de alguns milhões de libras, um filme de terror que quase ninguém conhece e uma ponta em um filme de ação. E quem diabos é Jenny? "

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