27 Capítulo

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- Tem alguém na minha cola - Digo falando com Anna pelo celular.

- Você consegue ver a placa?

- Hm - Digo olhando pelo retrovisor forçando a vista - Não, ta meio distante.

- Como você sabe que ta te seguindo?

- Na volta para o trabalho, depois que almoçamos, eu senti que estava sendo seguido, então olhei para o retrovisor gravando cada carro e vi esse mesmo que vem atrás de mim, vermelho.

- Se mistura, onde você ta tem muitos carros?

- Não..

- Então acelera bastante e sai entrando em qualquer rua que você conhece. Não para, ainda não sei o que esses caras querem com você.

- Ok - Digo desligando o celular.

Piso no acelerador, entro em algumas ruas, então lembro da de Blue. Começo a ir em direção a sua casa. Assim que chego, olho o retrovisor e não vejo ninguém. Seguro o volante com força, respirando fundo.

Olho para o lado e vejo Blue sentada no mesmo lugar que a encontrei pela primeira vez. Sei que não consegue me ver direito por causa do vidro fumê, mas conhece meu carro e já deve ter gravado a placa. Um sorriso de lado aparece em seus lábios, como se soubesse que eu estou a olhando, abaixo totalmente o vidro. Ela acena para que eu saia do carro e vá até ela.

Pego meu celular e então saio, batendo a porta. Me viro para ela e caminho na sua direção, existe alguns moradores nas suas portas, o que acho bem maneiro, hoje em dia é meio complicado essas coisas acontecerem.

- Olá - Ela sorri para mim, dou um leve sorriso de volta e me sento ao seu lado.

- Olá. Espero não ter te causado problemas.

- Claro que não - Ela diz e então tira os óculos, esfregando os olhos e se vira para mim. Fico surpresa com a beleza de seu rosto sem eles.

- O que você faz? - Digo procurando um assunto.

- Como assim?

- Estuda? Trabalha?

- Já acabei meus estudos, estou parada por um tempo.

- Por que? Nao pretende fazer alguma faculdade?

- Exatamente por isso to parada por um tempo. A faculdade que quero fazer é bem cara, então estou dependendo do Enem.

- Qual faculdade você quer fazer?

- Odontologia.

- Dentista - Digo sorrindo - Ótima escolha, ganha bastante bem e não é muito complicado.

- É, mas em consideração se eu for pagar por ela to fudida - Olho para ela surpresa por causa do palavrão, ela ri - Que cara é essa? Acha que não falo palavrão?

- É estranho - Digo dando de ombros.

- Você que é meio estranho você sabe né? - Ela diz e então volta a atenção para a rua, onde passa uma mulher com seu cachorro.

- Por que estranho? - Digo olhando para a mesma mulher junto com ela.

- Você aparecer do nada na minha rua e agora fica frequentando sempre.

- Você pediu ontem para eu voltar - Digo olhando para ela que vira para mim e levanta uma das suas sombrancelhas.

- Mesmo se não tivesse pedido para voltar. Você ia aparecer.

Apenas dou um leve sorriso, quando vejo umas adolescente vindo. O sorriso de Blue some.

- Blue...

- Victoria.

- Victória, tudo bem?

- Sim - Ela olha para mim - Agora que você sabe meu nome, pode me dizer o seu?

- Tecnicamente não foi você mesma que disse seu nome para mim.

- Tecnicamente foi eu sim - Ela da uma risada - Não seja por isso, então. Prazer, Victoria.

- Prazer - Digo rindo - Grayson.

- Muito diferente seu nome.

- É mais ou menos.

- Você não é carioca né?

- Por que acha isso?

- Seu nome e sua aparência.

- Não tenho cara de carioca?

- Não tem muito - Ela vira a cabeça e olha minha roupa - Trabalha com que?

- Uma empresa de publicidade.

- Interessante. Por isso sempre que te vejo ta de terno né ?

- Normalmente uso terno. Ou só a blusa social quando está quente demais.

Meu celular começa a tocar, pego no bolso e vejo os olhos de Victoria na tela, onde está a foto minha e de Caroline.

- Só um minuto - Digo para ela, então atendendo - Oi.

- Cadê você?

- Estou na rua ainda - Digo com calma.

- Vou para casa...

- Não - Digo meio alto - Já estou indo, olha a praia um pouco.

- Eu juro que se eu ver Maxwell arrasto ele para o mar e o mato afogado.

- Já entendi que você quer mata-lo, mas agora resolveu ser uma sereia? Encanta o cara para o mar e depois matando-o? Espere que eu chegue ai primeiro - Digo dando uma risada, porém Caroline não ri - já estou indo

- Te dou quinze minutos - Então desliga. Caroline quando quer ser mandona é uma coisa...

- Quem é? - Victoria pergunta assim que coloco o celular no bolso.

- Minha melhor amiga - Digo revirando os olhos.

- Ela quer matar quem?

- Meu irmão, uma longa história. Preciso ir - Digo me levantando.

- Me da seu número? - Victoria pergunta cautelosa.

- Claro - Digo, então espero ela pagar o dela e anotar o meu.

- Amanhã vai passar aqui?

- Sim - Digo então beijo seu rosto - Tecnicamente você está me convidando novamente.

- Isso é o que você diz - Então ri, dou um leve sorriso de volta olhando-a nos olhos.

Me viro e vejo as adolescentes me observando de longe, falando uma com as outras. Entro no carro e aceno para Victoria e dou a partida em direção a minha casa. Dessa vez vou com cautela entrando em varias ruas para me certificar que não estou sendo seguido. Quando já estou quase lá recebo uma mensagem. Pego o celular e vejo o numero desconhecido, sabendo que é Victoria.

"lembre-se de falar o nome do seu perfume amanhã, estou sentindo ele até agora..."

O preço do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora