11 Capítulo

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- Estamos na merda - Caroline diz saindo de cima de mim no sofá. Estavamos jogados, mal consigo abrir os olhos.

- Sabe aquele nome? Você sabe o significado Caroline?

- Ta bêbado ainda seu merda? - Caroline diz me olhando, sentada na ponta do sofá agora.

- Sabe a merda do nome?

- Que nome caralho?

- Educação - Digo fuzilando ela - Quero dormi, mas só se você quiser mesmo.

- Filha da mãe - Caroline me bate. Seguro sua mão depois prendo-a.

- Sério, to morrendo de sono.

- Seu celular ta tocando, acho que a pessoa que ta ligando não deve saber o significado também.

Rolo no sofá e caio no chão a procura de onde vem o som do celular, escuto a risada de Caroline. Acho ele jogado no chão então vejo a tela, número desconhecido.

- Alô? - Digo com a melhor voz que consigo fazer.

- Ei - Escuto a voz rouca de meu irmão.

- Você nunca me liga e quando faz é sempre na hora errada.

- Foda-se - Diz com seu tom arrogante - Preciso que venha me buscar no aeroporto.

- Ta achando que tenho cara de que? Chofer?

- Vem logo filha da puta. Não estou pedindo.

- Te buscar e levar para onde?

- Para morar com você por um tempo, nossos pais querem que eu resolva coisas aqui no rio, infelizmente. Porque odeio esse calor todo.

- Ta e por que você acha que eu vou te abrigar na minha casa?

- Olha só Grayson, não me estresse ok?

- Por que não pediu para seus motoristas te trazerem?

- Te dou meia hora no máximo para aparecer aqui - Então desliga o celular.

- Quem era? - Caroline pergunta quando jogo o celular no sofá forte e abaixo a cabeça que lateja por ter bebido muito ontem na praia.

- Meu irmão - Digo fechando os olhos - Tenho que buscar ele. Se prepare para aturar ele é um mimado filha da puta.

- Por que ele ta vindo para sua casa se vocês não se dão bem?

- Sei lá, mas meus pais que pedirão, então não posso ir contra quando eles já fizeram tanto para mim. Vou tomar banho e já volto.

- Ok - Caroline diz se levantando - Vou fazer almoço para a gente.

Tomo banho o mais rápido que consigo com minha cabeça ainda rodando. Assim que saio visto uma roupa casual. Calça jeans saruel, blusa de basquete e chinelos nos pés.

- Já estou indo buscar ele ok Caroline? - Digo para ela que está na cozinha de costa para mim fazendo comida.

- Ok, cuidado na hora de dirigir. O álcool mal saiu de seu sangue.

- Pode deixar - Digo indo pegar meu celular e saindo de casa.

No caminho até o aeroporto eu estou tentando o máximo dirigir em linha reta. Meus reflexos estão uma merda e para piorar estou com sono. Paro de frente ao aeroporto Santos Dumont e pego o celular ligando para o número que Maxwell me ligou.

- Ta atrasado, onde você ta? - Diz logo quando atendo. Seu tom autoritário me dando ódio.

- De frente a ao aeroporto.

- Qual carro?

- Kia Sportage - Digo e então abaixo a cabeça no volante, já com sono.

- Ata to vendo daqui. Onde você ta?

- Dentro do carro né, agora vamos logo, não tenho sua vida - Digo desligando na sua cara. Um minuto depois ele estava batendo na janela do carro para que eu abra a porta. Consigo ver a irritação no seu olhar, ligo para seu celular.

- Da para abrir?

- Primeiro para de bater no vidro - Digo fuzilando ele

- Se você não abrir a merda dessa porta agora vou tacar a minha mala nessa janela e quebrar ela todinha.

- Vai colocar a mala lá atrás - Digo abrindo o porta mala. Ele leva a mala e taca de qualquer jeito dentro do carro, batendo forte quando fecha o porta malas.

- Abre - Ele diz no celular.

- Como se pede?

- Abre essa merda agora - Diz gritando comigo. Acho graça de sua cara. Então abro, ele entra e senta no banco batendo a porta forte.

- Filha da puta, bate a merda dos seus carros. Não o meu - Maxwell me olha com cara de quem ta afim de me matar.

- Juro que se você falar mais alguma coisa vou atirar na sua perna - Maxwell diz pegando a arma que ta na sua cintura.

- Atira - Digo olhando seus olhos com ódio.

Maxwell tem 29 anos. É um dos empresários mais ricos dos estados unidos, sua aparência é muito parecida com a minha, só muda em alguns aspectos, tem cabelos preto acinzentados, seu corpo é mais largo e seu jeito que é quase totalmente oposto do meu.

- Caralho você ta chapado? - Maxwell diz logo depois que viro a rua muito rápido fazendo o carro derrapar.

- Talvez - Digo sem olhar para ele.

- Você é mesmo totalmente sem responsabilidade.

- É mesmo? E o que você sabe sobre responsabilidade?

- Muito mais do que você imagino - Diz irônico.

- Não sei porque nossos pais nos adotaram juntos. Você praticamente é um fodido.

- Pergunte para eles depois - Digo seco e então fico em silêncio.

Fico quieto por um longo tempo, lembrando do meu passado. Quando nós sofriamos o pão que o diabo ameaçou... Até sermos escolhidos na adoção por um casal.

- Onde ta morando? - Maxwell pergunta depois que percebe que meus pensamentos tomaram o rumo ruim.

- Barra - Digo ainda olhando a rua.

- Mora com alguém?

- Sim, uma amiga. Em falar nisso, nada de trata-la mal...- Digo olhando para ele, escuto uma buzina e Maxwell puxa o volante para a direita antes que eu batesse no carro que me fechou.

- Filha da puta - O motorista grita, porém não falo nada. Só dou dedo do meio para ele e continuo seguindo.

- Melhor eu dirigir.

- E você sabe fazer isso? O mimadinho dirige?

- Presta atenção na estrada - Diz novamente com o tom autoritário.

- Então. Não quero que a trate mal...

- Não me diz o que fazer Grayson - Maxwell diz e então fica calado olhando a rua.

Pelo o que eu vejo o tempo que ele estiver no rio de janeiro será o verdadeiro inferno na minha vida...

O preço do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora