Você tem sorte

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JOHN P.O.V.

"Eu não vou matar o Paul, eu não vou matar o Paul..." Eu repetia isso mentalmente como um mantra, enquanto sentia minha bochecha arder por aquela maldita bolada que havia levado justo dele.

Oh, destino, qual é? Será que isso é algum tipo de vingança por eu ter dado um tapinha no rosto de princesa dele? Na verdade, eu iria dar um belo de um soco, mas ainda me pergunto porque diabos eu mudei de última hora, dando apenas aquele tapa...

- Vamos voltar para o vestiário, quero jogar uma água no meu rosto. - Falo seriamente para George e Pete, que assentem e me seguem.

Entramos lá e passamos pela comemoração dos viadinhos que tinham ganho aquele jogo. Reviro os olhos, afinal, eles nem precisavam ficar naquela frescura toda, foi só um joguinho idiota de queimada sem importância alguma. Fui até o chuveiro, ligando-o e jogando um pouco da água no meu rosto.

[...]

- Você é o capitão desse time e tem a audácia de perder em um jogo tão bobo como uma queimada, para um novato escocês? - O treinador pergunta indignado.

- Eu já falei que não tive culpa! Fiquei até o final e tentei acertar ele, mas o viado estava com sorte e conseguiu desviar! Que culpa eu tive se ele jogou a bola e eu pensei que ela passaria direto, mas acabou pegando na minha cara? - Tento me explicar e ele revira os olhos.

- Que seja, Lennon. Espero que não dê esses moles no próximo jogo, senão eu arranco esse brinquedinho que você tem entre as pernas, fui claro? - Ele diz autoritário e eu engulo em seco.

- Sim, senhor. - Respondo e ele se afasta.

- E aí, levou uma bronca do treinador? - George pergunta se aproximando.

- Talvez. Agora eu já vou indo para casa, estou morto! - Falo fazendo una careta e ele sorri.

- Te vejo amanhã. - Ele diz e bate em minha mão.

Assim que cheguei em casa, percebo que não há ninguém. Subo para i meu quarto, tiro minha roupa de treino e vou direto para o banheiro tomar um banho para renovar minhas energias. Quando termino, deligo o chuveiro e coloco a mão do lado de fora da cortina para pegar minha toalha, porém toco apenas no azulejo. Só agora me dou conta de que a esqueci.

- Droga! - Resmungo.

Dou um suspiro e abro a porta do banheiro. Se minha mãe souber que eu estou saindo todo ensopado e molhando meu quarto, vou levar mais uma bronca para minha extensa coleção. Volto para o quarto, tentando achar a bendita da toalha...

- PUTA QUE PARIU!!! - Berro assustado quando vejo Paul para de olhos arregalados, me encarando.

Seu olhar estava direcionado ao meu rosto, descendo rapidamente até chegar nas minhas partes íntimas. Tento então tampá-las com minhas mãos.

- O QUE CARALHOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI, McCARTNEY? - Pergunto, virando de costas.

- É... E-Eu tinha te chamado várias vezes, mas você não me respondeu... Daí vi que sua janela estava aberta e decidi entrar por ela novamente. - Ele responde gaguejando.

Olho por cima do meu ombro e vejo que suas bochechas estavam bem vermelhas.

- ENTRAR NO QUARTO DOS OUTROS SEM AUTORIZAÇÃO É CRIME, SABIA? - Grito irritado e vou andando de costas até chegar na cabeceira da minha cama, onde a toalha estava - E PARE DE OLHAR PRA MINHA BUNDA!

- E- eu não estou olhando. - Ele diz e eu reviro os olhos, enrolando a toalha em minha cintura.

Pigarreio e pergunto:

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